A propósito de "zona de conforto "
Alguns guineenses têm insistido, de forma equivocada, por via da necessidade de instrumentalização política e social, na abordagem sobre a necessidade de outros guineenses, residentes na diáspora, saírem do que consideram ser, suas zonas de conforto, para irem dar seus contributos na Guiné-Bissau, ao invés de se dedicarem ao activismo político e social, quer como escritores, quer como analistas politicos e, ou, sociais, numa abrangência focada em fazer e partilhar opinião, assente no questionamento, na crítica e na apresentação de ideias/sugestões, sobre o país de todos nós.
Mas quantos filhos e filhas da Guiné-Bissau, com oportunidades de evolução profissional e académica, nos países de acolhimento, quer como emigrantes, refugiados, estudantes, regressaram ao nosso país, para contribuírem para o seu desenvolvimento e como se diz, "comeram o pão que o diabo amassou"?
Serão poucos os exemplos, entre muitos que foram marginalizados, perseguidos, assassinados, por pensarem diferente e quererem um outro Sistema de Dirigismo/Governação para a Guiné-Bissau?
Quantos jovens quadros guineenses com os mais altos graus académicos regressaram ao país nestes últimos 6 anos, por exemplo, e foram renegados e abandonados à miséria, à humilhação...?
O que é a zona de conforto, na diáspora, para a maioria dos emigrantes guineenses?
Por acaso, esses que nos tentam insultar, humilhar, sabem a que horas nos deitamos e quando nos levantamos, enquanto emigrantes, e os sacrifícios que fazemos diariamente para termos um ordenado no final de cada mês?
Zona de conforto, dizem, mas ignoram que cada vez há mais milionários na Guiné-Bissau à custa do exercício do poder político e governativo, e da inexistência dum poder judicial capaz de pôr na cadeia e confiscar os bens de todos esses milionários.
Será que as várias elites do poder na Guiné-Bissau também vivem na miséria como a maioria do povo?
Ou na Guiné-Bissau não há dignas zonas de conforto, de gente que até viaja de avião para diversas partes do mundo, pasme-se, para ir passar férias...
O emigrante normalmente, não viaja para férias fora do país de acolhimento, lutando para juntar as migalhas que consegue poupar, para viajar para o seu país e tratar de assuntos que sua presença impõe.
Deixemos de atacar o emigrante guineense, por via do ódio, face à instrumentalização política e social.
Não há zonas de conforto para o emigrante, mas sim, uma vida de sacrifício, de muitos que, inclusive, chegam a morrer nos paises de acolhimento, sem oportunidade de regressar ao país natal, por falta de meios financeiros, credite quem quiser!
Positiva e construtivamente.
Didinho 18.08.2019
Desta vez subscrevo na íntegra a tua reflexão. Receba um abraço de tamanho do mundo, irmão.
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