A Guiné-Bissau conta a partir de hoje com uma federação das mulheres empresárias e empreendedoras, uma estrutura que será integrada na Confederação de Empresários da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CE-CPLP).
A primeira-dama da Guiné-Bissau, Rosa Vaz, ao presidir às cerimónias do lançamento oficial da federação, instou as entidades competentes no sentido trabalharem para a abolição de vistos entre os cidadãos da CPLP, a abolição da dupla tributação e ainda na questão das equivalências académicas.
A antiga secretária de Estado guineense da cooperação internacional, Munira Jauad, que impulsionou a iniciativa, na sua qualidade de uma das vice-presidentes da confederação das mulheres da CPLP, disse à Lusa "acreditar muito na força da nova estrutura".
"As mulheres estão a ajudar a CPLP", defendeu Munira Jauad, uma das mais destacas empresárias da Guiné-Bissau e que agora pretende ver outras mulheres em trocas comerciais e parcerias com as demais do espaço lusófono.
Jauad acredita que atualmente a Guiné-Bissau tem mais empresárias de que homens em negócios, citando as comerciantes do país em Cabo Verde, no Senegal e em Portugal, onde são as principais vendedoras da terra, disse.
"Os homens ficam-se só pelo caju e no negócio da madeira", notou a responsável que quer ver todas as mulheres guineenses congregadas na federação, que as poderá levar a ter "outros mercados" nos países da CPLP.
No evento de hoje, em Bissau, compareceram cerca de 200 mulheres, mas Munira Jauad pretende juntar na nova estrutura todas as empreendedoras: "aquelas mulheres que trabalham por conta própria e dão sustento à sua família".
Em termos práticos, Jauad quer que a federação também sirva de "embaixadora da CPLP" nos mercados de países vizinhos da Guiné-Bissau.
O guineense José Medina Lobato, secretário-geral da CE-CPLP, elogiou a criação da federação das mulheres empresárias e empreendedoras da Guiné-Bissau e garantiu estar na agenda da organização as preocupações hoje levantadas.
As mulheres guineenses, nas vozes de várias intervenientes, exortaram as estruturas da CPLP a resolver "questões pertinentes", nomeadamente a mobilidade de pessoas, bens, capitais e serviços, a dupla tributação e o reconhecimento das equivalências profissionais.
Medina Lobato defendeu que estas e outras questões estão na agenda de todas as estruturas estatais e não estatais da comunidade lusófona, bem como a criação da marca CPLP.
Foto: Braima Darame
DN.PT
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