terça-feira, 14 de janeiro de 2020

COMUNICADO À IMPRENSA - PRS- Gabinete do Presidente


O Partido da Renovação Social leva ao conhecimento do público em geral o seu posicionamento face à crise despoletada pela candidatura presidencial de Domingos Simões Pereira, que apesar de se apressar a aceitar os resultados como vencido através de um telefonema feito ao seu adversário, o General Úmaro Sissoco Embaló, logo de seguida, num extraordinário golpe de rins, rejeitou os mesmos, com o argumento de que fora ele o vencedor da segunda volta, na medida em que os resultados tinham sido alterados. Este argumento não colhe porquanto viemos a saber, na leitura dos resultados provisórios da boca do Presidente da CNE que, afinal, tinha havido 0 reclamações da parte da sua candidatura.

A partir daqui, e dos momentos de incredulidade que se seguiram, o candidato Domingos Simões Pereira, como aliás é seu hábito, começou por mandar “à fava” o fair-play com que todos os candidatos se comprometeram no código de conduta, promovido pela Sociedade Civil. Ele, lá do alto do seu pedestal, não podia aceitar tamanha humilhação de perder estas eleições, com toda a catrefada de instituições do Estado a seu favor. De fato, quem dispõe de um Ministério da Administração Territorial e Gestão Eleitoral, de uma Secretaria de Estado de Gestão Eleitoral, da GETAPE, de todos os Governadores e Administradores afetos ao PAIGC, de todos os dirigentes das Comissões Regionais de Eleições, não se lhe podia imputar a responsabilidade de perder as eleições, que ele jurara a pés juntos, que ganharia na primeira volta.

O governo de Aristides Gomes pôs à disposição desta candidatura 30 bilhões entre a primeira e segunda voltas, para a compra de consciências, além do estratagema fraudulento de comprar cartões do eleitor nas zonas onde a oposição detém maior influência, para ter como consequência uma elevada abstenção, na ordem de 250.000 eleitores correspondentes a 25% na primeira volta e 280.000 eleitores, cerca de 28% de abstenções na segunda volta. Como se isto tudo não bastasse, o Governo procedeu, contra a vontade manifesta dos concorrentes, um recenseamento seletivo e a introdução de dados omissos, ou seja a correção nos cadernos eleitorais, cujo custo se eleva a 600.000.000,00 de Fcfa.

Para que este plano fosse coroado de êxito, Domingos Simões Pereira não hesitou em deitar mão a alguns oficiais militares no ativo, envolvendo-os na tentativa de monitoramento das 1800 milícias armadas “até dos dentes”, trazidas da sub-região, sem prévio conhecimento da Assembleia Nacional Popular e do Presidente da República, com o pretexto de manutenção e asseguramento do processo eleitoral, numa evidente humilhação das nossas forças de defesa e segurança, quando, e até para as pessoas menos avisadas, se sabe das intenções inconfessas.
Todos estes acontecimentos, começam agora a fazer mais sentido se nos recordarmos das afirmações publicamente proferidas por círculos afetos ao malogrado candidato do PAIGC, onde, e com alguma jactância diziam que o Presidente eleito Úmaro Sissoco Embaló, mesmo ganhando, jamais se sentaria na cadeira presidencial. Começa a emergir a estratégia sórdida desta candidatura perdedora, de querer reeditar os 5 anos da crise passada caracterizada pelo caos e bloqueio das instituições da Estado.

O PAIGC nunca ganhou eleições de forma transparente. E desta vez graças às famosas 40 urnas, que foram intercetadas na trajetória habitual de passarem, primeiro, pelo Ministério do Interior para serem trocadas, a coligação ganhadora do presidente eleito, conseguiu travar a intenção criminosa de ludibriar uma vez mais o povo guineense. Que ninguém pense que a candidatura perdedora ficou por aqui. Houve um movimento descarado de bens e utensílios agrícolas doados pela cooperação internacional no dia da reflexão, contrariando as normas contantes na lei eleitoral.

Nenhum regime perdura eternamente no poder. Quando o povo soberano exige mudanças, elas, simplesmente acontecem. E foi simplesmente o que aconteceu, a exemplo de outras geografias. E esta vitória do povo guineense é simplesmente irreversível.
Como é que se pretende ganhar eleições, quando o governo que sustenta a candidatura perdedora já leva no seu ativo 2 anos letivos nulos, tem a extraordinária temeridade de não pagar salários num mês festivo de extrema importância para as famílias guineenses, sejam elas cristãs ou sejam elas muçulmanas, penaliza 40.000 mil professores com a redução, a cada um, de 32.000 Fcfa no seu salário, que por arrasto também penaliza os pais e encarregados de educação. Agora pergunto: Haverá um exemplo mais ilustrativo de traição interna do que esta?

Na segunda volta Domingos Simões Pereira perde a cabeça, enche o peito e lança-se numa cruzada contra os infiéis ilustres dirigentes, retirando-lhes viaturas na praça pública, ofendendo-lhes a dignidade com impropérios inauditos e como estas medidas eram insuficientes exonera diretorias, exceto Cacheu.

Afinal quem é o campeão de derrotas: 67 mandatos, para 47?

Fonte: Manchete Folha de Bissau

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