sábado, 4 de outubro de 2025

Alemanha e outros países querem deter requerentes de asilo rejeitados... O ministro do Interior alemão e outros homólogos europeus defenderam hoje que a criação de centros de retorno para requerentes de asilo rejeitados em países fora da Europa seja acelerada e que estas pessoas fiquem detidas até à deportação.

Por LUSA 

Numa conferência de imprensa em Munique, após reunir-se com os colegas da Polónia, Itália, Suíça, Luxemburgo, Dinamarca, Suécia, Bélgica e Países Baixos, bem como com o comissário europeu para o Interior e Migração, Alexander Dobrindt afirmou que os centros devem acolher "os requerentes de asilo rejeitados que não podem ser devolvidos diretamente aos seus países".

O político conservador alemão indicou que atualmente existem diferentes ideias em vários países europeus, sendo a mais recente a dos Países Baixos, que está em conversações com o Uganda para criar um centro de regresso nesse país.

O ministro alemão indicou que, além disso, a Alemanha e os seus parceiros reunidos na capital bávara querem criar o quadro jurídico para "permitir a detenção indefinida para a deportação de requerentes de asilo rejeitados", incluindo aqueles com antecedentes criminais.

"Também queremos conseguir proibições de entrada indefinidas, de modo a que seja possível excluir permanentemente do território pessoas que não obtiveram o direito de asilo", desde que essa decisão se baseie em critérios previamente estabelecidos, como pode ser a delinquência, explicou.

Um terceiro objetivo é melhorar significativamente o intercâmbio de dados, o que inclui incorporar mais informações à base de dados Eurodac, que armazena impressões digitais e outros dados de requerentes de asilo e pessoas que chegam ilegalmente à União Europeia (UE), e torná-la disponível para todos.

O ministro do Interior alemão salientou que os países reunidos hoje em Munique também querem agilizar os procedimentos, podendo vir a ser necessário, por exemplo, o uso de inteligência artificial (IA) para ajudar nas traduções.

"Atualmente, os procedimentos na fronteira às vezes são atrasados devido à falta de capacidades de tradução, dificultando a comunicação. Queremos que, no futuro, possam ser utilizados sistemas digitais de IA para acelerar os procedimentos nas fronteiras externas da UE", salientou.

Acrescentou que "é fundamental acelerar o processo mais do que no passado", apontando que a pressão migratória continua elevada em todos os países vizinhos da Alemanha, embora os números atuais sejam mais baixos do que nos dois anos anteriores.

Esta situação também se deve ao facto de vários países terem adotado medidas nacionais, algumas semelhantes às da Alemanha, como a suspensão do reagrupamento familiar para pessoas com proteção subsidiária, e outras medidas, incluindo controlos fronteiriços, afirmou.

No caso da Alemanha, registou-se "uma redução de aproximadamente 60% na imigração ilegal", assegurou.

O comissário europeu para a Migração, Magnus Brunner, salientou que na Europa se registou uma redução de mais de 20% nas passagens ilegais de fronteira.

O austríaco, que considerou "fundamental encontrar soluções comuns a nível europeu", salientou que a UE deve "recuperar o controlo sobre o que acontece na Europa".

"Isso é crucial e, para isso, precisamos de regras, novas regras, regras adaptadas aos desafios atuais", afirmou, defendendo que, para isso, uma boa base é o Pacto sobre Migração e Asilo, o novo Regulamento de Regresso e o conceito de países terceiros seguros.

Disse também que é preciso "acelerar a implementação, o que é muito importante para dar às pessoas a sensação de que temos controlo sobre o que acontece na Europa".

"Quem abusar do sistema europeu de asilo ou ignorar as regras e circular ilegalmente no espaço Schengen deve ser consistentemente devolvido à fronteira. Esse é precisamente o objetivo do Regulamento de Regresso. Atualmente, apenas 1 em cada 5 pessoas que se encontram ilegalmente na Europa é devolvida, o que é inaceitável", afirmou.

Trump deixa aviso ao Hamas sobre plano de paz: "Não tolerarei atrasos"... Donald Trump disse hoje que "não tolera atrasos" que comprometam o plano de paz da Casa Branca para a Faixa de Gaza, dirigindo-se ao Hamas, e agradeceu a Israel o anúncio da cessação dos ataques aéreos no território.

Por LUSA 

"Agradeço que Israel tenha suspendido temporariamente os bombardeamentos para permitir finalizar a libertação dos reféns e o acordo de paz. O Hamas deve agir rapidamente, caso contrário, tudo estará perdido. Não tolerarei atrasos, como muitos acreditam que ocorrerão", escreveu na rede social Truth o Presidente norte-americano.

Trump insistiu que não aceitará "nenhum resultado em que Gaza volte a representar uma ameaça" à paz regional. "Vamos a isso, RÁPIDO! Todos serão tratados com justiça!".

O plano de paz apresentado pelo Presidente dos Estados Unidos na segunda-feira, na Casa Branca, aceite pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, propõe o fim imediato da guerra, a libertação dos reféns do Hamas e a formação de um governo de transição para Gaza, supervisionado pelo presidente norte-americano e pelo ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair.

