Os enunciados do discurso político mediático dos Chefes dos Estados da Comunidade para o Desenvolvimento Económico dos Estados de África Ocidental (CEDEAO), deixam qualquer especialista de Ciências de Comunicação e Jornalismo na Guiné-Bissau sem ângulo de análises descomprometida de uma intervenção cívica num plano global da resolução dos problemas da nossa subregião. Até parece que os problemas da Guiné-Bissau serve apenas de entretenimento aos Chefes de Estados e dos Governos da CEDEAO nas suas cimeiras regionais.
Os enunciados do discurso político mediático de sanções sobre o processo do recenseamento eleitoral que agora terminou antes da Cimeira dos Chefes dos Estados e dos governos da CEDEAO na Abuja, revela um certo desconhecimento, por parte dos estadistas da nossa subregião, de reais problemas políticos e sociais que abalam as estruturas dos partidos políticos da esfera do poder que degladiam na nossa esfera pública para conquistar o poder e acabar com a fome de emprego no seio da sua juventude e na família dos seus militantes.
Por este andar de comboio dos seus enunciados discursivos mediáticos prova-se que os estadistas da CEDEAO, por desconhecimento dos problemas políticos nacionais, não têm uma solução sólida para a resolução da crise política nacional. Ameaça de aplicar agora, nesta fase final do recenseamento eleitoral, sanções aos actores políticos, os estadistas da CEDEAO poderão outra vez exacerbar o discurso político partidário na nossa esfera pública.
Os estadistas da CEDEAO não podem querer resolver o problema da crise política que abalam as estruturas dos partidos políticos da esfera do poder com as informações que circulam nas redes sociais. Aliás, antes da Cimeira dos Chefes dos Estados e dos Governos da CEDEAO, em Abuja, uma parte dos utilizadores nacionais das redes sociais já tinham outra vez batidos na tecla de sanções. O que poderá tornar parcial a decisão dos estadistas da nossa subregião de aplicar outra vez as famosas sanções que nunca foram cumpridas, mas que apenas servem para exacerbar tensões políticas no nosso espaço público.
Ao ameaçar agora sancionar os políticos ou quaisquer actores sociais que duvidam do processo de recenseamento eleitoral que agora terminou, é mais uma prova inequívoca, que a CEDEAO não encontrou ainda uma solução pacífica e politicamente realista para os militantes excluídos dos benefícios económicos que os partidos da esfera do poder apropriam indevidamente dos impostos dos cidadãos. Aliás, os estadistas da CEDEAO não sabem que a organização e funcionamento dos partidos políticos da esfera do poder alterou-se radicalmente no nosso espaço público. Esta alteração da organização politica interna dos partidos políticos é que polarizam e radicalizam cada vez mais os militantes que não beneficiaram do dinheiro do imposto que os mais próximo dos seus lideres têm o acesso para sustentar a sua família.
Os estadistas da CEDEAO só conseguirão encontrar uma solução sólida para crise política da Guiné-Bissau se resolverem na verdade os problemas dos militantes dos partidos de esfera do poder que se sentem excluídos dos benefícios dos impostos que esses partidos apropriaram e dos empregos partidários na função pública.
Se os estadistas da CEDEAO conseguissem resolver, internamente, nos partidos políticos da esfera do poder o problema dos seus militantes que se sentem excluídos do sistema não assistiríamos a exacerbação, a polarização e a radicalização política que está abalar agora a nossa esfera política nacional.
A crise atual do processo de recenseamento eleitoral é a sequência da crise dos militantes de partidos de esfera do poder que se sentem excluídos de se servirem do dinheiro do povo.
Os estadistas da CEDEAO não precisam de sanções para resolver o problema da crise política que agora fustiga internamente os partidos políticos da esfera do poder. Os enunciados discursivos mediáticos de sanções da CEDEAO poderá dar ainda mais uma ênfase a politiquice e a radicalização cada vez mais na política partidária nacional. É necessário e urgente que os estadistas da CEDEAO se esqueçam de se entreter com as sanções eleitorais para não exacerbar politicamente outra vez os partidos políticos e procurarem esvaziar os argumentos dos interesses legítimos e divergentes dos militantes dos partidos da esfera do poder que se sentem excluídos dos benefícios do dinheiro dos impostos e do emprego partidário na função público para acabar com a fome económica na sua família.
Se os estadistas da CEDEAO não compatibilizarem os interesses divergentes e legitimas de uma percentagem muito grande dos militantes dos partidos políticos da esfera do poder que se sentem excluídos do sistema, as próximas eleições legislativas não serão nunca a solução sólida para acabar com a crise política partidária que segmenta e fragmenta cada vez mais as forças política na Guiné-Bissau. E as eleições legislativas não terão os efeitos desejados pelos guineenses de ter uma democracia forte e justa na sua esfera pública.
Por :
António Nhaga
Director Geral
angloria.nhaga@gmail.com
OdemocrataGB
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