quarta-feira, 31 de maio de 2017

Dissidentes do PAIGC acusam partido de querer instalar caos na Guiné-Bissau

O grupo de dissidentes do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), principal partido da Guiné-Bissau, acusou hoje a direção daquela formação política de pretender instalar o caos com recurso aos jovens.

A posição foi hoje assumida numa conferência de imprensa proferida por Tumane Mané e Tomás Barbosa, dois elementos do grupo dos 15 deputados expulsos do PAIGC.

Segundo aqueles dois dirigentes, o PAIGC "caminha para o abismo" devido à ação da sua liderança e "quer instalar o caos" no país, situação que, disseram, não será aceite pelos militantes do partido.

Mané e Barbosa acusaram a direção do partido liderado pelo ex-primeiro-ministro guineense, Domingos Simões Pereira, de estar a instigar os jovens para protagonizarem atos de violência no país, mesmo que seja enfrentando as forças de ordem.

No sábado passado, confrontos registados entre manifestantes do Movimento dos Cidadãos Inconformados com a crise política no país e a polícia provocaram dezenas de feridos, entre os quais sete polícias.

"Não podemos aceitar que o PAIGC seja transformado no instrumento de caos e de desestabilização" do país, enfatizou Tumane Mané.

Tomás Barbosa, que também é atual ministro da Cultura e Desporto, defendeu, por sua vez, que é errado quando os jovens "se deixam instrumentalizar" ao ponto de pensarem que a Guiné-Bissau é a mesma coisa que a Venezuela.

"As realidades são distintas", afirmou Tomás Barbosa, pedindo aos pais para não deixarem os filhos participarem em manifestações "encomendadas", disse.

Dn.pt

PM guineense exorta polícia a usar qualquer método para manter dignidade do Estado

Bissau, 31 mai (Lusa) - O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, exortou hoje a polícia a usar "qualquer método, que achar conveniente", para restaurar a dignidade do Estado e não permitir a anarquia no país.

De regresso de uma viagem de trabalho a Israel, Sissoco Embaló reagiu, ainda no aeroporto de Bissau, aos incidentes ocorridos no último sábado, na sequência de uma manifestação de cidadãos inconformados com a crise política, que provocou dezenas de feridos, entre os quais sete polícias.

Para o primeiro-ministro guineense, situações como aquelas não se podem repetir.

Umaro Embaló disse ter trazido de Israel "gás lacrimogéneo" para a polícia "se defender melhor".

"Onde já se viu alguém a agredir a polícia até lhe partir a cabeça. Em que país é que estamos", questionou Embaló, citando outros países democratas onde, disse, a polícia também reage contra os manifestantes quando passam dos limites.

O chefe do governo guineense disse também não compreender o inconformismo dos jovens que se manifestam nas ruas de Bissau, acusando-os de se deixarem misturar "com bandidos" para perturbar a ordem pública.

Sobre a ameaça de haver sanções contra os líderes do país por parte da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO), Umaro Sissoco Embaló afirmou que não está minimamente preocupado.

"Até me rio, porque vejo que as pessoas estão a dormir neste país. Sanção contra um Presidente da República, um primeiro-ministro", observou Embaló, que afasta essa possibilidade lembrando que na Guiné-Bissau "não houve golpe de Estado".

"Somos um governo legítimo em funções", sublinhou o primeiro-ministro guineense.

MB // EL
Lusa/Fim

Guiné-Bissau: Ramos-Horta quer pulso firme de JOMAV

Guiné-Bissau continua confrontada com "grande imbróglio político", que exige uma posição firme do Presidente e uma solução guineense pela via do diálogo, defende José Ramos-Horta, em entrevista exclusiva à DW África.

José Ramos-Horta

O Prémio Nobel da Paz José Ramos-Horta apela à tranquilidade e ao entendimento na Guiné-Bissau. O político timorense pede ao Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, para reunir todas as partes do conflito na base de um diálogo sério com vista a salvar o país. A iniciativa presidencial, segundo José Ramos-Horta, deve durar o tempo que for necessário, até que seja possível definir uma agenda comum para os próximos 18 meses, que contribua para a estabilidade do país antes de eleições gerais.

Em Lisboa, José Ramos-Horta concedeu uma entrevista exclusiva à DW África, à margem das conferências do Estoril, que terminam esta quinta-feira (31.05) em Cascais, Portugal. O antigo Presidente de Timor-Leste, que representou as Nações Unidas em Bissau, depois do golpe de Estado de 2012, liderou a missão do Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS, na sigla em inglês), criada para a consolidação da paz no país.

