O DEMOCRATA 22/03/2024
O Delegado da Fundação João XXIII na Guiné-Bissau, Raul Daniel da Silva, exortou esta quinta-feira, 21 de março de 2024, ao governo a revogação do despacho que suspende a isenção dos materiais das ONG nacionais e estrangeiras, por estar a travar o desenvolvimento da Guiné-Bissau.
“Tanto as ONG, como as entidades religiosas podem fazer muita coisa para o país”, realçou.
Raul Daniel da Silva falava na cerimónia da inauguração da ponte batizada com o nome de Abílio Salvador e da sede da ONG ANA (Acolher, Nutrir e Amar), em Kupul, arredores de Bissa, que funcionará como Centro de acolhimento de crianças.
Revelou que neste momento, mais de 12 armazéns em Portugal estão cheios de materiais para a construção de diferentes infraestruturas, nomeadamente hospitalares e escolares que irão beneficiar a população guineense.
O responsável informou que o dinheiro que o Estado perde na isenção dos materiais das ONG e entidades religiosas é recompensado na população, parte beneficiária dessas infraestruturas como: centros de saúde, casas de acolhimentos de crianças e receção de tratamentos no estrangeiro.
Por seu lado, Iaia Cumba, em representação do ministro da Saúde Pública, disse que a ação de redução da mortalidade materna infantil na Guiné-Bissau, que de há algum tempo a esta parte tem sido apoiada financeira e tecnicamente pela União Europeia, através do programa PIMI, constitui uma prioridade excecional para o governo, no âmbito dos objetivos definidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Enfatizou, neste particular, que “ os projetos daquela natureza, tratando-se de crianças, constitui uma mais-valia para o reforço do sistema nacional de saúde”.
Iaia Cumba garantiu que o Ministério da Saúde Pública continuará flexível e disponível em tudo que é da sua responsabilidade para que os investimentos que se destinem ao setor da saúde e à população tenham êxitos.
A presidente da ONG-Acolher Nutrir e Amar, Maria Filomena Alves Almeida, disse que a organização que dirige está a trabalhar para ajudar as crianças com problemas de cancro em Portugal, através da evacuação, para receber receberem tratamento especializado, ajudá-las a estudarem e trabalharem, sobretudo para aquelas que querem ficar, mantendo as suas dignidades sem, no entanto, ficar a mendigar ao Estado português.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: A.A
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