Numa auscultação feita pela ANG para testar o poder de compra dos cidadãos em meados das duas festas mais importantes para os guineenses, os entrevistados foram unânimes em considerar o momento de muito delicado e a instabilidade política está a pôr em causa os preparativos uma vez que os funcionários públicos não estão a receber na hora os seus ordenados.
Paulo Có sapateiro residente em Bissau no Bairro de Cuntum disse que da sua parte ainda não começou os preparativos como de costume porque a situação não está a favorecer, acrescentando que não dispõe ainda de dinheiro e os clientes aparecem a conta gota porque como sabem os salários dos funcionários são pagos muito tarde.
“Quando isso acontece o negócio cai o que era poupado vai para as despesas quotidianas tais como, escolas das crianças, renda da casa entre outras. Por isso digo que para mim parece que ainda estamos em meados de Março”, lamentou, acrescentando que se não houver um entendimento entre os políticos para normalizar o país será mais uma festa em crise e sem dinheiro.
Por sua vez, a cidadã Carlota Vaz funcionaria pública salientou que sempre nos primeiros dias de Dezembro ela já estava avançada em termos de preparativos para o dia do menino Jesus, mas segundo as suas palavras este ano ainda não conseguiu mudar a pintura da sua casa por falta de fundo.
Esta cidadã responsabiliza os políticos pela dificuldade que o povo está a passar uma vez que nem salário estão a conseguir pagar no tempo certo o que complica ainda mais a vida da população.
“Se recebemos o salário do mês de Outubro em Novembro e eventualmente viermos a receber o de Novembro em Dezembro e com certeza o vencimento de Dezembro será pago só em Janeiro do próximo ano, por isso não quero ser pessimista mais tudo indica que a festa desse ano será difícil.
Para Maria de Santa residente em Bissau o momento e de incerteza em relação aos preparativos, ela explicou que o pouco que resta da sua poupança será aplicada na comprar de certos artigos que neste momento estão a ser vendidos num preço acessível de forma a poder guarda-los para a festa porque caso contrário vai correr o risco de passar as festas numa situação que segundo la nem quer pensar.
“Por isso nós as mães pedimos um entendimento entre os políticos e dirigentes desse país, porque quando há problemas os mais fracos é que pagam e os comerciantes não perdoam em termos de preços. Mas esperamos que até os dias mais próximos da festa a situação pode alterar para que toda a família possa gozar de uma forma normal as festas do natal e do Ano Novo“, disse.
Por seu turno, o cidadão Bruno Rodriguês mecânico de profissão disse que a sua família ainda não iniciou as compras uma vez que a situação do país não está a ajudar, tendo afirmado que os problemas políticos sempre refletem nos problemas sociais e o rendimento cai porque cada um toma precaução com os gastos.
“Eu tenho três filhas que precisam da roupa, sapatos porque o Natal é um dia de festas, por isso estou a acumular um pouco que ganho diariamente, apesar de o número de clientes reduzir. Espero começar a fazer as minhas compras lá para os dias 15 a 20 do corrente mês porque o importante é a saúde e alimentação”, frisou, tendo desejado coragem e esperança para o povo principalmente os mais necessitados.
ANG/MSC/ÂC/SG
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