“O PAIGC corre risco logo após este período de nomeação de Aristides Gomes começar a ter roturas, outras fricções que conduzam novamente a guerra desnecessária, porque sabendo como agem os militantes do partido, eu acho que esta estratégia pode constituir um risco para aquilo que o PAIGC quer neste momento que é elevar a coesão interna no partido”, explicou Rui Jorge Semedo.
Jorge Semedo entende que a indicação de Aristides Gomes não se baseou nos pressupostos estatutários da formação política liderado por Domingos Simões Pereira, vencedor das últimas eleições legislativas no país.
O partido referiu no sábado que indiciou o nome de Aristides Gomes para o cargo de primeiro-ministro em “nome da paz” e da estabilidade do país, depois de ver recusado o nome do líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, para liderar o Governo.
Numa entrevista concedida á Rádio Jovem e Bombolom FM, Rui Jorge Semedo antevê um período difícil de governação do novo primeiro-ministro devido a um mau relacionamento com dois grandes centrais sindicais, neste caso a União Nacional dos Trabalhadores da Guiné e a Confederação Geral dos Sindicatos Independentes.
“Aristides Gomes é uma pessoa com enormes problemas, porque não conseguiu dar resposta às greves para salvar ano lectivo nas escolas publicas do país, nesta ótica, o atual primeiro-ministro terá enormes problemas de poder apaziguar a situação e permitir que haja um desempenho que possa resultar numa correção desta situação instável que o país viveu nos últimos tempos”, referiu Jorge Semedo.
O analista e sociólogo guineense sublinhou que Gomes vai ter um desafio enorme nos próximos tempos para resolver os problemas sociais que afetou a franja social guineense nos últimos anos, mas tudo vai depender da nova abordagem que quer assumir após a sua recondução como primeiro-ministro.
O sociólogo formado em França, membro do comité central do PAIGC, já é primeiro-ministro desde Abril de 2018.
O PAIGC venceu as eleições de 10 de março sem conseguir maioria absoluta, elegendo 47 dos 102 deputados do parlamento, mas formou, entretanto, uma coligação com três pequenos partidos, capazes de garantir a estabilidade política do Governo, com um apoio de 54 deputados.
Durante esta entrevista, Jorge Semedo abordou também os cinco anos de mandato de José Mario Vaz, enquanto Chefe de Estado guineense, que terminou este domingo, 23 de junho. Semedo afirmou que durante os cinco anos Jomav nunca esteve á altura de corresponder às expectativas do povo guineense.
Após abertura democrática no país, Mario Vaz foi o primeiro Chefe de Estado a concluir o seu mandato, neste processo de consolidação e estabilização do regime democrático na Guiné-Bissau.
Por: AC
radiojovem.info
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