terça-feira, 31 de dezembro de 2024

Geraldo Martins: “GUINÉ-BISSAU ESTÁ A VIVER NUMA SITUAÇÃO DE DUPLA CRISE POLÍTICA E SOCIAL SEM PRECEDENTE NA SUA HISTÓRIA”

Por  O DEMOCRATA  30/12/2024

O vice-presidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Geraldo João Martins, afirmou esta segunda-feira, 30 de dezembro de 2024, que a Guiné-Bissau está a viver numa situação de dupla crise, política e social sem precedentes na sua história, desde o início da era democrática no país.

“Não há a Assembleia Nacional Popular a funcionar, um governo legítimo que é a expressão da vontade popular, instituições como o Supremo Tribunal de Justiça, a Comissão Nacional de Eleições partidas e daqui a dois meses não haverá uma Presidente da República eleito”, assinalou

Geraldo Martins falava no ato do encerramento do ano político de 2024, organizado pela Juventude Africana Amílcar Cabral (JAAC), em colaboração com a União Democrática das Mulheres (UDEMU), na sede principal do PAIGC, em Bissau.

O antigo Primeiro-Ministro do governo derrubado de PAIGC saído das legislativas de 4 de junho de 2023 disse que o ano que termina foi muito difícil não só para aquela formação política, mas também para o povo guineense que “foi vítima de muita repressão do atual regime que rapta, espanca e tira as liberdades fundamentais aos cidadãos”.

Geraldo Martins  afirmou na sua comunicação que apesar de toda essa situação, “não há repressão que possa travar a vontade livre de um povo” , defendendo que a vontade de expressão deve ser expressada em 2025, ano que provavelmente serão realizadas  possíveis  eleições gerais na Guiné-Bissau.

Martins disse não ter dúvidas que o PAIGC será o vencedor das próximas eleições presidenciais e legislativas, razão pela qual o escrutínio foi adiado, porque “sabiam que se fossem realizadas os libertadores ganhariam com maioria absoluta”.

“Se alguém tomar uma decisão de derrubar o parlamento, deve cumprir a lei, marcando, dentro de 90 dias, as  eleições, de acordo com a Constituição da República, devolvendo o poder ao povo. Infelizmente, isso não foi o caso, porque tem consciência clara que o povo escolheria  mesmo partido”, afirmou.

O dirigente do PAIGC assinalou que 2024 foi um ano especial, porque é ano do centenário de nascimento do Amílcar Lopes Cabral que, além de ser uma figura e personalidade multifacetada, sendo um cientista, intelectual, revolucionário, político e escritor,  é fundador do PAIGC e das nacionalidades guineense e cabo-verdiana.

“Todos os guineenses tiveram orgulho de celebrar o centenário do nascimento de Amílcar Cabral e o orgulho dos militantes do PAIGC é ainda mais redobrado, porque Cabral é uma figura mundial”, enfatizou.

Por seu lado, o Secretário Nacional da Juventude Africana Amílcar Cabral (JAAC), Ussumane Camará, informou que 2024 foi um ano de trabalho, de  grandes conquistas em termos de representação a nível internacional e organização das estruturas de massa do partido, sobretudo a juventude. 

“2024 não foi apenas um ano de massacre, espancamentos, lançamento de gás lacrimogêneos e prisões arbitrárias, sequestros, mas também o de conseguir grandes feitos internacionais, representando o partido nos palcos mundiais” , indicou.

Ussumane Camará alertou, neste particular, que 2025 não será um ano fácil, será, sim, um ano de grandes sacrifícios e desafios, porque” vai ser um ano de  tudo ou nada em que o PAIGC é condenado a demostrar a sua grandeza,  ganhar as presidenciais, as legislativas e as eleições autárquicas para melhor estar seguro para governar a Guiné-Bissau,  sem constrangimentos”.

Por: Aguinaldo Ampa

Foto: A.A

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