Para Ramos-Horta, o Presidente guineense José Mário Vaz "pode ainda salvar a sua presidência, salvar o país, se for inspirado por essa responsabilidade que é a de um chefe de Estado. Mas é necessário também que os outros deem as mãos, que também deem um passo ao encontro do Presidente".

" É preciso encontrar uma fórmula muito guineense para amenizar as tensões," refere o homem que também foi ministro dos Negócios Estrangeiros e primeiro-ministro de Timor-Leste.

Protestos contra o Presidente da Guiné-Bissau,
em março de 2017
Acordo liderado por "algum amigo"

Ramos-Horta sugere que a solução para a crise na Guiné-Bissau deveria contar "com a facilitação de algum amigo, alguém de confiança e com experiência". "Todos os atores políticos e sociais guineenses participariam para estudarem uma agenda mínima de ano e meio para acalmar o país, resolver algumas questões de urgência e - havendo um acordo mínimo que apazigue os ânimos - vamos então mobilizar apoio da comunidade internacional para ajudar a resolver a falta de pagamentos, sarar algumas feridas económicas e sociais, algum défice que há, para também compensar," considera o político timorense.

Ramos-Horta diz que não quer dar lições a ninguém, mas sim "continuar a ajudar", facilitando o diálogo como observador - depois de ter servido, durante ano e meio, como representante especial do secretário-geral das Nações Unidas, no tempo de Ban Ki-moon.

"Tenho andado em diálogo com gente das Nações Unidas, alertando o secretário-geral [António Guterres], o Departamento dos Assuntos Políticos, que é necessário fazer algo. Não se pode abandonar a Guiné-Bissau. Primeiro, apesar de tudo, o país não está em guerra. Não é Mali, não é República Centro-Africana nem Sudão do Sul. É preciso reconhecer o papel das Forças Armadas, que tem-se mostrado com muita disciplina, muita maturidade, não se imiscuindo mais nas querelas políticas da Guiné-Bissau. Tem que manter essa postura," defende 

O papel do Presidente

José Mário Vaz era um dos oradores das Conferências do Estoril, o qual se avistaria certamente com Ramos-Horta para falar da difícil situação política na Guiné-Bissau. Ambos encontraram-se em fevereiro deste ano em Bissau, entre as reuniões de consulta que o Prémio Nobel da Paz teve com várias autoridades e figuras da sociedade civil guineense.

Ramos-Horta esteve no país, na altura, para participar numa conferência sobre reconciliação e não numa missão de mediação – esclarece. Entende as manifestações de protesto contra o Presidente porque, afirma, "o povo está cansado, os jovens estão cansados, as escolas não funcionam, os funcionários não são pagos e, dado o imbróglio político, a comunidade internacional não liberta os dinheiros prometidos - e isso gera então contestação".

Devido a essa situação, "é preciso o Presidente tomar o pulso da situação com inteligência, com pragmatismo e com humildade," acrescenta.

Ramos-Horta dá a conhecer que não tem planos para regressar à Guiné-Bissau, mas deixa as portas abertas caso receba algum convite por parte das instituições soberanas guineenses, prometendo trabalhar sempre com as representações da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), União Africana (UA), União Europeia (UE) e da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

DW

MINSA LANÇA CAMPANHA DE DISTRIBUIÇÃO DE MOSQUITEIROS IMPREGNADO


O ministério da saúde (MINSA) em parceria com Fundo Mundial lançou oficialmente esta quarta-feira a campanha nacional de distribuição de mosquiteiros impregnado de longa duração.

O acto oficial foi presidido pela primeira-dama Maria Rosa Vaz que na ocasião reafirma o seu engajamento e sua determinação em tudo fazer para que a radicação do paludismo seja uma realidade no país, tendo apelado as mães, membros das comunidades e população em geral para aderirem a esta campanha “ e que os mosquiteiros sejam utilizados conforme as orientações dos técnicos do ministério da saúde pública”.

 Pediu igualmente que todas as medidas de prevenção da doença sejam aplicadas “porque só assim poderemos contribuir para diminuição do paludismo nas crianças e nas mulheres grávidas”.

Entretanto o ministro da saúde Carlios Barai sublinhou que desta vez não vai haver mosquiteiros da MILDA nos mercados como tem sido a prática no passado. “ Das informações que tenho é que nas campanhas passadas as distribuição são feitas depois aprecem lotes dos mosquiteiros no mercado de Bandin a serem vendidos. Mas desta vez pensamos que será diferente porque as medidas serão tomadas. Se porventura apanhamos alguém com mosquiteiro no mercado, ele será obrigado a denunciar o técnico que lhe forneceu”, avisou.

