Por Rádio Capital Fm / Senenews
O Primeiro-Ministro, Ousmane Sonko, afirmou a sua posição clara em relação à questão do véu nos estabelecimentos de ensino.
"Não aceitaremos mais a proibição do véu nos estabelecimentos de ensino", declarou durante a cerimónia de entrega de prémios aos melhores alunos do Concurso Geral de 2024.
"Algumas coisas não podem mais ser toleradas neste país. Na Europa, falam-nos constantemente do seu modelo de vida e estilo, mas isso depende deles. No Senegal, não permitiremos mais que certas escolas proíbam o uso do véu", disse Sonko com visível determinação.
As observações de Sonko suscitaram imediatamente diversas reações, refletindo a crescente tensão em torno desta questão.
Madiambal Diagne reagiu fortemente a estas declarações.
Segundo ele, "para o próximo ano letivo, as escolas católicas privadas prevêem regras estritas de "convivência" nos seus regulamentos internos. Imaginamos que o primeiro-ministro Sonko, que estupidamente acaba de abrir outra frente, colocará policiais em todas as escolas para se fazer obedecer."
Diagne critica assim o que considera uma interferência desnecessária nos regulamentos internos estabelecimentos de ensino.
Recorde-se que o Abade André Latyr Ndiaye criticou o tom das observações de Sonko, chamando-o de ameaçador.
O Abade sublinhou a importância da polidez e do respeito no discurso político. Evocou vários provérbios e figuras históricas para nos lembrar que assuntos delicados devem ser abordados com diplomacia e discernimento.
Ndiaye alertou contra declarações públicas potencialmente provocativas, argumentando que tais questões merecem um tratamento mais comedido, como o oferecido pelas tradições da árvore de palavrões.
O clérigo apelou a Sonko para concentrar os seus esforços em questões políticas cruciais, como a luta contra o custo de vida e o desemprego, e não em debates religiosos.
Para ele, os desafios económicos e sociais devem ter precedência sobre as questões do secularismo e da prática religiosa nas escolas.
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