O relacionamento bilateral ou trilateral entre a China e os países de língua portuguesa vai estar em destaque terça-feira, 21 de Fevereiro, numa conferência internacional a ter lugar em Lisboa em que o papel de Macau enquanto plataforma de contacto será tema central.
A conferência “Macau, uma ponte na relação económica China-Países de língua portuguesa”, evento de que a agência MacauHub é parceiro de comunicação social, vai permitir realçar o papel desempenhado pelo Fórum de Macau, que é apontado por diferentes intervenientes nas relações entre a China, Portugal e países de língua portuguesa como fonte de oportunidade para empresas, nomeadamente no financiamento de projectos.
O evento conta também com a parceria da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), cuja revista Portugal Global dá na sua mais recente edição destaque a Macau, com uma entrevista ao general Garcia Leandro, actual presidente da Fundação Jorge Álvares e ex-governador de Macau, que afirma que a cidade asiática pode “ter um papel privilegiado para empresas que não entrem directamente no mercado chinês.”
Isto, adianta, graças a “todas as iniciativas que o Fórum de Macau tem desenvolvido, permitindo o encontro entre empresários da China e dos países de língua portuguesa”, que “abriram possibilidades de relações bilaterais ou trilaterais entre empresas de vários países que sozinhas não teriam possibilidades de sucesso.”
“Esta capacidade de Macau deve ser levada ao máximo. A própria China, como se viu na Conferência Ministerial de Outubro passado (do Fórum de Macau), mostrou claramente o propósito de dar a Macau um papel reforçado neste domínio ao propor 18 medidas concretas que poderão desenvolver a capacidade do Fórum, até como plataforma de cooperação financeira centrada em Macau”, adianta Garcia Leandro.
“Alguns PALOP e Timor-Leste têm sentido maior necessidade de tirar o máximo proveito dos recursos do Fórum de Macau, pelas oportunidades de cooperação ali criadas e pelas acções de formação por ele oferecidas, através do seu centro de formação e de instituições de ensino superior ali existentes”, refere ainda.
Também o presidente da AICEP, Miguel Frasquilho, desafia os empresários portugueses a “olharem com interesse para as possibilidades que o Fórum de Macau abre ao nível da cooperação trilateral, isto é, no apoio a projectos de investimento e desenvolvimento entre empresas de países de língua portuguesa.”
Ainda em entrevista à revista Portugal Global, Whu Zhiwei, presidente executivo da Companhia de Desenvolvimento Cidade Moderna (Macau) e da Tin Min Jade, afirma que “a internacionalização das empresas portuguesas é muito importante para a China, para Macau e para Portugal” e que “muitas empresas chinesas têm vindo a aperceber-se do potencial dos mercados dos países de língua portuguesa. Portugal é decididamente um parceiro novo, potencial e privilegiado para o governo e para as empresas chinesas.”
“Essa internacionalização é necessária para se conseguir a interacção e a cooperação entre os diferentes países. A existência de mais e mais empresas internacionalizadas entre a China e Portugal permitirá alargar o espectro, a escala e o sucesso da cooperação”, afirma Zhiwei.
A Conferência “Macau, uma ponte na relação económica China-Países de língua portuguesa” terá lugar no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), com a participação prevista do presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa e do embaixador da China em Portugal, Cai Run.
Estarão presentes também gestores de empresas portuguesas de capital chinês, como António Mexia, presidente executivo do grupo Energias de Portugal (EDP) e João Faria Conceição, administrador executivo da Redes Energéticas Nacionais (REN), além de empresas com relações com a China em desenvolvimento, como Duarte Lynce de Faria, administrador do porto de Sines.
(Macauhub)
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