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POR LUSA 07/04/23
A China disse hoje que a "questão" de Taiwan não é sobre "democracia ou autoritarismo", mas que está relacionada com a "integridade territorial e soberania" do país asiático.
A porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, afirmou, em conferência de imprensa, que "alguns países usam essa narrativa" para "apoiar a independência de Taiwan, em nome da democracia" e para "usar a ilha como forma de conter a China", algo que descreveu como "perigoso e condenado ao fracasso".
"O futuro de Taiwan está na reunificação e o bem-estar do seu povo depende do rejuvenescimento da nação chinesa", disse Mao, acrescentando que as "diferenças entre os sistemas de ambos os lados do Estreito [de Taiwan] não são um obstáculo à reunificação".
Horas antes, a China anunciou a imposição de sanções ao representante de Taiwan nos EUA, Hsiao Bi-khim, por -- segundo Pequim -- pedir o apoio dos EUA nos planos de independência da ilha.
Pequim impôs ainda sanções contra o Instituto Hudson e a Biblioteca Presidencial Ronald Reagan por "fornecer uma plataforma" para a presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, "participar de atividades separatistas".
As sanções são uma das primeiras respostas da China ao encontro entre Tsai e o presidente da Câmara dos Representantes do Congresso dos EUA, Kevin McCarthy.
Pequim condenou na quinta-feira a estadia de Tsai nos Estados Unidos e acusou Washington de "conluio" com Taiwan, ao mesmo tempo que garantiu "medidas resolutas e eficazes para salvaguardar a soberania nacional e a integridade territorial".
Em agosto passado, após a ex-presidente da Câmara dos Representantes do Congresso dos EUA, Nancy Pelosi, se deslocar a Taiwan - a visita de mais alto nível realizada pelos Estados Unidos à ilha em 25 anos -, Pequim lançou exercícios militares numa escala sem precedentes, que incluíram o lançamento de mísseis e o uso de fogo real.
A China impôs também sanções a Pelosi e suspendeu o diálogo com os EUA em várias áreas importantes.
A ilha é um dos maiores motivos da tensão entre a China e os Estados Unidos, principalmente porque Washington é o principal fornecedor de armas para Taiwan e seria o seu maior aliado militar em caso de guerra com a China.
No final da Segunda Guerra Mundial, Taiwan integrou a República da China, sob o governo nacionalista de Chiang Kai-shek. Após a derrota contra o Partido Comunista, na guerra civil chinesa, em 1949, o Governo nacionalista refugiou-se na ilha, que mantém, até hoje, o nome oficial de República da China, em contraposição com a República Popular da China, no continente chinês.
Pequim considera a ilha parte do seu território e ameaça a reunificação através da força, caso Taipé declare formalmente a independência.
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