quarta-feira, 27 de junho de 2018

SOBRE O DITO “RESGATE AOS BANCOS”

Fonte: Movimento DSP Sol Maior

A gigantesca mentira política e jurídica dos últimos tempos na Guiné-Bissau tem um nome: Resgate aos Bancos.

Para iniciar não houve nenhum Resgate aos Bancos. O que sucedeu foi a COMPRA DO CRÉDITO MAL PARADO dos empresários nacionais.

Vamos por parte para explicar a este povo martirizado o que aconteceu na verdade:

- Em 2012 os bancos nacionais emprestaram dinheiro aos empresários, para a campanha de castanha de caju. Teve golpe de Estado (12 de Abril de 2012), que comprometeu a campanha da castanha e colocou vários empresários na impossibilidade de ressarcir os bancos;

- De 2012 a 2014 os bancos (BAO e BDU) não conseguiram recuperar os créditos mal parados. Apesar de terem dinheiro para financiar a economia, a Comissão de Credito da UEMOA proibiu os Bancos de financiarem a economia, por causa dos empréstimos tóxicos ou mal parados que têm. O que estava a ter impacto negativo nos Bancos, pois eles vivem de créditos.

- O dito processo de “resgate” (como expusemos é compra de credito mal parados) iniciou com o Governo de Transição. Depois da tomada de posse (eleições 2014) este dossiê não integrou a gama da prioridade para novo Governo, por isso só foi efetuado em Julho de 2015, devido a pressão do sector privado, dos Bancos, principalmente do Presidente da República Jomav que em cada discurso dizia que o sector privado estava sem dinheiro. Com tudo isso e divido rumores de insatisfação do PR e choque entre o PR e o executivo, o então Ministro das Finanças resolveu prosseguir com a operação, solicitando autorização do Primeiro-Ministro na altura, DSP Sol Maior, pensavam que talvez com isso o Presidente sentiria satisfeito, pois era uma operação que beneficiaria os seus aliados (Braima Camara e demais empresários).

O que aconteceu de concreto?

Como os empresários não conseguiram pagar os créditos, como os Bancos não podiam mais financiar o sector privado, decidiu-se avançar com a operação contabilística seguinte:

1. Como o Banco tem dinheiro, mas não pode financiar o sector privado, vai financiar o Estado (pois o Estado tem mais garantias). Então o Banco (BAO e BDU) vai colocar na conta do Estado (conta essa aberta no Respetivo Banco) o montante da divida que tem com os empresários (Exemplo o BAO tinha um total de mais ou menos 26, 27 Bilhões de créditos mal parados) e de seguida o Banco vai retirar este mesmo dinheiro e colocar na conta dos empresários que tinham a dívida com o mesmo Banco, para que as suas contas registassem “zero credito”.

Reparem bem, isto é muito importante: O Banco não deu dinheiro líquido ao Estado, o Estado não deu dinheiro aos Bancos, o Banco não deu dinheiro nas mãos dos empresários, mas sim contabilisticamente o Banco lançou o valor em causa na conta do Estado e de seguida retirou a mesma soma e redistribuiu para a conta negativa dos empresários (essas contas dos empresários ficou em zero porque estava negativo).

Na criol: Banco BAO pui na konta ku Estado tene na próprio BAO 27 Bilion, dipus i tiral na kil konta di Estado i koloca 6 bilion na konta negativa di empresário Amadu, 4 bilion na konta negativa de empresário Ntoni assim sucessivamente pa liquida se dibidas, logo és empresarios passa fica sim dibida, mas i ka kuma é dadu dinheiro na mon pa bai casa ou pa kumpra karro ou pa bai faci negocio. Banco koloca so ki dinheiro na se konta i liquida se dibida cu mesmo banco (si djintis ca ntindi é ta konta pa nó desenha).

2. Depois disso, o Estado passou a ter crédito com os Bancos, um crédito que vai pagar daqui a 10 anos e com um juro muito baixo. 

O Estado deu mandato aos Bancos, como já tem garantias reais dos empresários (Hotel, armazéns, casas etc.), para cobrarem os empresários. Tipo é como se estes empresários ainda continuam a ter dívidas com os Bancos. Caso não pagarem os Bancos podem executar a hipoteca dos seus bens.

Foi o que aconteceu. Mas qual é a vantagem disso:

- Os Bancos passaram a poder financiar a economia e o sector privado, porque já estão livres dos empréstimos mal parados;
- Os bancos vão poder voltar a pagar os impostos sobre o rendimento ao Estado, algo que não pagaram desde 2012, porque no final de cada exercício económico registam sempre saldos negativos por causa dos tais empréstimos mal parados.
- Os impostos que serão pagos pelos Bancos vai servir para amortizar o crédito que o Estado tinha com os mesmos e quando o sector privado pagar as suas dívidas o Estado vai recuperar este dinheiro (alias já se pagou uma soma considerável desta divida (de 2016 a 2018).
- Não houve nenhum dinheiro do Estado capitalizado aos Bancos. 

