A título de exemplo, e só para citar algumas incongruências, o Partido da Renovação Social gostaria de relembrar ao povo guineense, a abusiva interpretação que o PAIGC andou a fazer aos textos dos Acordos de Conakri, sobre a alegada indigitação de Augusto Olivais, para primeiro-ministro, quando todos sabemos que nenhum nome fora mencionado nas negociações em Conakri, aliás, como dissera, e bem, o presidente Alpha Condé, tratava-se de uma matéria de soberania, pelo que a mesma deveria ser remetida para a esfera da responsabilidade e competência do Presidente guineense, José Mário Vaz.
No entretanto, como exemplo, de como a hipocrisia e a mentira estão sempre presentes nos discursos do PAIGC, nunca mais se ouviu falar de Augusto Olivais, e nem sequer o seu nome figurou nos lugares ilegíveis nas listas do PAIGC para deputado à Assembleia Nacional Popular.
Outro exemplo flagrante da ambiguidade e mentira políticas nos pronunciamentos do PAIGC, foram os diversos cenários propostos para recenseamento eleitoral que o primeiro-ministro do PAIGC quis defender, indo contra a lei e contra todos, não fora a pronta intervenção da comunidade internacional na arbitragem dessa matéria, para que cumprisse o cenário condizente e conforme à Lei do recenseamento eleitoral em vigor. Não contente com essa derrota, o PAIGC promoveu um recenseamento eleitoral seletivo, que se traduziu, entre várias outras irregularidades, na ausência de brigadas de reclamação, privando, deste modo, os eleitores dos seus adversários do exercício desse elementar direito, e consequentemente, excluindo, deliberadamente, milhares de eleitores da possibilidade de votar.
Por isso, é que o PAIGC não consegue, e nunca conseguirá explicar a diferença abissal, para menos, do número de cidadãos recenseados entre 2014 e 2018, quando, e como em qualquer geografia eleitoral, a tendência é para se registar um crescimento. Saliente-se uma outra questão, que não é de somenos, que é o fato de que o PAIGC nunca conseguirá explicar a fraude que envolve a exclusão dos cerca de 200.000 cidadãos eleitores que não conseguiram exercer o seu direito de voto no passado dia 10 de março.
A tamanha irresponsabilidade do PAIGC, no empenho de tudo fazer para ganhar estas eleições legislativas, refletem-se agora, por um lado, na má gestão da política no setor da Educação, que a continuar por este caminho, levará o país à inevitável perda do ano letivo, e por outro, na catastrófica gestão da campanha de comercialização da castanha de cajú, na safra deste ano, cujas consequências ainda estão por dimensionar.
Por último, importa alertar o nosso povo e a comunidade internacional sobre as curiosas coincidências que sempre se registam, com o surto exponencial de drogas, quando os Governos são geridos por dirigentes do PAIGC.
Estas, e tantas outras irresponsabilidades do PAIGC no incumprimento das Leis da República, nomeadamente, no que toca à extraordinária interpretação abusiva que faz das normas que regem a composição da Mesa da Assembleia Nacional Popular, é que, verdadeiramente, estão na origem do atraso na nomeação de um novo governo saído das últimas eleições.
Na realidade, não se pode “pôr o carro à frente dos bois”. Se o Governo é uma emanação da ANP, é mais natural e legítimo que ele se forme após a formação do parlamento, e não antes, como pretende o PAIGC, como aliás, na prática desta organização, é useiro e vezeiro, pôr os seus interesses antes dos interesses do país. Vá-se lá saber quem é menos “assertivo”: o PAIGC, ou os tais membros da comunidade internacional, que são aludidos no seu comunicado de sábado.
Bissau, 6 de maio de 2019
Alberto M’Bunhe Nambeia
Presidente
Prs Bissau
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