Carta da nossa combatente de liberdade da Pátria Palmira Fortes, para António Guterres.

Por: Palmira Fortes

Fonte: MADEM-G15/USA NOVA INGLATERRA

Excelentíssimo Secretário Geral da ONU Dr. António Guterres.

Antes de mais, endereço-lhes os mais elevados cumprimentos.
Escrevo-lhe esta missiva ou carta aberta, na língua portuguesa, uma vez que a língua oficial da Guiné Bissau mantém-se o português, embora a nossa língua de comunicação e união do povo seja o crioulo Outrossim, sabendo eu de que o Sr. Secretário é falante da língua portuguesa tendo até, inscrito a mesma para que seja uma das línguas oficiais de comunicação da ONU, não tenho o porque de alterar o idioma que nos une.

Como cidadã guineense, residente neste país, tive conhecimento de uma vergonhosa carta aberta (mais uma) por parte do Paigc, onde insurge com inúmeras inverdades tentando ludibriar a mesma como-se trata-se do um sentimento de toda a Nação Guineense, o que não corresponde de todo à verdade! Inicialmente porque o Paigc não é uma Nação e, sim uma partido politico, histórico, ultrapassado que insiste em manter-se no poder por via da força, guerra e inverdades. A maioria, como dizem as urnas e, todos os observadores presentes nestas eleições, relatam exatamente o mesmo. Nós povo, da Guiné demos a maioria ao General do Povo, Umaro Sissouko Embalo. Para além da sua patente militar, o titulo ou nome de General, foi atribuindo carinhosamente por nós, povo. Por nós, que desejamos muito a mudança, desejamos retirar o monopólio do poder das mãos Paigc, desejamos que a nossa Guiné seja um país igualitário, que as oportunidades sejam iguais tanto para os que estam na tabanka de igual modo para os que estão em Bissau. Nos povo desejamos, lutamos e conseguimos eleger o nosso general do Povo e assim será!
Aos 53% a que o Paigc chama de fraude ou Hacker é uma falácia, pois esta % é real, somos nós! A maioria do Povo Guineense está cansada do Domingos Simões Pereira. Perfazem 5 anos de profunda insistência de instabilidade e tentativa de alcançar o poder, o povo da Guiné não o quer.

Passamos todo o ano de 2019 em eleições, ansiando o final, a mudança pois a esperança mora em nós! Relevante enaltecer que a CNE e, o Presidente Dr. Pedro Sambú ocupou sempre o mesmo lugar, onde mereceu inúmeros elogios distinções, respeito confiança por parte do Domingos Simões Pereira. Esta confiança, insultos, insegurança e, acusações surgem só e apenas porque os resultados reais não o agradaram. DSP não pretende deixar o poder sem guerra! Os resultados das eleições foram anunciados a 1/01/2020 e, desde então o povo não tem paz. O Domingos Simões Pereira utilizou vários argumentos, numa tentativa incessante de paralisar o país. 

No primeiro momento o candidato telefonou ao Presidente eleito a felicitar, de seguida veio a publico negar o conteúdo do mesmo, daí para a frente foram inúmeros os argumentos que pega e larga. Diz que as atas estavam rasuradas, depois era o problema de carimbos, depois veio dizer que no ato dos votos os eleitores eram coagidos, depois a tese muda para suposto rapto do Presidente da CNE por parte dos Militares, nomeadamente o CENFA, por último, trás a vergonhosa tese dos hackers, implicando a Imprensa portuguesa, nomeadamente a revista Sábado onde esta reportagem é assinada pelo Jornalista Eduardo Dâmaso, veiculada pela RDP Africa, entre outros. 

Importante dizer que não existem quaisquer provas de tal ato, pois não existiu hacker! Fica desde já patente a preocupação no que concerne à Comunicação Social Portuguesa e aos seus jornalistas, não pautarem pela responsabilidade e isenção, sendo subsidiados por este candidato perdedor.

Dr António Guterres, permita-me que o informe de que a única fraude de que a nação guineense padece é deste partido e, sobretudo do Domingos Simões Pereira. Todo o sistema eleitoral fora controlado pelo mesmo, não havendo como acontecer fraude. Como é do seu conhecimento também, o Governo de Aristides Gomes é do PAIGC, a Getap, a CNE são todas instituições cujo a simpatia e orientações vem do Domingos Simões Pereira. Acontece que nós povo queremos tanto a mudança que ficamos ultra vigilantes nestas eleições, não permitindo assim o PAIGC fazer MAIS UMA VEZ das suas.

