segunda-feira, 12 de maio de 2014

Governo da Nigéria rejeita proposta de troca de jovens raptadas por islamistas detidos


O líder do grupo islamista Boko Haram divulgou um novo vídeo em que surge ao lado de uma centena de raparigas que diz fazerem parte do grupo de quase 300 raptadas em Abril, na Nigéria, e se propõe trocá-las pelos membros da organização detidos. A proposta já foi rejeitada.

A hipótese de troca já foi afastada pelo ministro do Interior. “Não cabe ao Boko Haram pôr condições”, disse Abba Moro à AFP. Questionado directamente sobre se a condição apresentada seria rejeitada, respondeu: “Claro”.

Durante os 27 minutos de duração do vídeo, obtido pela agência de notícias AFP, e divulgado esta segunda-feira, Abubakar Shekau fala durante 17 e diz que as jovens serão libertadas se o mesmo acontecer a todos os islamistas do Boko Haram actualmente detidos na Nigéria.

Em nenhum momento o líder aparece acompanhado das raptadas. Shekau fala à frente de um fundo verde, veste uniforme militar e tem junto ao corpo uma arma automática.

As jovens surgem totalmente cobertas, mostrando apenas o rosto, a recitar o Corão, num local incerto. Têm, segundo a agência, um ar abatido, resignado, mas não aterrorizado. O líder do grupo diz que se converteram ao islamismo."Essas raparigas com que tanto se preocupam, de facto já as libertámos [...] e sabem como as libertámos? Essas raparigas tornaram-se muçulmanas", afirma. "Só as vamos libertar depois de libertarem os nossos irmãos." Noutra passagem, Abubakar Shekau afirma, porém, que a troca que propõe só incluiria as jovens "que não se converteram ao Islão".

Duas das três jovens que são interrogadas declaram que eram cristãs e mudaram de religião e a terceira afirma que já era muçulmana. Uma diz que não foram maltratadas.

Também nas últimas horas, o governador do estado de Borno disse que as jovens foram avistadas, e que não terão sido levadas nem para o Chade nem para os Camarões. Kashim Shettima limitou-se a dizer que passou ao Exército da Nigéria as informações que recebeu.

No total, 276 raparigas foram raptadas no dia 14 de Abril e mais 11 no início de Maio em Chibok, no estado de Borno, onde vive uma importante comunidade cristã. Das 276 jovens, 223 continuam dadas como desaparecidas.

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