A proposta contempla ainda a desmilitarização da Faixa de Gaza e a possibilidade de negociar um Estado palestiniano no futuro, algo que o primeiro-ministro israelita afastou, no entanto.

A Casa Branca confirmou que o enviado especial de Trump para o Médio Oriente, Steve Witkoff, viajará hoje para o Cairo, no Egito, para avançar com as negociações sobre o plano de paz antes da sua aplicação.

Hoje, os hospitais da Faixa de Gaza registaram, pelo menos, 29 mortes, após ataques de Israel, quando decorrem as negociações para o plano de paz.

O exército de Israel disse ter interrompido a sua operação de invasão do território, embora mantenha o uso de fogo defensivo.

A Cidade de Gaza sofreu, pelo menos, três ataques israelitas esta manhã. De acordo com o balanço divulgado, 22 mortes ocorreram na Cidade de Gaza, e foram registadas mais duas mortes nos hospitais de Al Awda e Al Aqsa e outras cinco no hospital Nasser.

Os ataques ocorreram depois de o movimento Hamas ter anunciado estar disposto para libertar os reféns, uma das exigências do plano de paz de Donald Trump.


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O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel confirmou hoje a deportação de mais 137 ativistas pró-palestinianos da Flotilha Global Sumud para a Turquia, após terem sido intercetados dezenas de barcos na quarta-feira.


Moscovo ataca instalações elétricas e Kyiv aponta para petrolíferas... A Rússia atacou, esta noite, com drones várias instalações elétricas na região de Cherníguiv, no Norte da Ucrânia, deixando cerca de 50.000 consumidores sem energia e Kyiv voltou a apontar para as petrolíferas de Moscovo.

Por LUSA 

Numa publicação na rede social Facebook, a elétrica Chernihiv Oblenergo precisou que um ataque, durante esta madrugada, danificou importantes instalações elétricas.

As interrupções [...] afetaram cerca de 50.000 utilizadores", detalhou.

Os trabalhos de restabelecimento do fornecimento de energia já foram iniciados.

Só nas últimas 24 horas, as defesas áreas ucranianas abateram 73 drones russos nas regiões Norte e Leste do país. Outros 36 não foram intercetados e, juntamente com três mísseis, atingiram 21 locais.

Esta noite, a Ucrânia também recorreu a drones para atingir a zona industrial de Leningrado, na Rússia, informou o governador regional Alexander Drozdenko, através de uma publicação no Telegram.

"As defesas antiaéreas estão a operar contra drones e Kirishi. Um incêndio deflagrou na zona industrial. Os bombeiros já começaram a extingui-lo", referiu

Na cidade de Kirishi está localizada a refinaria de petróleo KINEF, que pertence à Surgutneftegaz.

De acordo com o Ministério da Defesa russo, foram abatidos 117 drones ucranianos na noite passada.

O relatório militar indica que foram realizados ataques contra 10 regiões da Rússia e Crimeia.

A Ucrânia tem vindo a intensificar os ataques contra as refinarias de petróleo russas, provocando escassez de gasolina e, consequentemente, aumento de preços.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022.


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O presidente ucraniano avançou, este sábado, que um ataque de drones russos a uma estação ferroviária fez, pelo menos, 30 feridos - tanto "funcionários da Ukrainian Railways, como passageiros". Os serviços de emergência encontram-se no local a socorrer as vítimas.


Israel continua a bombardear Gaza após anúncio do Hamas e apelo de Trump... Os ataques israelitas prosseguiram durante a madrugada de hoje, fazendo pelo menos nove mortos, apesar do Hamas ter anunciado disponibilidade para negociar o plano de paz e de Donald Trump ter instado Israel a cessar "imediatamente" os bombardeamentos.

© Lusa   04/10/2025 

De acordo com diversas fontes médicas, pelo menos nove pessoas morreram, entre as quais três crianças, e várias ficaram feridas, na sequência de bombardeamentos por parte do exército israelita em território palestiniano durante a madrugada. 

A mesma informação foi avançada pela Defesa Civil, que denunciou dezenas de ataques aéreos e disparos de artilharia israelitas na cidade de Gaza, apesar do apelo do Presidente norte-americano Donald Trump para que Israel cessasse "imediatamente" os bombardeamentos.

Os ataques aconteceram após o movimento islamita palestiniano Hamas ter anunciado que está disposto a libertar todos os reféns, de acordo com o plano do Presidente norte-americano, e ter pedido o início de "negociações imediatas através dos mediadores" para discutir os detalhes.

À luz da resposta do Hamas, o Governo de Israel anunciou que se prepara para implementar "de forma imediata" em Gaza o plano de paz, tendo sido secundado pelo chefe de Estado Maior de Israel, Eyal Zamir, que ordenou "avançar na preparação para a implementação da primeira fase do plano Trump para a libertação dos reféns".

Horas depois da resposta do Hamas, o Presidente norte-americano afirmou que Israel deve "interromper imediatamente" os ataques contra a Faixa de Gaza, dizendo que os militantes do Hamas "estão prontos para uma paz duradoura".

