Por LUSA
O Alto-Comissariado para a Covid-19 da Guiné-Bissau pediu hoje à Organização Mundial da Saúde (OMS) que corrija os dados referentes à vacinação no país, considerando como uma "discrepância gritante" os números divulgados pela agência da ONU.
"No portal da OMS refere-se que a taxa de cobertura da vacinação contra a covid-19 no nosso país é de 1,2%, facto que nos causa grande estranheza pela discrepância gritante dos dados divulgados com a realidade", refere, em comunicado, o Alto-Comissariado, estrutura que coordena o combate à pandemia na Guiné-Bissau.
"A atual taxa de cobertura da população alvo, constituída por maiores de 18 anos, que se encontra totalmente vacinada já atingiu 38%, enquanto a população alvo a que se administrou pelo menos uma dose está nos 57%", pode ler-se no comunicado enviado à imprensa.
O Alto-Comissariado para a Covid-19 da Guiné-Bissau considera que o erro na publicação da OMS "desvirtua a realidade sobre a vacinação" no país e pode "gerar suspeições desnecessárias".
"Solicita-se da parte da OMS a correção ou atualização dos dados constantes no seu portal como tem feito em relação aos demais dados sobre a situação da covid-19 no país", salienta o Alto-Comissariado.
Aquela entidade sublinha também que a "OMS tem no país um consultor??? que trabalha com a equipa nacional na gestão dos dados de vacinação, mantendo-se uma comunicação diária entre a equipa nacional e o consultor" da agência das Nações Unidas.
A Guiné-Bissau, com cerca de dois milhões de habitantes, pretende vacinar até 638.147 pessoas com 18 anos ou mais em todo o território nacional para que seja atingido o objetivo de vacinar 70% da população.
Na semana passada, o Alto-Comissariado corrigiu também afirmações do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), que tem referido que a Guiné-Bissau se encontra a viver a quinta vaga da pandemia.
Em declarações ao Lusa, o secretário do organismo, o médico guineense Plácido Cardoso, disse que o país está a viver a quarta vaga da pandemia.
A primeira vaga ocorreu em 2020, a segunda e terceira vagas em 2021 e a quarta vaga teve início no final de 2021 e ainda não acabou, segundo os dados disponibilizados pelo Alto-Comissariado.
Desde o início da pandemia, a Guiné-Bissau registou um total de 7.140 casos de covid-19 e 153 vítimas mortais.
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