Presidente da Guiné-Bissau José Mário Vaz
© Sia Kambou, AFP
Presidente José Mário Vaz deu posse esta quinta-feira ao novo executivo liderado por Faustino Imbali, mas o primeiro-ministro cessante Aristides Gomes e alguns dos seus ministros exonerados, estão barricados no Palácio do Governo.
Bissau acordou esta manhã calma, com patrulhas de ECOMIB e da Força de Intervenção Rápida da Guiné-Bissau frente às principais instituições públicas, onde dois governos estão em funções.
Segundo a imprensa local, o executivo demitido segunda-feira (21/10) pelo Presidente José Mário Vaz, liderado por Aristides Gomes do PAIGC e alguns dos seus ministros estão a trabalhar no Palácio do Governo e o novo governo nomeado e empossado esta quinta-feira (31/10) liderado por Faustino Imbali do PRS está reunido no Palácio da Presidência da República.
A tomada de posse dos 17 ministros, dos quais 3 ministros de Estado e 14 secretários e secretárias de Estado, teve lugar na noite de quinta-feira em duas instituições: o Ministério do Interior e o Ministério da Defesa ez dos combatentes daLiberdade da Pátria.
Durante a cerimónia de tomada de posse o Presidente José Mário Vaz, que é também candidato às eleições presidenciais agendadas para 24 de Novembro e cujo mandato terminou a 23 de Junho, garantiu a sua realização na data prevista.
O chefe de Estado afirmou querer resgatar a soberania da Guiné-Bissau e retirar o país da "tutela internacional", numa clara alusão à CEDEAO e ao seu contingente a ECOMIB presente no país desde o golpe de Estado de 2012.
Oiça aqui um breve extracto do seu discurso
"O nosso país atravessa um dos momentos mais decisivos da sua história recente.
Após termos conquistado a nossa independência com heroísmo, bravura e destemor, há 45 anos, hoje, alguns actores internos e externos pretendem impor-nos uma espécie de tutela internacional, hipotecando a nossa soberania e impedindo-nos de pensar pela nossa própria cabeça e de caminhar com os nossos próprios pés".
...Essa é uma enorme tarefa que impende sobre os vossos ombros: realizar eleições transparentes e credíveis, inadiavelmente na data prevista, isto é, 24 de Novembro, e mostrar ao mundo que nós guineenses somos capazes de resolver os nossos problemas e de organizar e gerir os nossos processos internos de forma justa, livre e pacífica, sem necessidade de interferências externas que desrespeitam e desconsideram as nossas leis e as nossas instituições.
No final da cerimónia José Mário Vaz afirmou que a Guiné-Bissau tem doravante uma nova maioria parlamentar consubstanciada no acordo de incidência parlamentar para a estabilidade política rubricado pelos partidos Madem-G15, PRS e APU-PDGB, que vai salvar o país de "interesses obscuros".
De recordar que a União Africana, União Europeia, CEDEAO, CPLP e a ONU condenaram a exoneração do governo de Aristides Gomes, que continuam a reconhecer como o único legítimo, pois saído das eleições legislativas de 10 de Março de 2019.
Este sábado (2/11/2019) é aguarda em Bissau uma nova missão de alto nível da CEDEAO, que ficará no país até 4 de Novembro e será dirigida pelo chefe da diplomacia do Niger Kalia Ankourao.
RFI
Sem comentários:
Enviar um comentário