Ergue-se, neste período particularmente sombrio da história nacional, uma palavra de apreço e profunda gratidão ao General Umaro Sissoco Embaló. A confiança que demonstrou, a firmeza estratégica com que conduziu o Estado e a decisão soberana de nomear Braima Camará como Primeiro-Ministro constituíram marcos de responsabilidade política elevada. Não se tratou de um simples ato administrativo, mas de uma afirmação clara de visão, de projeto nacional e de compromisso com a estabilidade republicana.
O golpe de Estado que interrompeu esse ciclo - em plena celebração democrática - expôs, de forma brutal, a vulnerabilidade das instituições do país. Quando o Presidente da República é derrubado pela força, todo o edifício democrático desaba com ele, preservando-se apenas a autonomia do poder judicial. Além disso, resta-nos recorrer à esperança histórica de que a nação reencontre o seu trilho constitucional.
Braima Camará e o General Umaro Sissoco Embaló permanecem, mesmo afastados dos cargos que legitimamente exerciam, entre os mais notáveis filhos da Guiné-Bissau contemporânea. São líderes que pensam o país real: o país da pobreza persistente, da juventude privada de oportunidades, das mulheres e dos homens que sustentam a nação. São líderes que não esquecem os combatentes da liberdade da pátria nem abdicam do imperativo moral de projetar o futuro coletivo. A história nacional - lenta mas implacável - há de reconhecê-los como arquitetos de desenvolvimento e referências de Estado.
Braima Camará personificou, durante o seu mandato, o Primeiro-Ministro que o povo reclamava há décadas. Esse anseio não era apenas político, mas profundamente social - o verdadeiro sonho do Bá di Povo. Em qualquer democracia autêntica, o poder reside no povo, e somente nele.
Com a deflagração do golpe, as funções de Estado foram abruptamente interrompidas. Alguém precisava assumir provisoriamente a responsabilidade institucional para evitar o vazio total de poder. Assim, o General Horta Inta-a assumiu interinamente a presidência e nomeou Ilídio Vieira Té para a chefia do Governo — uma solução emergencial ditada pela conjuntura, e não pela vontade popular nem pelo mandato democrático.
O ex-Presidente General Umaro Sissoco Embaló, no exercício legítimo do seu mandato, havia nomeado Braima Camará como Primeiro-Ministro com base na confiança política, ética e estratégica que sempre partilharam. Homem íntegro, de postura humilde e visão rara, Embaló foi ilegalmente afastado no golpe do dia 26. Ambos sustentavam um programa claro de desenvolvimento e conduziam um ciclo de reformas estruturantes essenciais ao país. Nada indica que esse projeto tenha morrido - apenas foi interrompido. A história tem o hábito de recompor alianças entre aqueles que carregam o país no coração.
Importa, ainda, dirigir uma advertência firme aos incendiários do PAIGC e aos discípulos do caos liderados por DSP e Fernando Dias da Costa. É profundamente lamentável testemunhar-vos, confortavelmente instalados na Europa, a atiçar a instabilidade que corrói a pátria que afirmam defender. A vossa política de destruição não ergue nada; limita-se a sabotar o esforço coletivo que o povo tenta construir com dignidade e sacrifício.
Braima Camará continua - dentro e fora do cargo - a ser um homem de Estado completo: conhecedor profundo da máquina pública, politicamente maduro e comprometido com o interesse superior da nação. É essencial recordar um princípio estrutural da ordem constitucional: quando cai o Presidente da República, cai todo o Governo. Assim funciona o Estado, assim se organiza a democracia. Por isso, é imperioso que alguns aprendam a raciocinar com seriedade ao analisar a crise política atual. O poder não pode permanecer no vazio nem nas ruas; exige legitimidade constitucional e responsabilidade institucional.
O povo clamou, pediu e aspirou ver o General Embaló e o Bá di Povo Braima Camará concretizarem os seus programas de modernização institucional, desenvolvimento económico e estabilização duradoura da Guiné-Bissau. E continua a ser - ontem, hoje e sempre - a voz do povo a bússola moral e histórica da nação.
28/11/2025

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