Para o representante da OMS no país Aygan Kossi a malária representa uma grave ameaça a saúde e “ é uma das principais causas da pobreza na Guiné-Bissau. A camada mais afectada são as crianças menos de cinco anos que representam cerca de 41% de todos os casos e 45% de todas as mortes”, explica.

Por: Luciano Carlos Djaló
Radiosolmansi

O primeiro-ministro, Umaro Sissoco Embalo, criticou atitude de manifestantes do Movimento de Cidadãos Conscientes e inconformados, que levou ao confronto físico com as forças de segurança.

O primeiro-ministro, Umaro Sissoco Embalo, criticou esta quarta-feira (31 de Maio) atitude de manifestantes do Movimento de Cidadãos Conscientes e inconformados, que levou ao confronto físico com as forças de segurança.

Umaro Sissoco que falava esta manhã a chegada ao país vindo de Israel após um périplo de alguns dias defendeu por outro lado que ninguém tem o direito de agredir as autoridades.

«Lamento muito a agressão as forças policiais porque sou homem do Estado, ninguém tem o direito de agredir as autoridades, felizmente outros países matam os manifestantes, mas isso não é caso da Guine Bissau. 

Trouxe comigo de Israel gaz lacrimogénio para ajudar policias a defender-se. Apesar de não ser todos manifestantes, mas quando temos delinquentes que agridem as forças policias, que moral tem para quem disse querer ser amanhã presidente ou primeiro-ministro deste país ao pactuar com a violência contra forças policiais?”

 Confrontado sobre a projecção de novas marchas no próximo sábado, Embalo mostrou-se aberto, afirmando que a autoridade policial estará preparada para fazer o seu trabalho.

Embalo avançou sobre a possível cooperação com as autoridades israelitas entre as quais a formação no domínio da agricultura e na área de defesa e segurança

«Solicitei a formação, como sabem, hoje não há geração de engenheiros electrotécnicos, também solicitei uma formação no domínio da agricultura e acho que brevemente uma delegação chefiada pelo ministro da agricultura porque Israel é conhecida na tecnologia no domínio agrícola e ainda formação na área de defesa e segurança, porque precisamos formar as pessoas, quando formamos as pessoas não vai haver as pessoas inocentes, muitas coisas que acontece no país é porque as pessoas são inocentes», concluiu.

Por: Braima Sigá
Radiosolmansi

Centenas de mortos e feridos após ataque bombista junto a embaixada alemã

Explosão na zona diplomática da capital do Afeganistão fez dezenas de mortos e centenas de feridos.



O rebentamento de um carro armadilhado junto à embaixada da Alemanha em Cabul fez vários mortos e feridos esta manhã (08h25 no Afeganistão, 04h55 em Lisboa).

O porta-voz ministerial Ismail Kawusi confirmou à agência Efe que 80 pessoas morreram e mais de 300 ficaram feridas. Já o Ministério da Administração Interna afegão, citado pela agência Associated Press, diz que morreram 64 pessoas e 320 ficaram feridas.

Não se sabe qual era o alvo do ataque uma vez que vários edifícios, incluindo as embaixadas de França e da Alemanha, foram afetados pela explosão na rua onde se encontram embaixadas e escritórios do governo, perto da praça Zanbaq.

Presidente afegão condena veementemente o atentado de Cabul




O presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, condenou veementemente o atentado de Cabul que fez hoje pelo menos 80 mortos segundo o último balanço provisório.

Segundo as autoridades, o atentado que ainda não foi reivindicado foi levado a cabo por um bombista suicida que fez explodir um carro armadilhado numa zona onde se situam várias representações diplomáticas da capital afegã.

"Os terroristas, mesmo no mês sagrado do Ramadão, no mês de deus e de oração, não param a matança do nosso povo inocente", refere a nota emitida pelo gabinete do chefe de Estado afegão.

O Paquistão também condenou "fortemente o atentado terrorista de Cabul" acrescentado que a explosão em Cabul causou a perda de vidas e provocou "muitos" feridos.


A declaração do Paquistão refere que o ataque provocou danos em várias residências de diplomatas paquistaneses que sofreram ferimentos ligeiros.

Funcionários da embaixada alemã em Cabul feridos no atentado de hoje



A explosão de hoje em Cabul feriu funcionários da Embaixada da Alemanha e matou um guarda afegão no exterior do edifício, disse hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Sigmar Gabriel.

