segunda-feira, 31 de julho de 2017

Privatização da Cabnave: Governo cancela concurso internacional que foi ganha pelo Grupo ETE

O Governo da República acaba de anunciar que anula o concurso internacional da subconcessão da exploração da Cabanave – Estaleiros Navais de Cabo Verde, com sede em S.Vicente. Com esta medida do executivo do Ulisses Correia e Silva fica preterida a proposta do Grupo ETE- Empresa de Tráfego e Estiva de Portugal - que tinha sido seleccionada, pelo anterior governo, para a fase seguinte do processo da privatização dessa infra-estrutura naval, que seria a de negociação do acordo entre as partes para a sua exploração.


«O Governo tomou assim a decisão de cancelar o concurso internacional relativo à subconcessão da CABNAVE», lê-se numa nota do executivo a que o Asemanonline teve acesso. Tudo com o argumento de que a proposta inicial apresentada não corresponde às exigências do novo enquadramento para o sector e para S.Vicente.

O governo explica que a 13 de Novembro de 2015 foi lançado o Concurso Internacional para a Subconcessão dos Estaleiros Navais de Cabo Verde, situado na Ilha de São Vicente. «A proposta do Grupo ETE tinha sido a seleccionada para a fase seguinte do processo que seria a fase da negociação, algo que não chegou a acontecer. Contudo, o novo Governo, ditado pelas eleições de 20 de março de 2016, suspendeu o processo para que fosse analisado no sentido de se perceber se a estratégia definida estaria alinhada com a visão do Governo para o sector marítimo e em particular para a Ilha de São Vicente».

O executivo faz questão de esclarecer que a nova visão do Governo e a estratégia definida para o sector prevê o desenvolvimento integrado da economia marítima, com centralidade na ilha de São Vicente, traduzida numa Zona Económica Especial, na qual devem fazer parte toda a zona de jurisdição portuária do Porto Grande, incluindo a CABNAVE.

Exigências e Grupo ETE

Referindo-se a proposta inicial para a subsessão da Cabnave apresentada pelo Grupo ETE, o Governo informa que decidiu suspendê-la, por não corresponder às exigências do momento. «O Governo conclui que a modalidade previamente definida para o processo de subconcessão da CABNAVE não responde às exigências do novo enquadramento definido para o sector e para a Ilha de São Vicente», lê-se na nota que vimos citando.


Entretanto, o Grupo ETE . Empresa de Tráfego e Estiva, S.A. - domina a economia marítima em Portugal. Fundada em 1939 pelo Comandante Luiz de Figueiredo, avô dos atuais acionistas, vem especializando-se na operação portuária de carga e descarga de navios ao largo. Além de Portugal, opera em outros países da europa, América e África, actuando em áreas como Transporte Marítimo, Operações Portuárias, Engenharia e Reparação Naval, Transporte Fluvial, Operação Logística e Agente de Navegação.

Fonte: Asemana.publ.cv

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