quarta-feira, 3 de julho de 2019

PR de Cabo Verde pede prudência, responsabilidade e amor à pátria aos dirigentes guineenses


Praia, 01 jul 2019 (Lusa) - O Presidente cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, também presidente em exercício da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), pediu hoje prudência, sentido de responsabilidade e amor à pátria aos dirigentes guineenses, para ultrapassar mais um crise política no país.

"Eu, como presidente em exercício da CPLP, prefiro fazer esse apelo e ser prudente nas palavras, ser comedido, confiar também na prudência e sentido de responsabilidade e de amor à pátria dos dirigentes guineenses, do que fazer grandes proclamações e deitar achas para a fogueira", pediu o chefe de Estado cabo-verdiano.

Jorge Carlos Fonseca falava à imprensa, na cidade da Praia, no final de uma plenária para assinalar o terceiro aniversário da campanha "Menos álcool, mais vida", iniciativa da Presidência cabo-verdiana.

O Presidente cabo-verdiano reagiu assim quando questionado sobre a posição da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que continuou a reconhecer o chefe de Estado guineense, José Mário Vaz, como Presidente do país até à realização das eleições presidenciais, marcadas para .

"É preferível este apelo de prudência, de referência àquilo que é o essencial para os guineenses, que é ter sabedoria, ter um sentido de moderação e sentido de responsabilidade para, no quadro constitucional, encetar caminhos do progresso para todos os guineenses", completou

Questionado para quando uma posição da CPLP, Jorge Carlos Fonseca não avançou prazos, afirmando apenas que a comunidade lusófona é uma "instituição complexa".

"Assim como eu estou a pronunciar, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde [Luís Filipe Tavares] já se pronunciou e outros Estados já se pronunciaram, a CPLP pronuncia-se. Se for necessário tomar outro tipo de posições, fá-lo-á no momento que considerar adequado e necessário", projetou.

O mais alto magistrado da Nação cabo-verdiana disse ainda esperar que, após as eleições legislativas de março último, "que decorreram num clima de perfeita normalidade", o processo seguinte seja a nomeação, empossamento e início de funções de um novo Governo.

"Porque os guineenses, os cidadãos guineenses, as mulheres e os homens guineenses querem paz, tranquilidade, estabilidade, instituições e políticas concretas para que os caminhos do desenvolvimento, do progresso social e económico e cultural chegue a um povo que, mais do que qualquer outro, merece desfrutar do bem-estar imaterial, mas também material, económico, social e cultural", sustentou.

Tal como tinha afirmando no domingo, na ilha do Sal, Jorge Carlos Fonseca voltou a salientar que a comunidade internacional acompanha a situação política na Guiné-Bissau "com toda a atenção" e "com alguma preocupação".

O chefe de Estado disse ainda esperar que a "sabedoria" que o povo guineense tem demonstrado nos últimos tempos possa manter o país "calmo, tranquilo, estável e sem convulsões relevantes".

Os chefes de Estado e de Governo da CEDEAO estiveram reunidos em cimeira no sábado na Nigéria e ordenaram ao Presidente guineense, José Mário Vaz, para nomear o Governo proposto pelo partido vencedor das legislativas de 10 de março até quarta-feira e a nomeação de um novo Procurador-geral da República também até quarta-feira.

A CEDEAO determinou também que José Mário Vaz continua como Presidente da Guiné-Bissau até à realização das eleições presidenciais, marcadas para 24 de novembro, mas sem poderes para se ingerir nos assuntos da governação.

Uma grave crise política teve início da Guiné-Bissau em 2015 após o Presidente guineense, José Mário Vaz, ter demitido das funções de primeiro-ministro o presidente do PAIGC, partido que venceu as legislativas em 2014, acusando-o de corrupção e nepotismo.

A crise levou ao encerramento do parlamento do país e, apesar da mediação da CEDEAO, o chefe de Estado nomeou sete primeiros-ministros, um dos quais duas vezes.

Com a realização das eleições legislativas de 10 de março, a tensão política aumentou, com José Mário Vaz a levar mais de três meses a nomear um novo primeiro-ministro e consequente formação do Governo, alegando um impasse para a eleição da mesa do parlamento.

Após nova intervenção da CEDEAO, o Presidente, que cumpriu cinco anos de mandato em 23 de junho, acabou por indicar Aristides Gomes primeiro-ministro do país, depois de ter recusado, por duas vezes, o nome de Domingos Simões Pereira.

José Mário Vaz continuou, no entanto, sem nomear o Governo proposto por Aristides Gomes, mas a CEDEAO deu até quarta-feira para o fazer.

