terça-feira, 1 de outubro de 2024

O Ministério da Defesa russo planeia recrutar nos próximos meses cerca de 20.000 homens presos preventivamente face à falta de soldados na guerra com a Ucrânia, avançou hoje o portal de investigação russo Important Stories (iStories).

© Vladimir Smirnov\TASS via Getty Images  Notícias ao Minuto  01/10/24 

 Ucrânia. Rússia vai recrutar 20 mil presos preventivos, diz portal russo

O Ministério da Defesa russo planeia recrutar nos próximos meses cerca de 20.000 homens presos preventivamente face à falta de soldados na guerra com a Ucrânia, avançou hoje o portal de investigação russo Important Stories (iStories).

Estes homens representarão cerca de 40% do número total de arguidos - cerca de 60.000 - que aguardam julgamento nas prisões russas, segundo uma fonte da defesa citada pelo 'media' independente. 

Um grupo de oficiais militares encarregue de recrutar soldados profissionais terá de selecionar os arguidos que estão em condições e dispostos a assinar contratos para combater na Ucrânia.

Dois advogados confirmaram ao iStories que as administrações dos centros de detenção provisória estão disponíveis para colaborem neste processo.

De acordo com a Defesa russa, cada prisão pode fornecer cerca de 100 homens. Segundo os dados disponíveis, existem 210 centros de detenção provisória em todo o país, o que significa que este processo de recrutamento tem um potencial de cerca de 20.000 soldados.

No primeiro ano de guerra na Ucrânia, o grupo mercenário Wagner, conotado com o Kremlin (presidência russa), recrutou cerca de 50.000 prisioneiros, a maioria dos quais morreu, desapareceu, desertou ou foi presa, de acordo com organizações de direitos humanos.

Os que regressaram da frente de batalha foram perdoados, de acordo com o falecido fundador do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, que calculou esse número em cerca de 5.000.

Na altura, os peritos da ONU alertaram para o facto de o recrutamento de condenados, que também teria lugar nas prisões dos territórios ocupados pelas tropas russas na Ucrânia, poder constituir um crime de guerra.

O Presidente russo, Vladimir Putin, está relutante em convocar uma nova mobilização de reservistas, após as críticas registadas aquando do anúncio da mobilização de setembro de 2022, que levou ao êxodo de centenas de milhares de russos para o estrangeiro.

A assinatura de contratos por parte dos voluntários caiu fortemente no primeiro semestre do ano, embora tenha aumentado bastante após a incursão surpresa ucraniana na região fronteiriça russa de Kursk em agosto passado, pelo que Putin se viu obrigado a aumentar o número de soldados do exército russo para 1,5 milhões.

A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.

Os aliados de Kiev também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.


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