No entanto, Israel continuou a bombardear a Faixa de Gaza e a matar civis, apesar da aceitação do acordo pelo Hamas e do apelo de Donald Trump.

Relatores de direitos humanos da ONU, em conjunto com organizações internacionais e um número crescente de países, qualificam como genocídio a ofensiva militar israelita contra Gaza, que desde os ataques do Hamas de 07 de outubro de 2023 já provocou mais de 66.000 mortos, entre os quais mais de 20.000 crianças.


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Governo de Trump paga 2.500 dólares a migrantes menores que queiram sair... O governo de Donald Trump divulgou sexta-feira que pagaria 2.500 dólares para cada criança imigrante que regresse voluntariamente ao seu país natal, no que é o incentivo mais recente para a deportação voluntária.

Por LUSA 

A agência da imigração e fronteiras (ICE, na sigla em Inglês) não informou quantos migrantes estavam recenseados ou quando é que a oferta começa a vigorar, mas a Associated Press obteve uma mensagem de correio eletrónico a especificar que crianças com 14 anos e mais podem receber 2.500 dólares.

Não estão detalhadas as consequências para as crianças que declinarem a proposta.

Em comunicado, a ICE avançou que a oferta iria começar a ser feita aos menores com 17 anos.

O governo também propôs mil dólares aos adultos que queiram sair voluntariamente dos EUA.

Os advogados envolvidos no processo pela parte dos migrantes consideram que o montante de 2.500 dólares pode impedir os menores de tomarem decisões ponderadas.

"Para uma criança, 2.500 dólares pode ser a maior quantidade de dinheiro que ele alguma vez viu na sua vida, e pode ser muito, muito difícil pela ela ponderar os riscos de longo prazo de sair voluntariamente versus tentar ficar nos EUA e seguir o processo judicial que lhe pode permitir ficar legalmente", disse Melissa Adamson, advogada no National Center for Youth Law.

A polícia de fronteiras dos EUA deteve mais de 400 mil menores sem pais desde outubro de 2021.

Uma lei de 2008 impõe a sua comparência perante um juiz de imigração antes de ser repatriado.


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O Supremo Tribunal dos Estados Unidos permitiu hoje que a administração liderada pelo Presidente Donald Trump retirasse as proteções legais a mais de 300 mil migrantes venezuelanos.

Israel prepara-se para implementar de imediato plano de Trump para Gaza... Israel anunciou hoje que se prepara para implementar "de forma imediata" em Gaza o plano de paz do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para libertar os reféns, "à luz da resposta do Hamas".

Por  LUSA 

Na sexta-feira, o movimento islamita palestiniano Hamas afirmou aceitar alguns elementos do plano de paz do Presidente norte-americano, incluindo a libertação dos restantes reféns, querendo negociar outros.

Em comunicado, o Hamas reiterou a abertura à transferência do poder para um órgão palestiniano politicamente independente e acrescentou estar pronto para negociações imediatas para discutir a libertação dos reféns, vivos e cadáveres.

A declaração não menciona o desarmamento do movimento, exigência israelita incluída na proposta de Trump.

Num comunicado, o gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, garantiu que continuará a trabalhar "em plena cooperação" com a Casa Branca "para pôr fim à guerra, de acordo com os princípios estabelecidos por Israel, que são consistentes com a visão de Trump para o fim da guerra".

Horas depois da resposta do Hamas, Trump afirmou que Israel deve suspender os ataques contra a Faixa de Gaza, dizendo que os militantes palestinianos "estão prontos para uma paz duradoura".

"Israel deve interromper imediatamente o bombardeamento de Gaza, para que possamos resgatar os reféns de forma segura e rápida!", adiantou o líder dos Estados Unidos, na rede social, que detém, a Truth Social.

A declaração do governo de Telavive não menciona o pedido do Presidente dos EUA.

O plano de Trump propõe um cessar-fogo, a libertação dos reféns em 72 horas e o desarmamento do Hamas, acompanhado de um esquema de reconstrução de Gaza com apoio internacional.

Em meados de setembro, Israel lançou uma ofensiva de larga escala no enclave palestiniano, com as operações concentradas na Cidade de Gaza, considerada por Telavive o último bastião do Hamas.

Os meios de comunicação palestinianos e a estação de televisão do Qatar Al Jazeera relataram que os ataques à Faixa de Gaza continuaram durante toda a noite de sexta-feira.

O porta-voz da Proteção Civil de Gaza publicou na plataforma de mensagens Telegram que a Cidade de Gaza estava a ser sujeita a "bombardeamentos impiedosos". 

Israel declarou a 07 de outubro de 2023 uma guerra na Faixa de Gaza para erradicar o Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque que matou cerca de 1.200 pessoas, na maioria civis. 

Desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel, o Hamas fez também nesse dia 251 reféns, cerca de 40 dos quais continuam em cativeiro. 

A guerra na Faixa de Gaza fez dezenas de milhares de mortos, de acordo com números das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos, e um desastre humanitário que causou cerca de dois milhões de deslocados no enclave.


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