DN

2 comentários:

  1. Comentário A. Keita - Parte 1/2

    AMÁLGAMAS QUE SÓ SERVEM PARA A MELHOR CAMUFLAGEM DOS POLÍTICOS DESONESTOS BISSAU-GUINEENSES

    Atenção minha gente. Falar atualmente da nossa situação de crise, hoje, nesta Quarta-Feira do dia 03 de Julho de 2019; falar desta crise de instabilidade político-institucional civil neste dia; a crise tendo-se instalado na Guiné-Bissau, desde o dia 12 de Agosto de 2015; falar desta situação de crise hoje, sobretudo, após a realização das eleições legislativas do dia 10 de Março de 2019; utilizando os termos genéricos de “CLASSE POLÍTICA”, “OS POLÍTICOS GUINEENSES”, “OS DIRIGENTES GUINEENSES” para efeitos de conselho, crítica, ou louvor; é dizer que, ou seja, "todos se comportam mais ou menos mal”, por isso, todos devem ser aconselhados; ou seja; “todos têm culpa” no sucedido, por isso, todos devem ser bem criticados; ou seja, “todos são bons”, por isso, todos devem ser louvados.

    “TUDO-E-TODOS”, que significa ao fim e ao cabo, ou seja, que “todos se comportam mais ou menos mal”; o que por sua vez significa, que, então, ninguém se comporta mal; ou seja, que, “todos têm culpa”; o que significa, idem, que ninguém tem culpa, e assim por diante.

    Porque na “TERRA, ONDE TODO O MUNDO ANDA MUITO SUJO, LÁ NINGUÉM ESTÁ SUJO. OU PIOR AINDA, TODOS ESTÃO LIMPOS, TODOS ANDAM BEM LIMPINHOS. NINGUÉM ESTA SUJO”.

    Por isso e conhecendo esta máxima, é que logo se deve saber, de que, falar assim, utilizando essa generalização de “TUDO-E-TODOS”; hoje, nesta Quarta-Feira do dia 3 de Julho de 2019, desta crise de instabilidade político-institucional civil, instalada neste país na data antes indicada, é estar a fazer uma AMÁLGAMA de tudo e todo, sem sentido.

    Agindo assim, consciente ou inconscientemente, de maneira premedita ou não, é estar a praticar ou ser guiado simplesmente por uma “estratégia de dissimulação”. A dissimulação ou apoio para ajudar alguém a se camuflar, de facto, dentre a generalidade dos membros da “CLASSE POLÍTICA” bissau-guineense; dentre “OS POLÍTICOS GUINEENSES”, “OS DIRIGENTES GUINEENSES”, etc., os que se têm comportado de maneira muito mau, dos que se têm comportado de maneira diferente; ou os que são muito maus, OS DESONESTOS, dos que são muito bons, OS HONESTOS.

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  2. Comentário A. Keita - Parte 2/2

    Quando se faz essa amálgama de “TUDO-E-TODOS”, evidentemente, de maneira premeditada, é estar-se a misturar tudo e todo, para que ninguém seja direta e abertamente apontado (tchudido) do indicador, em como o único ou principal culpado ou apoiante do culpado. E, isso, quando nada disso é assim.

    Pois que, hoje, nesta Quarta-Feira do dia 03 de Julho de 2019, e isso é o aspeto mais positivo desta vaga de crise, de ter durado longo demais, agora, ca. de 5 anos. De ter assim durado para permitir efetivamente o posicionamento da grande maioria, em todos os níveis, de todos os membros da elite governante bissau-guineense, para um lado ou para o outro.

    Os maus, imorais, por isso, DESONESTOS, juntamente com os seus apoiantes, tanto de dentro assim como de fora, juntando-se do seu lado, e os outros, OS HONESTOS, doutro. Sendo todos, juntados a cada no seu lado, bem identificáveis, identificados e conhecidos pelos nomes próprios completaos e postos de responsabilidade que cada ocupa no aparelho de Estado bissau-guineense, suas instituições e estruturas afins.

    Não os apontar por isso, diretamente, perdendo-se numa linguagem generalizadora de “TUDO-E-TODOS”, tal como denunciado aqui, é prestar maus serviços aos que se têm batido desde o despoletar desta vaga de instabilidade político-institucional civil, e ainda batendo-se de seguida, até hoje, nesta Quarta-Feira do dia 03 de Julho de 2019.

    Tudo para dizer, enfim que, seja como for, o procedimento a tais AMÁLGAMAS só podem servir para confundir ainda mais a situação, no entanto muito claramente e empiricamente falando, partindo dos fatos no terreno; confundir ainda a situação, em relação aos que foram e são os perpetradores e, foram, são ou se tornaram mais tarde, os sustentadores desta atual situação da vaga de crise de instabilidade político-institucional civil, bissau-guineense, ainda em curso.

    Obrigado.
    Bom trabalho.
    Por um debate democrático sério e honesto.
    E que reine o bom senso.
    Amizade.
    A. Keita

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