O deputado da nação eleito na lista do Partido da Renovação Social (PRS), Ilídio Vieira Té, exige do presidente interino do PRS a marcação da data da realização do congresso para a escolha de novo presidente do partido, na sequência da vacatura deixada pelo defunto Presidente Alberto Nbunhe Nambeia.
“É chegada a hora de realizarmos o congresso. O cálculo de realizar o congresso em 2025, ouvimo-lo. Nós vamos assumir a nossa responsabilidade, enquanto Presidente do Conselho de Jurisdição e nem vamos convidar alguém para marcar o congresso, vamos exigir que marquem a data do congresso, porque a lei é que disse que a interinidade tem limites” atirou Ilídio Vieira Té, num comício popular realizado na tarde do sábado, 03 de fevereiro de 2024, no Reino de Tor, na região de Biombo.
Nesta que é a primeira aparição pública de vários dirigentes do PRS, entre os quais os vice-presidentes Orlando Mendes Veigas, Edineusa da Cruz Figueiredo, o secretário-geral adjunto, Félix Nandungue, assim como Certório Biote, Dionísio Kabi, Maria Inácia Có Sanhá, Lamine Sonco, Morna Nhanco, Roberto Metcha, Fransual Dias e Mônica Buaro, que contestam a liderança de Fernando Dias, o também Ministro das Finanças ameaça revelar como Fernando Dias chegou a Presidente em Exercício do PRS.
“Se as pessoas insistirem, vamos explicar como é que o Presidente Nambeia assinou aquele despacho [de indicação de Fernando Dias para Presidente em Exercício do PRS]. Não estiquemos a corda. Não estamos a fazer nenhuma ameaça, mas estamos a fazer advertência positiva, porque entendemos que o PRS não pode ser estragado” avisou, tendo apelado aos “veteranos” que estavam no comício popular a não deixarem o partido desaparecer no cenário político nacional.
“Não estamos contra Fernando Dias, mas estamos contra como o partido está a ser dirigido. As decisões são tomadas sem consulta aos órgãos do partido. Não estamos contra o acordo assinado com a APU-PDGB, mas estamos contra a forma como o assunto foi tratado. Se são estes pronunciamentos que lhes levam a perseguirem-nos, então que continuem. Estamos a espera deles” insistiu, avisando que “podem fazer todo o tipo de calunias, estamos dispostos a sacrificarmo-nos pelo partido”.
Ilídio Vieira Té denunciou que terá sido perseguido pela atual liderança do partido, apesar do trabalho feito para que o partido elegesse dois de três mandatos no círculo eleitoral 9.
“Cheguei ao Parlamento, não fui tido nem achado. Não desempenhei nenhuma função. Isso é justo?! Deve-se reconhecer quem trabalha. Porque é que estão a perseguir-me? Ouvi dizer que vão nos instaurar um processo. Eu sou o presidente do conselho de jurisdição eleito no congresso. Não fui nomeado por despacho. Eu é que vou instaurar o processo contra alguém” disse, afirmando que o grupo que contesta a liderança de Fernando Dias não vai permitir que o partido seja estragado, ou que alguém faça o partido a sua propriedade privada.
“Não vamos permitir desordem dentro do PRS. Quem quiser criar desordem que a faça na casa dele e na família, não no PRS. O nosso objetivo é salvar o PRS” disse, num tom de revolta.
“Nós estamos disponíveis dia e noite. Que venham como quiserem. Disse, que nem o meu cabelo vai cair. Quem pensar que tem o que tem, nós também temos o que temos. Como alguém disse, Nino Vieira é o único que morreu sem que nada acontecesse aos mandantes. Vou dizer-vos, se uma roda do meu carro tiver furo, as de outra pessoa ou pessoas vão ter 4 furos. Este partido não é para exibir quem tem forças. É um partido de diálogo, como Koumba e Nambeia nos ensinaram. Será que tivemos confusões no tempo de Nambeia? Chegaram de ouvir Nambeia a ameaçar pessoas?” questionou, mandando recado ao Presidente Interino para “parar com ameaças e que este não pode ameaçar toda gente.
“Se eu vir uma página de insultos contra nós nas redes sociais, haverá respostas adequadas e contundentes, porque conhecemos os modus operandi de gente [no partido]. O PRS não está bem. O PRS foi despejado. Não podemos falar sobre isso? Mas avisamos que ouvimos todas as conversas deles. Ouvimos o recado de que as pessoas que vieram a Biombo vão ser sancionadas. Vamos esperar a sanção. Eu é que sanciono as pessoas, porque sou o Presidente do Conselho de Jurisdição. Se alguém continuar vou sancioná-lo”, insistiu, afirmando que um líder congrega as pessoas e não as divide e disse que a atual liderança não pode abrir guerra contra toda a gente no partido.
Por: Tiago Seide
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