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Notícias ao Minuto 04/01/23
Vários vídeos que estão a ser divulgados nas redes sociais mostram famílias a queimar, alegadamente, os corpos dos seus entes queridos na China, numa altura em que o país enfrenta um acentuando aumento de casos de Covid-19.
Sublinhe-se que nas últimas semanas trabalhadores de crematórios expuseram uma situação de sobrelotação, bem como as funerárias, devido ao novo surto que surgiu no país, depois de a maioria das restrições sanitárias em vigor durante quase três anos terem sido levantadas.
As imagens agora divulgadas no Twitter, inclusivamente pela ativista dos direitos humanos Jennifer Zeng, mostram alegadas cremações na via pública. Um dos vídeos, que parece ter sido gravado numa zona rural, mostra um caixão a arder, enquanto, num outro, um grupo de pessoas está reunido junto de uma pira improvisada.
Alertamos para a violência das imagens que se seguem
À Bloomberg, um funcionário de uma funerária em Xangai disse que estão a lidar com cinco vezes mais cadáveres do que o normal e, face ao sucedido, muitos recorreram à cremação dos seus entes queridos, como provam capturas de ecrã.
"Tentei vários caminhos para cremar meu pai, mas nenhum funcionou", disse uma moradora de Xangai, numa conversa de grupo entre moradores de um bairro, a 28 de dezembro, segundo relata a Bloomberg.
"A linha direta dos serviços funerários disse-me que todos os slots de cremação estão cheios até depois do ano novo. Como a lei nacional não permite que pacientes que morrem de doenças infecciosas sejam armazenados em casa, encontrarei um terreno vazio no nosso bairro para cremar meu pai. Se você tiver problemas com isso, por favor, chame a polícia", disse ainda.
Sublinhe-se que, à AFP, os funcionários de duas funerárias de Pequim já haviam dito que os seus estabelecimentos estavam a trabalhar 24 horas por dia.
O número de casos de Covid-19 atingiu um nível recorde na China continental, com um pico em 02 de dezembro de 2022 e nas últimas três semanas, a incidência diminuiu, provavelmente também devido a um mais pequeno número de testes realizados, resultando em menos infeções sendo detetadas, segundo o ECDC.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) defendeu, esta quarta-feira, que as estatísticas da China sobre o número de casos de Covid-19, que aumentaram significativamente, "sub-representam o impacto real" da doença nas hospitalizações e mortes.
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