Directora-Geral de Estabelecimento de cuidados de Saúde Pública da Guiné-Bissau reconhece a existência da junta médica disfarçada com a finalidade de entrada na Europa
A Rádio Sol Mansi (RSM) soube que há várias pessoas que entraram no território português por intermédio da junta médica a partir da Guiné- Bissau mas que, no entanto, nunca chegaram de apresentar nas unidades hospitalares onde as suas consultas foram marcadas.
Confrontada com este fato, numa entrevista à Rádio Sol Mansi, esta segunda-feira (17), a Directoria-geral de Estabelecimento dos cuidados dos Saúde Pública na Guiné-Bissau, Salimatu Sanhá, reconhece o facto. Contudo, assegura que de Dezembro para cá foram adotados outros mecanismos com a criação de uma plataforma que monitorize todo o processo da junta médica contribuindo, desta feita na redução drástica deste tipo de caso.
“Em Dezembro, na Guiné-Bissau, houve excesso na entrada do processo da junta médica”, denuncia.
A responsável afirmou ainda que maior dor de cabeça com que a sua direção vem deparando são, de um lado, os próprios médicos que escrevem a junta médica a duvidosos doentes disfarçados com a finalidade de entrar no território europeu e, por outro lado, os falsos médicos que circulam pelas ruas da capital e na posse de carimbos falsificados para emissão de juntas médicas falsas.
“Atribuo a responsabilidade às pessoas que escrevem junta médica mas não tiro mérito a outros profissionais que fazem tudo com base na lei. Mas existem pessoas nas nossas praças que falsificam carimbos e assinaturas atribuindo junta médica mas vamos pegar estas pessoas”, sustenta.
Salimatu Sanhá apela os médicos a se abdicarem de passar juntas médicas às pessoas que não têm problemas de saúde, lembrando que esta prática mina a credibilidade dos médicos guineenses.
Sanhá alerta ainda que caso persistir o comportamento do género Portugal até poderia vir a cortar a cooperação com a Guiné-Bissau neste domínio.
Aos pacientes que têm ou que procuram juntas médicas, a responsável pede que apenas sejam percorridos os trâmites legais.
“As pessoas correm atras de informações erradas e acabam por penalizar”, alerta.
A situação é do conhecimento do governo guineense. Alias, em 2017 o então ministro da saúde, Carlitos Barai, havia denunciado a existência de falsas juntas médicas no país.
Muitas pessoas em situações de saúde críticas morrem a espera de conseguir uma junta médica, enquanto muitas outras que gozem de boa saúde partem disfarçadamente encobertos de junta médica, em troca de somas de dinheiros, quando a finalidade é a emigração, uma situação que a directoria-geral de Estabelecimento de cuidados de Saúde Pública do país promete não baixar braços em banir as tais práticas.
Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos / Casimiro Jorge Cajucam
radiosolmansi.net
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