quinta-feira, 31 de março de 2022

Putin assinou decreto para que Europa tenha de pagar gás russo em rublos

© Sputnik/Andrei Gorshkov/Kremlin via REUTERS

Notícias ao Minuto  31/03/22 

A partir de amanhã, dia 1 de abril, a Europa terá de pagar o gás russo em rublos. Caso contrário, os contratos serão rompidos.

O presidente russo, Vladimir Putin, assinou esta quinta-feira um decreto a determinar que, a partir de amanhã, dia 1, a Europa terá de pagar o gás russo em rublos (a moeda oficial russa). A decisão surge como forma de retaliação pelas sanções europeias adotadas por causa da ofensiva russa na Ucrânia.

Os contratos serão interrompidos se esses pagamentos não forem feitos na moeda russa.

"Para comprar gás natural russo, terão de abrir contas em rublos em bancos russos. É a partir dessas contas que os pagamentos pelo gás entregue a partir de amanhã serão feitos", informou Putin.

"Ninguém nos vende nada de graça, e também não vamos fazer caridade – ou seja, os contratos existentes serão interrompidos", acrescentou.

O Kremlin desvalorizou o propósito da medida que obriga os europeus a pagar as contas de gás em rublos, e não em euros, alegando que se trata de uma simples questão de câmbio monetário.

A Rússia fornece cerca de um terço do gás da Europa, mas até agora empresas e governos ocidentais rejeitaram essa exigência de pagamento em rublos como uma violação dos contratos existentes, que são fixados em euros ou dólares.

O gás russo é crucial para a UE, que procura desde o início da ofensiva militar na Ucrânia encontrar formas de obviar esta dependência.

A decisão de passar a faturar em rublos permite à Rússia apoiar a sua moeda nacional, fortemente prejudicada pelas sanções ocidentais, mas irá privar o regime russo de uma fonte muito importante de divisas.

Além disso, implica uma revisão dos contratos de fornecimento existentes, sustentam os países europeus.

A invasão russa da Ucrânia foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.

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