"Silenciar as armas: criar condições favoráveis ao desenvolvimento em África" é o lema escolhido pela União Africana para o novo ano. Países também esperam fortalecer economias através da nova área de livre comércio.
Cimeira da União Africana em Niamey, em julho den 2019
O comércio de armas de pequeno porte em África é estimado em mil milhões de dólares - quase 20% do comércio global de armas. Este mercado desvia recursos governamentais já escassos, propicia conflitos e desencoraja investimentos e o crescimento económico. Por isso, a União Africana (UA) escolheu 2020 como o ano para silenciar as armas em África.
Além de acabar com conflitos, a UA também pretende melhorar os meios de subsistência do seu próprio povo, criando oportunidades de emprego, especialmente entre os jovens.
Importante é envolver os jovens neste processo, antes que os grupos de radicais o façam, explica Aya Chebbi, enviada especial da União Africana para a Juventude.
"Muitos jovens interiorizaram a ideia de que são marginalizados e agora veem esses grupos violentos como legítimos combatentes, não como autores de violência. Temos de valorizar a nossa juventude e a sua contribuição para a sociedade. Caso contrário, irão procurar reconhecimento noutro lugar", alerta a enviada especial para a Juventude.
Acordo de Livre Comércio Continental
Impulsionar os negócios no âmbito do Acordo de Livre Comércio Continental Africano - que até 2028 prevê a constituição de um mercado comum e de uma união económica e monetária em África - também é algo que muitos países esperam neste novo ano.
O analista político Joe Dagunro diz que os países vão beneficiar do comércio continental, mas os desafios permanecem. "Por exemplo, os EUA importam matéria-prima que será usada para benefício próprio. Por isso, é preciso começar o desenvolvimento local. No início, apenas os grandes negócios irão beneficiar. As pequenas empresas precisam esperar mais para obter benefícios", explica.
Ratificada em abril deste ano, a área de livre comércio de África deverá ser uma das maiores do mundo, com milhares de milhões de dólares em volume de negócios e consumo.
A UA acredita que o acordo irá levar a um aumento de 60% do comércio dentro do continente até 2022.
DW
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