Por: Tiago Seide O DEMOCRATA 11/02/2024
O presidente da Comissão Política do Movimento para Alternância Democrática (MADEM-G15) para o setor autónomo de Bissau, Sandji Fati, acusou alguns dirigentes do partido de supostamente estarem envolvidos na tentativa de golpe de Estado contra o atual presidente da República, Umaro Sissoco Embaló.
“Umaro vai completar 4 anos, e nestes anos teve dois atentados. Morreu? Não! Não morreu, porque Deus não quis. Mas se investigar, notará que alguns de nós estão metidos. Alguns batiam palmas, quando estávamos a ser atacados com balas no Palácio do Governo. Quando falhou, disseram que Umaro inventou. Dizem se não fosse eu, o fulano não poderia ser ministro ou presidente. Esquecem-se que essas pessoas têm mérito para serem o que são” atirou, quando discursava perante os militantes e dirigentes do MADEM-G15 no CE 28.
Embora não tenha referenciado em nenhum momento o seu coordenador, Braima Camará, o também deputado do MADEM atirou que “foi a Cacheu, perdeu. Na sede do PAIGC concorrendo para ser presidente da ANP, perdeu. Em 2019, para ser primeiro-ministro perdeu, e em 2023 perdeu. Então, que peça às pessoas para ajudarem-no a ter conhecimento porque perde. Quem prega divisão, intriga e separatismo, não pode vencer. Só quem não acredita em Deus é que entra nisto”, sublinhando que quem apregoa intrigas, divisão e separatismo, não pode chegar ao poder”.
“As pessoas estão preocupadas com a criação de movimentos para apoiar Sissoco. Ou há má-fé, ou há ignorância. O Nino Vieira, quando estava a apresentar-se como candidato, tinha Movimento ou não? Tinha e chamava-se MIAN. O Malam Bacai Sanhá, tinha ou não? Tinha, chamava-se MAMBAS. Em Portugal, o atual Presidente Marcelo não teve apoios de partidos, mas sim de movimentos. Mas nós sabemos a razão de tudo isto. Sabem que se os movimentos forem criados e ficarem mais fortes, não vão receber dinheiro para meter no bolso. E quando é assim, arranjam problemas” insistiu, afirmando que há momentos em que é obrigado a decidir entre espada e parede.
“Eu, normalmente, nestas circunstâncias fui ensinado a escolher a espada. Os movimentos vão continuar a existir. Não entende sentido de democrata.”, afirmou, sublinhando que a negação de criação de movimentos visa criar condições para exigir dinheiro no futuro para aplicar nos interesses pessoais e defendeu a criação de movimentos de apoio ao segundo mandato de Umaro Sissoco Embaló.
“Ninguém pode-nos tirar o direito de criar um Movimento de apoio à Umaro Sissoco para que só possa ser-lhe dado dinheiro. Isso não pode ser”, afiançou.
Afirmou que chegou a altura em que há, no círculo eleitoral 28, pessoas de Sandji e há as de Ba Quecuto.
“Não tragam o fulano, porque se identifica com Umaro ou se dá bem com Sandji, porque estavam a prepararem-se para o setor autónomo de Bissau. Ninguém quis dizer porquê é que o MADEM perdeu em Bissau. No universo de 20 deputados, obtivemos 4, na base de intrigas. Temos um grupo de pessoas no MADEM que fazem policiamento para ir informar. Queremos que o MADEM seja coeso, se cada um explicar como é que se formou o MADEM não vamos sair daqui. Só juntos, separados não podemos avançar” disse Sandji Fati, atual conselheiro do Presidente da República.
Referindo-se ao Coordenador do MADEM-G15, BraimaCamará, que na semana passada disse que veio para morrer no seu país, reagindo a detenção de dirigentes do partido pelas forças de segurança, Sandji Fati afirmou que as pessoas estão a despedir-se para o suicídio e que aquilo não era necessário.
“Ouviram que não havia autorização para manifestações, nem para concentrações. Mas decidiram desafiar o Estado. Quem quer o Estado não pode desafiar o Estado. Por isso, permitam-me solidarizar-me com o Ministério do Interior e em particular com o Secretário de Estado, José Carlos Macedo, que teve a serenidade de ir até à sede do MADEM G15 para avisar que não deveriam comparecer no aeroporto, porque não se pode impedir uns e deixar outros” explicou, manifestando-se contra assinaturas de alianças entre MADEM-G15 e outras formações políticas.
“Ouvimos as pessoas a falarem de coligações. Mas sabemos que existem, coligações aceitáveis feitas com os partidos com base eleitoral. Não queremos coligações negativas. Os movimentos são para apoiar o segundo mandato do General Umaro Sissoco Embaló. Mais nada. O que queremos é a união, porque a união faz a força. Não podemos estar num partido onde se reconhecem pessoas de Umaro e militantes de Bá Quecuto. E não podemos aceitar isso” avisou Sandji Fati.
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