Os navios a operar no mar da Guiné-Bissau vão ser obrigados a partir deste mês a depositar o lixo que produzirem na zona continental do país, indicou hoje o comandante dos Portos de Bissau, Sigá Batista.
"As centenas de navios que pescam nas nossas águas, nunca ouvimos ou vimos algum a vir a terra depositar o seu lixo. Estamos a falar de restos de comida, óleo do motor, cabos, redes de pesca, botijas, garrafas", disse o responsável marítimo guineense.
A partir deste mês, qualquer navio de pesca que venha ao continente entregar a quota do pescado para abastecer o mercado guineense terá de depositar também o lixo. Quem não respeitar a ordem será multado precisou Sigá Batista, prometendo chamar a imprensa no primeiro ato.
A medida, disse o responsável, visa cumprir com uma convenção internacional assinada pelo Estado guineense - mas nunca aplicada - sobre o fim da poluição marítima.
"Há estudos que apontam que, até 2050, se isto continuar assim, haverá mais lixo no alto-mar do que peixe", afirmou o comandante dos Portos de Bissau, alertando para o perigo que a situação poderia representar para a Guiné-Bissau "país essencialmente marítimo".
Sigá Batista disse que há todo o interesse em que o mar da Guiné-Bissau "seja acarinhado" por representar a riqueza do país, mais do que o caju, que é sazonal.
A zona marítima da Guiné Bissau representa duas vezes mais do que a parte continental do país, sublinhou Sigá Batista, prometendo uma "ação enérgica" da fiscalização, que passará a abordar qualquer navio a operar no mar guineense sobre a questão do lixo.
Os próprios marinheiros guineenses a operar nos navios de pesca estrangeiros serão instruídos para darem informações às autoridades marítimas sobre o lixo no mar.
MB // FPA
Lusa/Fim
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