Não houve nenhum dinheiro nas mãos das pessoas (governantes, empresários) salvo o custo com advogados. Foi tudo efetuado contabilisticamente. É basicamente tipo transferência das obrigações. O único mal que se possa considerar aqui é o aumento da dívida do Estado (foi alegacão do Banco Mundial e FMI), mas existem garantias de pagamento como foi explicado atrás.

O pior disso tudo é a desonestidade das pessoas que mais beneficiaram com este processo. Se a intenção era roubar alguma coisa do Estado, se a intenção era facilitar os amigos, se não fosse para resgatar a ecomimia do país através do sector privado, como é que o Governo de DSP iria avançar com uma operação, onde o maior beneficiário é o Braima Camara (maior devedor dos Bancos), que declarou DSP como inimigo?

O Braima é o maior devedor dos Bancos e quem mais beneficiou com o processo em questão, mas hoje é o mesmo senhor, que tem quase todos os bens penhorados (de hotel Malaika aos armazéns e casas) que está a corromper a Procuradoria para avançar com um processo sem pé e sem cabeça, só para saciar a sua sede de vingança pelas sucessivas derrotas politicas.

Processo sem pés e sem cabeça por quê?

Geraldo Martins que foi Ministro das Finanças e principal suspeito no dito processo de “resgate”, por que é que não foi preso até hoje se esta operação é de corrupção? Pior de tudo, abriu-se um processo contra ele no Ministério Publico, investigaram dos pés a cabeça, ouviram os Bancos, mas não encontraram nada de crime de corrupção. No âmbito do dito processo judicial, inicialmente o Geraldo foi acusado pelo Ministério público de três crimes:

1. Gestão danosa (segundo MP contraiu divida com os Bancos, prejudicou Estado etc.).
2. Usurpação de poderes (segundo o MP decisão de avançar devia ser tomada no Conselho de Ministros. E,
3. Violação das normas de execução orçamentária (segundo MP o contrato com os Bancos não estava escrito no Orçamento Geral do Estado)

Quando o processo chegou ao JIC (Juiz de Instrução criminal), duas das acusações caíram por terra: 
1. Gestão danosa foi retirado pelo próprio Ministério Publico, porque não houve nenhum dinheiro nas mãos das pessoas, o Estado não foi lesado, pois foi uma operação contabilística que resultou apenas na contração de divida com garantias de pagamento, para salvar o sector privado.
2. O JIC desmoronou a segunda incriminação falaciosa “usurpação de poderes’, porque o MP não apresentou nenhuma base legal, nenhum artigo onde está escrito que a decisão de contrair empréstimo, devia ser tomada no Conselho do Ministro. Então sobejou apenas uma acusação: Violação das normas de execução orçamentária (quem quiser saber sobre isso e só investigar, mas não tem nada a ver com corrupção como foi explicado atras). E neste ápice o processo aguarda julgamento. Mas é claro que não haverá nada porque não houve nenhum crime.

Alias se contrair empréstimo é crime por não estar inscrito no orçamento Geral de Estado aprovado, o que se pode dizer dos diferentes governos de iniciativa presidencial que sem orçamento e nem programa de Governo aprovado contraíram varias dívidas em nome do Estado. Isto já não é crime?

Pior de tudo isso, depois de terem a consciência que não terão nada com este processo de “Resgate”, depois de tentarem tudo contra DSP sem sucesso, querem agora, com aproximar das eleições, numa clara demonstração de frustração e desespero, manchar o seu bom nome (DSP), manusear a opinião pública, descerrando um novo processo com idênticos argumentos e acusações análogas que já fizeram contra o Geraldo e que esborrachou por terra. Qualquer Jurista honesto sabe que isso é uma distorção.

Hoje muitos falam do Resgate mas se lhes perguntarem o que é Resgate não sabem explicar (ignorantes).

Hoje muitos falam de “Resgatador dos Bancos” como se de assaltante de Banco tratasse, ou como se os Bancos colocaram dinheiro nas mãos das pessoas (hipócritas).

Carros irmãos foi exatamente isso que aconteceu. Não houve nenhum crime de corrupção por parte do Governo de DSP neste processo. Hoje essas pessoas que lançam pedras sabem que aquele era o único caminho para salvar a economia (os empresários e os Bancos).

Mas enfim é o país que nos temos.

Quem tiver duvidas que investigue em vez de estar a arrastar com mare das mentiras e a falar atoa das coisas que não entende.

Partilhar para que todos saibam a verdade.

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