© Global Imagens por Natacha Nunes Costa noticiasaominuto.com 09/10/2025
Francisco Louçã defendeu, na SIC Notícias, numa entrevista dada recentemente, que existiram "dois governos" em relação ao tema da flotilha humanitária que seguiam rumo a Gaza, com quatro portugueses a bordo, entre os quais Mariana Mortágua, a líder do Bloco de Esquerda (BE)
Para o comentador, Nuno Melo, ministro da Defesa, procurou "criminalizar os participantes da flotilha", apontando-os como "apoiantes do terrorismo". Já o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, teve uma atitude mais cautelosa, apesar de estar longe de ter sido a mais adequada.
"Isto é uma questão muito séria para Portugal e para a Europa. Assim como os participantes da flotilha foram tratados como terroristas pelo governo de Israel, Benjamin Netanyahu afirma, também em comunicado oficial, que António Guterres é cúmplice do terrorismo e a agência da ONU foi proibida de operar na Faixa de Gaza", notou Louçã.
O antigo coordenador do BE considera ainda que, perante um cenário de "desumanidade e barbárie”, o Governo tem “mantido o silêncio" e que a decisão de reconhecer oficialmente o estado da Palestina peca por ter sido "tardia".
Sobre o fim do conflito, Louçã diz que se foram cumpridas todas as promessas, isso será "um enorme alívio".
Sobre o Hamas, o antigo conselheiro de Estado disse que este grupo "é inimigo do povo palestiniano", ao contrário do que muitos fazem crer.
"Prejudica, impede e não contribui para uma paz. Qualquer plano tem que ter o respeito pelas decisões do povo da Palestina. Não pode ser um cônsul Tony Blair, não pode ser Donald Trump, não podem ser as forças de Netanyahu a governar aquele território, tem de ser o povo da Palestina", concluiu.
Recorde-se que a flotilha que queria furar o bloqueio de Israel a Gaza, com ajuda humanitária, foi impedida de o fazer. Os tripulantes das embarcações foram detidos e repatriados para os países de origem. Entre eles estavam quatro portugueses: Mariana Mortágua, do BE, a ex-manequim e atriz Sofia Aparício e os ativistas Miguel Duarte e Diogo Chaves. Todos vão ter agora de pagar integralmente o custo da viagem de regresso a Portugal.
Entretanto, Israel e Hamas aceitaram a "primeira fase" do cessar-fogo e hoje poderão aprovar o plano de paz.
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O coordenador humanitário da ONU, Tom Fletcher, revelou hoje que as equipas das Nações Unidas estão "totalmente mobilizadas" para que os seus camiões possam entrar em Gaza e entregar alimentos e outros bens básicos.


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