quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Guiné Conacri acusa a Guiné-Bissau de ter introduzido armas no país e quer inquérito internacional

Por E-global.pt/noticias/lusofonia

 As recentes acusações do ministro da Segurança e Protecção Civil da Guiné Conacri, Albert Damantang Camara, sobre uma suposta introdução de armas no país pela Guiné-Bissau, poderão desencadear um inquérito internacional.

A 19 de Outubro, Albert Damantang Camara disse que dispõem de informações dignas de crédito que, indicam que a Guiné-Bissau introduziu armas no país. Quando interpelado sobre a gravidade das acusações assegurou que está seguro das suas alegações, porque, segundo o ministro, existem provas evidentes.

O analista político guineense e conhecedor da geopolítica sub-regional, Rui Landim disse não ter dúvidas de que a Guiné Conacri vai levar a sério as acusações e uma dos sinais dessa determinação é a possibilidade de um inquérito internacional sobre a matéria.

Landim evita pronunciar-se se a Guiné-Bissau terá ou não introduzido armas no país vizinho, mas considera que diplomaticamente as autoridades guineenses cometeram “um erro muito grave”, quando o Presidente da República assumiu publicamente a existência de uma contenda com um país amigo, apenas assente em motivos extras-políticos.

“Foi uma falha imperdoável. Não podia nunca Umaro Sissoco Embaló assumir a posição que assumiu ao confrontar praticamente o Presidente Condé numa das cimeiras da CEDEAO. Foi um mau prenúncio e vai minar as relações entre os dois países”, disse.

Sobre as acusações de Albert Camara, Rui Landim preferiu analisar destacar a “seriedade” com que o ministro falava deixando clara a determinação de levar o caso até ao fim. “Quando ele disse que estão na posse de informações que davam conta de que as armas usadas em Samoreya (Kindia) para atacar o aquartelamento das forças especiais, matando inclusivamente o Comandante Mamady Condé, vieram da Guiné-Bissau, um jornalista referiu que eram acusações graves, tendo ele respondido que tinha consciência da gravidade, mas os factos que tinha através dos serviços de segurança e de informação eram comprovativos. Portanto, aqui estamos apenas perante uma questão de tempo. Brevemente os dirigentes políticos da Guiné Conacri farão algo para provar as denúncias que fizeram. E acredito que isso passará por pedir um inquérito internacional sobre a introdução de armas e interferência nos assuntos políticos daquele país”, disse o analista.

Uma possível interferência da Guiné-Bissau nos assuntos internos da Guiné Conacri é possível, segundo o mesmo analista. Rui Landim considera que, o actual Presidente da Guiné-Bissau “deixou-se cair facilmente numa cilada montada por Macky Sall, presidente do Senegal contra certos países, motivado por sentimentos meramente étnicos”.

“É preciso que se diga isso claramente. Esta tentativa de enaltecer um grupo étnico para a liderança, é mau. Conseguiram em alguns países, porque as pessoas demoraram a alertar, mas estão apenas a instalar revolta. É um quarteto que deve parar de instalar essa desordem na sub-região. Macky Sall, Muhammadu Buhari, Mahamadou Issoufou e Adama Barrow. Meteram nessa mesma lista o nosso autoproclamado presidente e querem fazer a mesma coisa na Guiné Conacri com Cellou Dalein Diallo. Conseguiram na Gâmbia e na Guiné-Bissau, mas na Guiné Conacri não vão conseguir porque eles alertaram-se a tempo”, defendeu Rui Landim.

SILÊNCIO OFICIAL NA GUINÉ-BISSAU

Entretanto na Guiné-Bissau há um silêncio total sobre as acusações provenientes do país vizinho. É todavia comentada a detenção de militares e cidadãos da Guiné-Bissau que presumivelmente transportavam as armas para a Guiné Conacri.

No dia em que o ministro da Segurança da Guiné Conacri proferiu as acusações, Umaro Sissoco Embaló teve um aparecimento público mas não se referiu sobre o assunto.

As acusações de Albert Damantang Camará foram proferidas dois dias depois de Umaro Sissoco Embaló ter regressado de uma “visita privada” ao Senegal, embora tenha feito alusão à imprensa, no seu regresso a Bissau, de que obtivera alguns ganhos para o país.

Esta quarta-feira 20 de Outubro, o Chefe de Estado guineense efectuou uma “visita de solidariedade” a todas as unidades paramilitares do país, e prometeu fardamentos e formação aos efectivos de todas as unidades militares assim como pediu para que garantam segurança aos cidadãos como o fazem com o próprio Chefe de Estado.

Nessas visitas e apesar de ter falado com a imprensa, Sissoco Embaló não fez qualquer alusão às eleições na Guiné Conacri. Esta sexta-feira 21 de Outubro, Umaro sissoco recebeu durante algumas horas em Bissau, o Presidente da Gâmbia Adama Barrow.


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Filhos da Guiné-Bissau, por razões que têm a ver com a defesa dos seus interesses partidários e pessoais têm feito tudo para continuar a enlamear a Pátria que os pariu e lhes deu a possibilidade de terem formação e conhecimento. 

Querem ver a Guiné-Bissau mergulhada numa guerra étnica, mas também, com países vizinhos. Porquê, para quê?!

Onde está o Amor pelo nosso País?!

Até quando continuarão a promover intrigas e conspirações contra a nossa Guiné-Bissau?!

Chega, Basta, de libertinagem alegando uma Liberdade de Expressão, que põe em causa a Unidade e o Interesse, Nacionais, bem como a Segurança Interna, a Paz e a Estabilidade!

É preciso que o Estado da Guiné-Bissau faça algo, judicialmente e não de forma anárquica/ditatorial, com base no estabelecido na Constituição da República, no seu ARTIGO 35º•, para punir/responsabilizar todo aquele que conspire contra a Independência e a Unidade, Nacionais, pondo em causa a Integridade territorial, a Paz e a Estabilidade do País!

Para que serve o  ARTIGO 35º• da Constituição da República da Guiné-Bissau?

A Constituição da República não estabelece apenas Direitos aos Cidadãos; também estabelece Deveres/Responsabilidades e, consequentemente, a Responsabilização do cidadão perante a sua violação, assim como de qualquer Lei.

Positiva e construtivamente. 
Didinho 21.10.2020

Citando a CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU no seu ARTIGO 35º•
"Nenhum dos direitos e liberdades garantidos aos cidadãos pode ser exercido contra a independência da Nação, a integridade do território, a unidade nacional, as instituições da República e os princípios e objectivos consagrados na presente Constituição." Fim de citação.


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