sexta-feira, 21 de junho de 2024

Mali: Onze opositores malianos da junta militar foram detidos quando se reuniam na capital, Bamaco, depois de terem apelado ao regresso dos civis ao poder, comunicou hoje uma coligação da oposição.

© iStock
Por Lusa  21/06/24 
 Onze opositores detidos em Bamaco, no Mali
Onze opositores malianos da junta militar foram detidos quando se reuniam na capital, Bamaco, depois de terem apelado ao regresso dos civis ao poder, comunicou hoje uma coligação da oposição.


Entre os detidos encontram-se os presidentes dos partidos e movimentos políticos que assinaram uma declaração publicada em 31 de março, apelando à junta para que o poder fosse devolvido aos civis, referiu a coligação em comunicado.

Após a sua detenção, na quinta-feira à noite, foram "interrogados sobre uma reunião clandestina, numa altura em que os partidos políticos são proibidos de exercer a sua atividade" no Mali pelos militares, disse uma fonte da Brigada de Investigação Judiciária (BIJ).

Os detidos estão detidos na BIJ em Bamaco e deverão ser hoje apresentados ao Procurador-Geral, informou uma fonte judicial.

Foram detidos durante uma "reunião privada" no domicílio de um dirigente da coligação, disse a fonte.

A coligação condena esta "enésima violação das liberdades fundamentais e condena com toda a veemência estas detenções arbitrárias" e exige "a sua libertação imediata".

Os signatários da declaração de 31 de março tinham denunciado o "vazio jurídico e institucional" deixado após o termo do prazo fixado para a saída dos militares e tinham apelado à realização de eleições presidenciais "o mais rapidamente possível".

A junta liderada pelo coronel Assimi Goïta tinha decretado, em junho de 2022, que os militares entregariam o poder aos civis no final de março de 2024, após uma eleição presidencial prevista para fevereiro do mesmo ano.

Desde então, os militares anunciaram o adiamento das eleições presidenciais para uma data ainda desconhecida.

Em 2024, os coronéis que derrubaram o Presidente, Ibrahim Boubacar Keïta, em 2020, ordenaram a suspensão "até nova ordem" das atividades dos partidos e associações políticas, que consideravam culpados de "subversão".

Desde a sua tomada do poder, consolidada por um segundo golpe de Estado em maio de 2021, a junta multiplicou os atos de desorganização e virou-se militar e politicamente para a Rússia.

Confrontado com o terrorismo, o Mali está mergulhado numa grave crise desde 2012.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.