sábado, 14 de outubro de 2017

DETIDOS FORMADOS NA PRISÃO DE BAFATÁ PRONTOS PARA ENTRAREM NO MERCADO DE TRABALHO


Os reclusos do estabelecimento prisional de Bafatá, leste da Guiné-Bissau, manifestaram-se esta sexta-feira (13 de outubro de 2017) à Rádio Jovem disponíveis para a reintegração no mercado laboral após o cumprimento das repetitivas penas.

Na sua maioria jovem, os prisioneiros beneficiaram de formação em áreas como a alfabetização, pecuária, serralharia e agricultura, graças ao projeto executado pela ONG italiana “Mani Tese”, denominado “Prisioneiro tene balur” que visa a reinserção social dos penitenciários guineenses.

Ouvido pela reportagem da nossa estação emissora, um dos reclusos que beneficiou de formação na área da serralharia, mas que não quis ser identificado, disse que a partir agora está em condições de contribuir para o desenvolvimento do país.

“Só tenho de agradecer a Deus pela oportunidade de ter a formação para no futuro dar a minha contribuição como guineense. Vou ser um homem diferente depois de cumprir a minha pena”, afirmou o jovem recluso.

O jovem recluso falava a Rádio Jovem à margem do encerramento da segunda fase do projeto de reinserção social e promoção dos diretos dos prisioneiros do país, cofinanciado pela União Europeia (EU) e executado pela ONG italiana “Mani Tese”.


Na ocasião, o responsável da formação da serralharia, João Gomes disse que estes jovens reclusos estão em condições de colaborar para o crescimento económico da Guiné-Bissau.

“Estou orgulhoso de fazer parte deste projeto, porque estes jovens apesar de serem reclusos, aceitaram aprender, por isso, estou confiante que no futuro vão integrar ao mercado laboral”, declarou João Gomes.

Usando da palavra no ato, o Coordenador do projeto, o italiano, Matteo Anaclerio, realçou a contribuição do executivo neste projeto, mas assegurou que a ONG vai continuar a auxiliar os reclusos na sua reinserção social.

“O projeto vai terminar, mas queremos continuar a desenvolver o nosso projeto dentro de Bafatá para apoiar as atividades produtivas para reinserção econômica”, argumentou o Coordenador do projeto.


A iniciativa serviu também para descobrir novos talentos artísticos entre a população prisional, através de uma oficina de desenho, e contou com a participação do artista plástico Hipólito Djata.

O projeto que teve duração de cinco anos, também realizou estas ações de formações nas diferentes áreas aos reclusos no estabelecimento de Mansoa.

A cerimônia do encerramento foi presidida pelo diretor geral das servições prisionais, Lino Leal, que na ocasião apelou a ONG italiana “Mani Tese” a desenvolver as atividades em prol dos reclusos guineenses.

//Alison Cabral
Radiojovem

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