O chefe da diplomacia alemã afirmou que todos os trabalhadores da embaixada estão já em segurança e enviou condolências à família do segurança morto.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Alemanha ativou um gabinete de crise para lidar com a situação, após a explosão que abalou o centro da zona diplomática de Cabul, uma área de alta segurança onde se encontram várias embaixadas.

"Os nossos pensamentos estão com as famílias e amigos das vítimas. Desejamos aos feridos uma recuperação rápida", disse Gabriel, prometendo que o ataque não abalará a determinação alemã em "apoiar o regime afegão com a estabilização do seu país".

Pelo menos 80 pessoas morreram e mais de 300 ficaram feridas no atentado que ocorreu hoje em Cabul, perto do Palácio Presidencial e onde se encontram várias embaixadas e edifícios governamentais, segundo o Ministério de Saúde Pública afegão.

O atentado foi executado com um carro armadilhado, pelas 08:25 (04:55 em Lisboa), no distrito policial 10, perto da praça de Zanbaq, na área diplomática da capital, informou na sua conta oficial de Twitter o porta-voz do Ministério afegão do Interior, Najib Danish.

As embaixadas de França e da Alemanha sofreram "danos materiais" com o atentado, informou a ministra dos Assuntos Europeus francesa, Marielle de Sarnez.


"Há danos materiais na embaixada de França, e há também danos materiais na embaixada da Alemanha", disse à rádio Europe 1, acrescentando que não há para já informação sobre a existência de vítimas.

Talibãs negam responsabilidade no atentado de Cabul


Cabul, 31 mai - Os talibãs negam qualquer envolvimento na explosão de um veículo armadilhado hoje em Cabul e que causou pelo menos 80 mortos e 300 feridos manifestando "condenação" pelos ataques contra a população civil.

"Os mujhaedines não têm nada com a explosão" indicam os talibãs através de um comunicado difundido pelo porta-voz Zabihulla Mujaid que acrescenta que os elementos do grupo não estão autorizados a preparar ataques "sem objetivos" como o que se verificou hoje em Cabul.

"O Emirato Islâmico (denominação dos talibãs) condena os ataques levados a cabo contra civis e em que se verificam baixas civis sem um objetivo claro", assinala o mesmo comunicado.

A explosão ocorreu às 08:25 (03:55 em Lisboa) no Distrito Policial 10, perto da Praça Zanbaq, junto das embaixadas da Turquia, Alemanha e Japão na capital do Afeganistão.

Até ao momento o atentado ainda não foi reivindicado.

O porta-voz da polícia de Cabul, Basir Mujahid disse à EFE que as primeiras investigações indicam que o veículo foi carregado com explosivos detonados numa zona onde se verifica sempre uma grande concentração de tráfego.

"O objetivo ainda não é conhecido mas (o atentado) foi perto da embaixada da Alemanha", disse o porta-voz da polícia assinalando que toda a zona foi isolada e que as investigações ainda decorrem.

A explosão ouviu-se em várias zonas da capital ocorreu a poucos depois do início do Ramadão.

Os dois últimos ataques bombistas de grandes proporções em Cabul, o último no princípio de maio, foram reivindicados pelo grupo Estado Islâmico mas os talibãs também têm levado a cabo uma série de ataques que provocaram muitos mortos entre a população civil.

Em março, um ataque dos talibãs contra um posto da polícia de Cabul fez 29 mortos e 122 feridos, a maior parte civis.


Em janeiro, um duplo atentado perto do Parlamento reivindicado pelos talibãs causou 30 mortos e 80 feridos.

NAOM

Uma campanha contra a inversão de valores e a favor de um mundo melhor


Luciete Neves

A primeira-dama guineense, Maria Rosa Vaz entregou, nesta terça-feira, uma viatura “minibus”, zero quilómetros, à escola nacional de surdos e mudos da Guiné-Bissau para reforçar a capacidade do estabelecimento no transporte das crianças com deficiência.

A doação enquadra-se nas atividades da Fundação da primeira-dama no âmbito das comemorações do dia internacional das crianças, 1 de Junho, que se assinala na próxima quinta-feira.

"Temos de ter atenção às crianças que sofrem", declarou a primeira-dama da Guiné-Bissau que pediu ainda mais atenção e proteção para as crianças guineenses.

A viatura, coaster, tem capacidade para transportar 30 pessoas.


Por: Alison Cabral

Braima Darame