Dr. Guterres, nós estamos exaustos e envergonhados. Desde de 2019 que paramos em todos os passos. O Domingos fala do Império da lei mas ele pouco sabe do que diz. Ele toma toda esta nação de burros, coisa que não somos. Demos-lhe a oportunidade que não soube aproveitar. Não é uma ser capaz, nem competente no que concerne á politica. Não reune consenso, tem problemas com todo os atores politicos, inclusive dentro do próprio PAIGC.
Nos povo sabemos muito bem distiguir o que é desempenhar a função de SE da CPLP e dirigir uma Nação. Ele não nos representa nem é politicamente competente.
Dr Guterres, estamos exaustos, o nosso ano letivo 2019 foi nulo, os funcionários não recebem salários há largos meses, mas o PAIGC que governa vem fazendo campanhas luxuosas num país de miséria.

Aristides Gomes entrou como PM e, ainda na sua governação entraram por duas vezes (conhecimento público) toneladas de droga. A denúncia partiu por parte da DEA. Não sabemos o que é feito de tantas toneladas de droga, não sabemos também sob que garantias é que isto aconteceu. Passaportes diplomatas foram dados desmedidamente a individuos, cujo a embaixada dos seus países recusaram-se a dar anuência. Dr. Guterres tudo isto muito recentemente no Governo do PAIGC / Aristides Gomes e DSP.

Onde arranjou o PAIGC dinheiro para fazer todas estas luxuosas campanhas e, a ainda assim deixando nos na miséria?

Temos ainda Ministra Odete Semedo que trabalhou afincadamente, para subornar os observadores eleitorais (existem audios).
Quanto aos hacker, gostaria muito que o Jornalista Eduardo Dâmaso na primeira pessoa viesse a público exibir provars ou pedir desculpas públicas à nação guineense pelo crasso erro que nos lesou a troco de ... terá ele de nos explicar.
Resumidamente, o DSP já pegou e largou várias teses em que nenhuma delas consegue formar o objeto de prova.

É justo toda uma nação ficar refém de um e apenas um homem que não sabe perder? É justo estarmos paralisados porque o Simões Pereira sem provas põe recurso atras de recurso?
Violência e guerra é o que este senhor tem vindo a fazer desmedidamente à Nação Guineense, sim falo da Nação, porque somos sem dúvida uma larga maioria que deu a maioria ao Embaló e, mais ainda os que não querem nem PAIGC e muito menos o incapaz do Simões Pereira.

Dr. Guterres, se conseguir compreender como é que um homem de origem humilde, com trabalhos nada de anormais, vida pacata enriquece assim que se torna lider do PAIGC e torna-se milionário quando durante 1 ano e pouco é PM, talvez seja um caminho para esclarecer muita coisa.

A eloquência e o português dele já se fez tarde.

Hoje queremos alguém sem rancores, que pense e fale crioulo e, que se identifique com este povo.

Se quiser o bem desta Nação, não apoie o desmando do DSP, o problema dele são as suas dividas desmedidas. Mas nós povo temos urgência em caminhar com alguém que se identifique com a Guiné, que não nos insulte quando não está no poder, queremos alguém que não se espante com o Dr. António Guterres em detrimento da Guiné Bissau Queremos alguém que nos resgate o respeito o patriotismo e o orgulho de ser quem somos.

Dr. António Guterres gostaria que soubesse que nós povo sabemos a quem demos a maioria e, dela não iremos abdicar. As urnas foram a forma mais clara , transparente e justas. Nós não iremos permitir outra forma que não a democrática. Seja qual for a língua que lhe enderecem as missivas, não tenho dúvidas que a que melhor que compreende é o português.

Sofremos 4 décadas e hoje decidimos a mudança e, assim será. Não existe instituição maior ou mais poderosa do que um povo.
Queremos paz, queremos muito que nos tire este perturbador Domingos Simões Pereira do nosso caminho, pelas melhoras vias, pois a cada dia que passa e que este senhor insiste em nos bloquear a vida, é normal que a intolerância aumente.

Despeço-me com elevada estima, acreditando que esta carta será bem acolhida e compreendida pelo Secretário da ONU.

Elevados cumprimentos 12/02/2020