domingo, 17 de novembro de 2019

GUINÉ-BISSAU: FORÇAS ARMADAS AFASTAM POSSIBILIDADE DO REFORÇO MILITAR DA CEDEAO


As forças Armadas da Guiné-Bissau não concordaram com a decisão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) de reforçar a força militar da “ECOMIB” no país, para garantir segurança às eleições presidenciais de 24 de novembro.

A posição das forças guineenses, foi dada este sábado, 16 novembro de 2019, pelo Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau (CEMGFA), Biaguê Na Ntan, na cerimônia para assinalar o 55.º aniversário da criação das Forças Armadas, nas instalações do Estado Maior General das Forças Armadas, em Bissau.

Durante a sua intervenção na presença do ministro da Defesa Nacional, Luís Melo, general Biaguê Na Ntan, afirma que o contingente militar da CEDEAO não vai entrar na Guiné-Bissau, embora abriu a possibilidade da entrada da corporação policial da organização sub-regional.

“São nossos colegas militares e eu faço parte do comitê dos Chefes do Estado Maior General da CEDEAO, portando garanto-vos que os efetivos militares não virão a Guiné-Bissau, talvez a polícia”, vincou general Biaguê Na Ntan.

Na ocasião, Na Ntan voltou a afirmar que as Forças Armadas guineenses não estão interessadas em se envolver nos assuntos políticos e nem tão pouco para fazer golpe de estado no país.

O CEMGFA aproveitou a cerimônia para anunciar a disponibilidade das forças armadas para garantir a segurança durante o processo eleitoral em curso na Guiné-Bissau.

Presidindo a cerimônia comemorativa, o ministro da Defesa Nacional, Luís Melo, realçou o papel das forças armadas durante a atual crise política no país, contudo pediu os militares a prosseguirem com o cumprimento das suas atribuições constitucionais.

Vários políticos criticam a posição da CEDEAO de reforçar a força militar na Guiné-Bissau, afirmando que se trata de uma ingerência nos assuntos internos do país.

O Partido da Renovação Social (PRS) considera esta decisão da CEDEAO de uma “declaração de guerra”, porque qualquer tentativa do estacionamento de mais contingentes militares no país, vai trair os legados políticos de Amílcar Cabral e de Kumba Ialá.

A ECOMIB está estacionada na Guiné-Bissau desde 2012, na sequência de um golpe de Estado, que depôs o regime da altura, dirigido por Carlos Gomes Júnior. De lá para cá, os chefes de Estado da CEDEAO têm renovado a permanência da força no país, para garantir segurança às instituições e personalidades políticas guineenses.

De referir que uma missão militar da CEDEAO que esteve em Bissau esta semana reuniu-se com o ministro da Defesa, Luís Melo, secretário de Estado da Ordem Pública, Mario Saiegh, primeiro-ministro guineense, Aristides Gomes e o Chefe de estado Cessante, José Mario Vaz para preparar o envio das tropas da ECOMIB.

Por: AC

radiojovem

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