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Por Lusa 14/05/24
O chefe do gabinete presidencial da Ucrânia, Andri Yermak, instou esta segunda-feira os Estados Unidos a acelerar a ajuda militar, para que chegue "a tempo" de defender a cidade estratégia de Kharkiv contra os avanços das forças russas.
Yermak valorizou toda a ajuda prestada por Washington e o recente pacote de 60 mil milhões de dólares (55,6 mil milhões de euros, à taxa de câmbio atual) aprovado no Congresso norte-americano, mas destacou que é necessário receber esta ajuda "o mais rapidamente possível", noticiou a agência Europa Press.
"Kharkiv é uma cidade estratégica importante. Estão lá ainda muitas pessoas. Estamos lá e vamos continuar, mas agora as hostilidades estão muito próximas e os ucranianos estão preocupados, por isso é muito importante que haja ajuda", frisou, durante uma reunião com um membro do Conselho de Segurança norte-americano, Michael Carpenter.
Os dois responsáveis abordaram o acordo bilateral de segurança e Yermak destacou que o verdadeiro poder dos Estados Unidos e os acordos de segurança que as duas partes já assinaram são tidos em conta por Kyiv, realçou a presidência ucraniana em comunicado.
Também discutiram a Cimeira Global pela Paz, que será realizada em 15 e 16 de junho na Suíça.
As forças armadas ucranianas reconheceram esta segunda-feira que as tropas russas estão a obter "sucessos táticos" em Kharkiv, segunda maior cidade do país, mas anunciaram ter atingido duas infraestruturas de produção de energia em duas regiões fronteiriças russas.
Na última semana, foram registados mais de 830 confrontos na frente de Kharkiv, segundo o porta-voz do Estado-Maior General das Forças Armadas da Ucrânia, Dimitro Likhova, referindo que o número de ataques aéreos russos contra posições ucranianas e infraestruturas civis se eleva a 580.
"Atualmente, o inimigo tem alcançado sucessos táticos", admitiu.
O porta-voz destacou ainda que a Rússia, apesar das "perdas significativas" que tem sofrido, conseguiu mobilizar mais cinco batalhões para tentar assumir o controlo da cidade de Vovchansk.
O ataque a Vovchansk, localizado a cerca de cinco quilómetros da fronteira com a Rússia, visa reconquistar o território que a Ucrânia conseguiu recuperar durante o primeiro ano de guerra e que conseguiu manter até agora.
A Rússia quer ainda fazer desta cidade fronteiriça uma zona tampão para evitar incursões ucranianas em território russo.
A Defesa ucraniana também anunciou esta segunda-feira ter lançado, através dos Serviços de Segurança da Ucrânia (SBU), um ataque com 'drones' contra um depósito de combustível localizado na região fronteiriça russa de Belgorod, provocando um incêndio na infraestrutura, e contra uma subestação de eletricidade em Lipetsk, no oeste da Rússia, avançou a agência de notícias nacional Ukrinform.
Nos últimos meses, a Ucrânia atacou mais de uma dúzia de refinarias e depósitos de combustível localizados no território da Federação Russa, numa tentativa de impedir o fornecimento de combustível às tropas russas que ocupam o seu território e de prejudicar a indústria petrolífera russa.
Estes ataques de 'drones' às infraestruturas petrolíferas russas causaram agitação nos Estados Unidos, cujos líderes apelaram à Ucrânia para que renunciasse a estas ações por receio de que provocassem uma escalada do conflito por parte da Rússia e desestabilizassem o mercado petrolífero internacional.
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