Os funcionários da rádio, televisão e agência noticiosa da Guiné-Bissau iniciaram hoje uma greve de cinco dias para reclamarem o pagamento de salários e melhorias de condições de trabalho, disse à Lusa o sindicalista Cussa Cissé.
O sindicalista adiantou que a greve serve para reivindicar do Governo o cumprimento de um acordo assinado há mais de um ano e que possibilitou, na altura, o levantamento de uma paralisação laboral.
Dos 17 pontos do acordo de então, Cussa Cissé destaca o pagamento de uma dívida com os funcionários da rádio, televisão, agência e jornal Nô Pintcha, que ronda os 150 mil euros, a efetivação de "dezenas de estagiários" nos quatro órgãos públicos e ainda a melhoria de condições de trabalho.
Cussa Cissé, que é também presidente do comité sindical na Radiodifusão Nacional da Guiné-Bissau (RDN) denunciou uma alegada exigência do Governo em mandar retomar o funcionamento da rádio com o recurso aos estagiários, disse.
"É uma exigência ilegal que não podemos admitir", declarou Cissé, que acusou o Governo de falta de diálogo, referindo que os sindicatos vão entregar, na quarta-feira, um novo pré-aviso para uma greve de dez dias.
Cussa Cissé acusou também o Governo de ter colocado polícias no centro emissor de Nhacra, local onde se encontram, além de emissores da rádio e televisão da Guiné-Bissau, os equipamentos da RDP, RTP e Rádio França Internacional (RFI).
Por terem aderido à greve, os funcionários do centro emissor de Nhacra tinham ordens do sindicato para desligar os equipamentos dos três órgãos internacionais - desta forma dar maior impacto à reivindicação, mas a polícia não os deixou sequer chegar perto dos emissores, indicou Cissé.
A greve hoje iniciada nos quatro órgãos de comunicação social públicos é a quarta nos últimos dois meses.
Foto: Braima Darame
dn.pt/lusa
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