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POR LUSA 12/07/23
A polícia queniana disparou hoje gás lacrimogéneo contra manifestantes que desafiaram a proibição de manifestações da oposição para protestar contra a subida dos preços e novos impostos decretados pelo Governo.
As lojas foram encerradas e a capital do país, Nairobi, esteve sob forte vigilância policial. No bairro pobre de Mathare, a polícia disparou gás lacrimogéneo contra os manifestantes, que atiraram pedras. A polícia também usou gás lacrimogéneo para dispersar manifestantes na cidade portuária de Mombaça, no sul do país.
Na terça-feira, o chefe da polícia nacional proibiu as manifestações convocadas pela oposição, alegando que esta não tinha informado as autoridades, e convidou a população a não aderir às "concentrações ilegais".
Na passada sexta-feira, realizaram-se manifestações contra o Governo do Presidente William Ruto em várias cidades, em resposta a um apelo do líder da oposição, Raila Odinga.
Em Nairobi, a polícia disparou gás lacrimogéneo contra a caravana de Odinga e o mesmo foi feito para dispersar as manifestações em Mombaça (sul) e Kisumu (oeste).
De acordo com fontes hospitalares e policiais, pelo menos três pessoas foram mortas na sequência das manifestações nos últimos dias. A Comissão Nacional dos Direitos Humanos do Quénia apelou a que seja feita uma "investigação exaustiva de todos os casos de brutalidade policial".
No último sábado, ativistas afirmaram que a polícia disparou gás lacrimogéneo contra representantes da sociedade civil, incluindo um antigo presidente do Supremo Tribunal queniano Willy Mutunga, que exigiam a libertação de dezenas de pessoas detidas durante os protestos.
A aliança Azimio, liderada por Odinga, tenciona organizar manifestações semanais contra as políticas do Governo de William Ruto.
Odinga, que perdeu as eleições presidenciais de agosto de 2022 para o seu rival, afirma que as eleições lhe foram "roubadas".
No início de julho, Ruto promulgou uma lei das finanças que introduz uma série de novos impostos, apesar das críticas da oposição e da população de um país atingido por uma inflação elevada.
A lei prevê, nomeadamente, um aumento do IVA sobre os combustíveis de 8% para 16%, bem como uma taxa impopular sobre os salários para financiar um programa de habitação económica. Inicialmente prevista em 3%, esta taxa foi reduzida para 1,5%.
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