terça-feira, 18 de junho de 2024

Muçulmanos terminam hoje cerimónias da peregrinação a Meca

© Getty Images
Por Lusa  18/06/24 
Os peregrinos muçulmanos terminam hoje o Hajj, ou peregrinação, sob intenso calor do verão com o terceiro dia do apedrejamento simbólico do Diabo e a última circunvalação da Kaaba, em Meca.

O ritual de apedrejamento de três dias em Mina, um local deserto nos arredores de Meca, faz parte dos ritos finais do Hajj e simboliza a expulsão do mal e do pecado.

Esta cerimónia começou um dia depois de os peregrinos se terem reunido no sábado numa colina sagrada, conhecida como Monte Arafat.

Os últimos dias do Hajj anual (peregrinação anual) coincidem com a celebração do feriado Eid al-Adha, em que os muçulmanos comemoram a prova de fé do profeta Ibrahim quando "Deus lhe ordenou que sacrificasse o único filho, abatendo gado e animais e distribuindo a carne pelos pobres".

O Hajj é uma das cinco mais importantes cerimónias do Islão: os rituais assinalam os relatos do profeta Ibrahim e do filho, o profeta Ismail, da mãe de Ismail, Hajar, e do profeta Maomé, segundo o Alcorão, o livro sagrado do Islão.

O Alcorão indica que Ismail foi poupado por Deus.

"Estou tranquilo. Sinto-me confortável", disse Mejahed al-Mehrabi, um peregrino iemenita, à agência Associated Press, depois de ter terminado o terceiro dia do ritual da lapidação.

"Qualquer pessoa que possa visitar a Grande Mesquita (em Meca) deve fazê-lo", acrescentou.

O sol é escaldante e o calor é intenso, com temperaturas que devem atingir os 47 graus em Meca e nos locais sagrados da cidade e arredores, segundo o Centro Nacional Saudita de Metrologia.

Muitos peregrinos, especialmente os mais idosos, necessitaram de assistência médica devido ao calor.

Após a lapidação simbólica, os peregrinos dirigem-se a Meca para efetuar o "tawaf" (circunvalação) dando sete voltas à Kaaba, na Grande Mesquita, no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio.

Esta cerimónia, conhecida como Tawaf da Despedida, marca o fim do Hajj, quando os peregrinos se preparam para deixar a cidade.

Uma vez terminado o Hajj, espera-se que os homens rapem a cabeça e que as mulheres cortem uma madeixa de cabelo, em sinal de renovação.

A maioria dos peregrinos deixa Meca e dirige-se depois à cidade de Medina, a 340 quilómetros de distância, para rezar no túmulo do profeta Maomé.

O túmulo encontra-se na mesquita do profeta, um dos três locais mais sagrados do Islão, juntamente com a Grande Mesquita de Meca e a Mesquita de Al Aqsa, em Jerusalém.

Todos os muçulmanos devem celebrar a Hajj uma vez na vida, se tiverem condições físicas e financeiras para o fazerem.

Muitos muçulmanos abastados efetuam a peregrinação mais do que uma vez ao longo da vida.

Mais de 1,83 milhões de muçulmanos realizaram a Hajj em 2024, incluindo mais de 1,6 milhões de peregrinos de 22 países e 222 mil cidadãos e residentes sauditas, de acordo com as autoridades de Riade.

Este ano, a peregrinação ocorre na altura em que se verifica uma guerra de grande intensidade entre Israel e o grupo islamita Hamas, em Gaza, que coloca o Médio Oriente em risco de um conflito regional.

"Rezei primeiro por Gaza e depois pelo Iémen", disse al-Mehrabi, o peregrino iemenita, referindo-se à guerra entre Israel e o Hamas no enclave palestiniano e ao conflito que dura há uma década no país de origem.


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