O gabinete jurídico da União Nacional dos Trabalhadores, (UNTG) denunciou esta terça-feira que, alguns profissionais da saúde pública estão a ser ouvidos nas instalações da Polícia Judiciária (JP), em Bissau, na sequência de uma queixa-crime instaurada pelo governo.
Em causa está a paralisação por completo de todos os serviços da saúde pública a nível nacional, nos dias 21 e 22 do mês passado, situação que provocou uma tensão pública e perda de vidas humanas.
A informação, foi transmitida aos jornalistas por um dos membros do gabinete jurídico da UNTG, Erineu Domingos Nancassa.
"Já assistimos algumas audições, mas como é um processo deve haver ainda alguns elementos para atribuir a culpa afim de tomarem qualquer medida. Mas podemos afirmar que não existe nenhum elemento que pode culpar qualquer profissional, porque a greve é um direito que assiste um funcionário perante a lei da nação. Por isso, quero pedir a todos os profissionais que foram notificados para ficarem tranquilos", disse.
Domingos Nancassa falava em conferência de imprensa semanal da UNTG, com o objetivo de atualizar a situação da greve geral na função pública do país.
Na ocasião, o vice-secretário geral da UNTG, Yasser Turé, disse que o atual executivo não está na altura de garantir o bem-estar social básico aos cidadãos, por isso quer assassinar a liberdade sindical.
"Este governo de subsídio bilionário criou uma situação sócio política catastrófica e, é impensável pensar que a UNTG irá ficar de silêncio e ser um cúmplice desta situação", sublinhou Yasser Turé.
Perante toda esta situação, o sindicalista anunciou que no próximo mês de Novembro, a UNTG vai desencadear uma manifestação radical com vista a exigir do executivo o cumprimento das suas obrigações.
Importa referir que, na sequência da paralisação que decorreu no mês passado, o Presidente da República, Úmero Sissoco Embaló garantiu que haverá consequências para os responsáveis da referida ocorrência.
Neste sentido, o Procurador-Geral da República, Fernando Gomes, ordenou que sejam abertos inquéritos para apurar eventual responsabilização criminal de líderes sindicais.
Há quase um ano que persiste a paralisação na função pública do país e a situação parece não ter um fim, devido o comportamento do executivo.
Sem comentários:
Enviar um comentário