Braima Camará, do "grupo dos 15" aponta o dedo a Domingos Simões Pereira e Cipriano Cassamá
A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) elaborou uma lista de personalidades da Guiné-Bissau alvo de sanções, que, segundo a organização, obstruíram a implementação do Acordo de Conacri.
A notícia é avançada por vários meios de comunicação internacionais e fontes bem colocadas afirmam que o documento, com data de 4 de Fevereiro e assinado pelo Presidente do Togo, Faure Gnassingbe, actual presidente da CEDEAO, aguarda algumas formalidades antes de ser publicado oficialmente.
Entre os principais decisores políticos, apenas o secretário-geral do PRS, Florentino Mendes Pereira, foi sancionado.
Da lista constam os dois últimos procuradores-gerais da República, vários elementos do chamado “grupo dos 15”, entre eles o seu coordenador Braima Camara, e um filho do Presidente da República, José Mário Vaz.
As sanções incluem a suspensão de participação nas actividades da CEDEAO, proibição de viagens e vistos às pessoas sancionadas e suas famílias e o congelamento de contas bancárias dos visados e dos respectivos membros da família.
Reacções
Em Bissau, ainda não há reacções oficiais, em virtude de o documento não ter sido divulgado pelos canais diplomáticos e formais.
A VOA falou com o deputado Braima Camará, cujo nome aparece na lista e que é apontado como coordenador do chamado “grupo dos 15”, afastados pela direcção do PAIGC.
Camará diz não acreditar numa decisão do tipo e que tudo não passa de uma encomenda.
“Não passa de uma lista manipulada, de uma mentira forjada por um certo sector politico aqui na Guiné-Bissau”, diz Camará, lembrando que a CEDEAO tem os seus procedimentos e tem uma representação oficial em Bissau, que deveria entrar em contacto com as pessoas citadas, “o que não aconteceu”.
Aquele deputado acrescenta não haver motivos para sanções porque “nós somos políticos, somos dirigentes, somos pacíficos, somos democratas e estamos no exercício das nossas actividades”
Questionado sobre o facto de nenhum líder partidário nem o Presidente da República constar da lista, Camará sublinhou que “isto prova que é uma lista falsa”.
“Se houvesse sanções, a primeira pessoa a ser sancionada seria o engenheiro Domingos Simões Pereira, líder do PAIGC, segundo o engenheiro Cipriano Cassamá, presidente da Assembleia Nacional Popular, que usurpou competências do plenário da Assembleia, bloqueando o seu exercício e funcionamento”.
Recorde-se que a CEDEAO anunciou que iria impor sanções aos dirigentes guineenses que obstruíram o cumprimento do Acordo de Conacri a partir do dia 1 de Fevereiro.
VOA
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