Fonte: Estamos a Trabalhar
Por Sydney Monteiro, Lisboa, 24/08/2021
Digo injustiça para não dizer doidice, demência ou tremenda insensatez, o relatório do Governo dos EUA produzido pelo seu departamento responsável pela administração e repressão a droga( DEA), onde falsa e ilusoriamente "oferece" uma recompensa milionária para quem denunciar ou fornecer informações sobre a localização do Ex-Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau General António Injai.
Li de forma sereno e desapaixonado o comunicado; e perante a gritante desarmonia entre aquilo que conheço das circunstâncias e julgo que muitos conhecem, os factos acusatórios vertidos no comunicado, só podia ficar pasmado, reforçando a ideia de que os EUA enquanto uma super potência que ostenta ser, necessita sempre de um bode expiatório para alimentar a sua saga destruidora das Nações.
De rol das acusações, o Governo dos EUA acusam o General Injai de liderar uma organização criminosa, que operava livremente em toda África Ocidental, usando receitas ilegais para corromper e destabilizar outros Governos estrangeiros e minar o Estado de Direito em toda a região.De acordo com a acusação de Janeiro de 2013, no verão de Junho de 2012, fontes confidenciais da DEA representando-se como membros / associados das FARC/COLÔMBIA (agentes infiltrados) começaram a comunicar com Injai e seus associados e Injai concordou em receber e armazenar várias toneladas de cocaína que alegadamente pertenciam as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e ainda consta no comunicado, que Injai e seus associados concordavam em comprar armas, incluindo mísseis antiaéreos para as FARC, desestabilizando África Ocidental e América Latina.
Pasme-se, como pode AI, hoje um simples cidadão Guineense, igual a todos, sem protecção especial e reforçado, que vagueia e trilha de forma normal os mil cantos da nossa terra, representar toda essa monstruosidade e perigosidade, ser o responsável por esses atos espantosos, sofisticados, desestabilizadora de toda região e com tentáculos até nos países da América Latina?
Os americanos sabem, e todos nós sabemos, que os factos acusatórios que apresentaram contra o General Injai, não só carecem de sustentabilidade em termos de provas, como são fúteis e sem nenhum valor jurídico, e que mesmo o Juiz do Tribunal de Distrito Sul de Nova Iorque, julgando e aplicando o Direito terá imensas dificuldades em admitir provas de toda essa estapafúrdia incomensurável, igual ou comparável a mentira do século de que o enforcado Saddam Hussein estaria em vias de produzir armas nucleares.
Nenhum Guineense patriota, nem o nosso Estado deve colaborar com o Governo dos EUA nesse intento tresloucado, uma autêntica aberração judicial, violadora do primado dos Direitos Fundamentais dos cidadãos.
O Presidente da República fez bem ao falar que nenhum Guineense deve ser enviado para qualquer país para responder a qualquer tipo de crime ao qual o Estado da Guiné-Bissau pode ocupar-se.
E assim, deixo concluído que o argumento da DEA é completamente refutavél porque um cidadão de um outro país não pode ser submetido ao sistema judicial de um outro Estado, sabendo que o suposto crime cometido por este cidadão pode perfeitamente ser julgado no seu próprio país.
Antes a Justiça do nosso país, do que um sistema Judiciário sem garantias.
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
ResponderEliminarEste comentário foi removido por um gestor do blogue.
ResponderEliminarEste comentário foi removido por um gestor do blogue.
Eliminar