Por Fernando Casimiro
Da naturalidade que ele mesmo referiu, caso o seu nome não fosse aprovado pelo Presidente da República para exercer o cargo de Primeiro-ministro, possibilidade perante a qual, avançaria para a formalização da sua candidatura às eleições presidenciais, estamos a assistir a novas encenações.
O que temos estado a constatar, é que depois do seu nome ter sido rejeitado pelo Presidente da República, para ocupar o cargo de Primeiro-ministro, uma rejeição devidamente explicada, ainda que, passível de discordância, por parte do Partido vencedor das eleições legislativas, obviamente, mas que se tem que respeitar, por via do que estabelece, explícita ou implicitamente, a Constituição da República da Guiné-Bissau, o Presidente do PAIGC continua a ser repetitivo, na inegável marca que o caracteriza e o define: "Se eu não estiver no poder, farei tudo, para bloquear o País e ninguém desfrutará dos benefícios do poder, de forma estável, nem mesmo o Povo!"
Já não pretende ser candidato às eleições presidenciais, pelos vistos, nem aceita a nomeação do novo Primeiro-ministro, porque, segundo ele, a maioria parlamentar vai formar o seu Governo.
Todos sabemos que isso é uma afronta à autoridade do Estado, de um Estado que, ainda tem os seus órgãos de soberania, que não é o PAIGC, e cujo Presidente da República não é o Presidente do PAIGC!
Falaram tanto dos 3 meses desde a realização das eleições, sem a nomeação de um Primeiro-ministro e a formação consequente, de um novo Governo, para garantir a satisfação das necessidades colectivas, urgentes.
Falaram tanto da necessidade de se marcar a data das eleições presidenciais, que, mesmo tendo sido marcadas, eu, Didinho, acredito que não acontecerão no dia 24 de Novembro de 2019, mas apenas em 2020, mesmo não tendo ideia/visão, do dia e do mês em que poderão acontecer...
Nos dias de hoje, já não se reivindica a urgência da nomeação do Primeiro-ministro, para a satisfação urgente das necessidades colectivas. Avança-se para novas confrontações institucionais, ignorando o Povo, que é sistematicamente usado para a satisfação de interesses pessoais e político-partidários.
Hoje, o Presidente do PAIGC quer internacionalizar a crise política guineense, atacando, acusando, por via de notas lidas num blog, o Senegal e o seu Presidente, a quem apelida de "padrinho" do Presidente da Guiné-Bissau.
O mesmo Presidente do PAIGC que foi sempre o primeiro a recorrer às autoridades estrangeiras para intervirem nos assuntos internos da Guiné-Bissau. Quando os posicionamentos da CEDEAO lhe são favoráveis, está tudo bem, quando não, está tudo mal.
O Senegal, é um País com o qual devemos e temos que nos dar bem. O Povo senegalês, é um Povo irmão, com o qual devemos e temos que nos dar bem!
Se tivermos problemas, por via da defesa dos interesses de cada um, que saibamos sentar à mesma mesa, falar, debater, discutir e resolver pacifica e irmanamente esses problemas.
Enquanto guineenses, se não fomos capazes de estabilizar e desenvolver o nosso País, a culpa não foi do Senegal, quiçá, dos nossos irmãos senegaleses!
A culpa de tudo quanto são os nossos problemas, é da nossa inteira responsabilidade, enquanto Guineenses!
Para quê fazer o Senegal um bode expiatório, por via dos nossos fracassos?
É o Senegal, até hoje, o único País, com quem temos fronteira, que permite que centenas de cidadãos nossos, incluindo políticos e governantes, sejam tratados nos seus hospitais. Será que é culpa do Senegal não termos hospitais com qualidade para tratar os nossos doentes no nosso país?
O Senegal há tantos anos que forma centenas de novos quadros Guineenses!
A maior parte do mercado financeiro guineense é promovido por estrangeiros, dentre eles e desde sempre, pelos nossos irmãos senegaleses.
É a fronteira terrestre com o Senegal que permite a importação e a exportação de quase tudo o que necessitamos, ou que produzimos...
Para além de, a nível da flexibilidade/mobilidade em matéria de portas abertas para o Mundo, o Senegal ter sido desde sempre, a porta que nunca se fechou, para quem quer viajar de avião (ou de carro, via Senegal), da Guiné-Bissau para muitos outros países do mundo...
O Senegal, tem milhares de descendentes de guineenses na sua composição identitária, é um País Irmão, independentemente do que nos separa!
Se o Senegal defende os seus interesses em relação ao que o liga à Guiné-Bissau, isso deveria ser encarado com a maior naturalidade por nós Guineenses, e servir de aprendizagem para que nós também saibamos defender os nossos interesses no que nos liga ao Senegal.
O que temos visto é que os Políticos e os Governantes da Guiné-Bissau, nunca souberam respeitar o nosso próprio Povo, quiçá, o nosso próprio País, aceitando a humilhação de terceiros, por via de servirem, ainda que não declaradamente, os interesses de terceiros, incluindo do próprio Senegal, ao invés dos interesses do nosso País e do nosso Povo!
Quem quer ser Primeiro-ministro ou Presidente da Guiné-Bissau, deve ter sentido de Estado, deve ser suficientemente lúcido, para não se ridicularizar a si próprio.
Atacar o Presidente do Senegal, nesta altura, depois de atacar sistematicamente e sem resultados consequentes o Presidente da Guiné-Bissau, é um erro político gravíssimo, para quem quer voltar a ser Primeiro-ministro ou vir a ser Presidente da República da Guiné-Bissau, tendo em conta todo o processo de bloqueio político, institucional e social na Guiné-Bissau, que não advém directa ou indirectamente, de qualquer ingerência do Senegal, do seu Presidente da República e do seu Povo, nossos Irmãos!
Positiva e construtivamente.
Didinho 25.06.2019
Mas se quem devia ser árbitro começar a fazer parte do jogo e Senegal sempre meteu na politica de Guiné ou a sua memória é tão curta para esquecer o que tropas senegaleses fizeram com a população de Bissau tanta humilhação se sabes que vens para mentir não para tentar fazer com que irmãos parem de brigar então não vale pena ir cá com mentiras porque se alguém aqui esta contra o povo da Guiné é o seu presidente que quer ser ao mesmo tempo primeiro ministro é o presidente
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