quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Pilotos ucranianos já treinam em caças F-16 nos Estados Unidos

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POR LUSA  26/10/23 

Os pilotos ucranianos já estão a receber formação nos Estados Unidos em caças F-16, cuja chegada à Ucrânia está prevista para o primeiro semestre de 2024.

"No dia 25 de outubro, os pilotos ucranianos já começaram a voar nos F-16. Até então, utilizavam simuladores que reproduziam integralmente o 'cockpit'", disse um porta-voz da Força Aérea dos Estados Unidos, citado pela agência independente ucraniana Unian.

Os pilotos ucranianos treinam da base de Morris da Guarda Aérea Nacional norte-americana em Tucson, estado do Arizona, que já formou pilotos de mais de vinte países.

A formação deverá durar "vários meses", sendo que o curso habitual geralmente dura pelo menos meio ano, mas, no caso dos pilotos ucranianos, segundo as autoridades norte-americanas, pode ser acelerado para atender às necessidades de Kyiv na guerra que trava com a Rússia.

Além dos Estados Unidos, os pilotos ucranianos estão a receber formação em F-16 de uma coligação de países da NATO liderada por Dinamarca, Países Baixos e Estados Unidos e integrada também por Portugal.

Alguns dos membros da coligação já assumiram o compromisso de entregar estas aeronaves à Força Aérea de Kyiv.

À medida que a guerra se prolonga e surgiu um novo conflito no Médio Oriente entre Israel e o movimento palestiniano Hamas, Kyiv acelera a produção das suas próprias armas.

O secretário do Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia, Oleksi Danilov, declarou hoje que a Ucrânia aumentará em breve a sua própria produção, em empresas estatais e privadas localizadas em locais seguros.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, também abordou hoje numa reunião com a liderança militar do país o fornecimento de armas de parceiros, bem como "a produção própria" e o "aumento das capacidades da indústria de defesa".

Enquanto o novo primeiro-ministro da Eslováquia, o populista Robert Fico, anunciou hoje que o seu país deixará de ajudar militarmente a Ucrânia, a Dinamarca anunciou que vai fornecer a Kyiv equipamento no valor de 3,7 mil milhões de coroas (495 milhões de euros) e os Estados Unidos um novo pacote de armamento avaliado em 150 milhões de dólares (142,3 milhões de euros).

"Esta doação inclui tanques, veículos de combate de infantaria, munições de artilharia, 'drones' e armas ligeiras", informou o Ministério da Defesa dinamarquês em comunicado, dois dias após uma visita do titular da pasta, Troels Lund Poulsen, a Kyiv.

A décima terceira doação dinamarquesa, em cooperação com a Alemanha, "confirma que a Ucrânia pode contar com o apoio inabalável da Dinamarca na sua luta pela liberdade", afirma o ministro dos Negócios Estrangeiros, Lars Lokke Rasmussen, citado no comunicado.

"Esta doação também envia um sinal importante à Ucrânia e à Rússia de que não perderemos de vista o nosso objetivo, mesmo que a atenção do mundo esteja atualmente focada em Israel e na Palestina", acrescentou.

Também os Estados anunciaram hoje uma nova parcela de armas e equipamento, no valor de 150 milhões de dólares, "para ajudar a Ucrânia a ter sucesso no campo de batalha e a proteger o seu povo da invasão brutal da Rússia".

Segundo um comunicado do Departamento de Estado, o novo pacote inclui armamento de defesa aérea, artilharia, munições antitanque e outras capacidades que "irão reforçar ainda mais a capacidade da Ucrânia para defender o seu território contra as ofensivas russas, ao mesmo tempo que continua a sua contraofensiva".

A Ucrânia, apoiada pelo Ocidente, tem estado envolvida numa contraofensiva no leste e no sul desde junho, mas até agora apenas produziu resultados limitados.

A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e anexou regiões que representam quase 15% do território da Ucrânia, incluindo Donetsk e Lugansk, no leste, Kherson e Zaporijia, no sul.


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Delegação do Hamas em conversações em Moscovo e elogia papel de Putin

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POR LUSA     26/10/23 

O grupo islamita palestiniano Hamas elogiou hoje a posição do Presidente russo sobre o conflito no Médio Oriente, durante conversações políticas mantidas em Moscovo, nas quais as autoridades russas exigiram a libertação imediata dos reféns estrangeiros mantidos em Gaza.

"A delegação valorizou muito a posição do Presidente da Rússia, Vladimir Putin, e também os esforços ativos da diplomacia russa", afirmou o Hamas, num comunicado citado pela agência estatal RIA Novosti a propósito das conversações mantidas na capital russa entre representantes do braço político do grupo islamita e as autoridades russas.

Na nota informativa, o Hamas destacou que, durante as conversações com o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Mikhail Bogdanov, e o representante especial do Presidente russo para o Médio Oriente e países africanos, foram discutidas formas de travar "os crimes de Israel apoiados pelo Ocidente".

Na declaração, o grupo islamita defendeu o seu direito de resistir à ocupação israelita com todos os métodos à sua disposição.

Na habitual conferência de imprensa semanal, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, confirmou que representantes da ala política do Hamas estavam em Moscovo para consultas com as autoridades russas.

Segundo disseram fontes palestinianas à agência estatal RIA Novosti, o vice-chefe do gabinete político do Hamas, Musa Abu Marzuq, liderou a delegação presente em Moscovo.

Bogdanov revelou hoje que manteve reuniões no Qatar com a liderança política do Hamas para discutir o "destino dos sequestrados" em posse do movimento palestiniano desde o início do conflito com Israel, em 07 de outubro.

Segundo Israel, o braço armado do Hamas mantém pelo menos 224 pessoas raptadas em Gaza, entre as quais pelo menos três cidadãos russos de dupla nacionalidade, segundo o embaixador da Rússia em Telavive, Anatoly Viktorov.

Além disso, pelo menos 23 cidadãos russos morreram nos ataques perpetrados pelo Hamas no sul de Israel no dia 07 de outubro.

A diplomacia russa fez saber hoje que durante as conversações em Moscovo voltou a abordar a questão dos reféns e que exigiu a libertação imediata dos estrangeiros mantidos em Gaza.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros disse que discutiu "a retirada de russos e outros estrangeiros do território do enclave palestiniano".

Moscovo confirmou também a sua "posição inalterada" a favor da aplicação das resoluções do Conselho de Segurança da ONU e da Assembleia-Geral sobre a criação de "um Estado palestiniano soberano nas fronteiras de 1967, com Jerusalém Oriental como capital e vivendo lado a lado em paz e segurança com Israel".

A Rússia não reconhece o Hamas como uma organização terrorista, ao contrário de outros atores internacionais, como é o caso dos Estados Unidos e da União Europeia (UE).

Bogdanov, antigo embaixador russo em Israel, também anunciou hoje que o líder da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, viajará "em breve" para Moscovo e manterá conversações com Putin.

O Presidente russo condenou o ataque terrorista do Hamas contra Israel, mas também apelou para a proteção dos civis em Gaza.

A visita da delegação da ala política do Hamas a Moscovo coincide com a presença na Rússia do vice-ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Ali Bagheri Kani, que se reuniu na capital russa com o seu homólogo russo, Mikhail Galuzin.


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UMARO SISSOCO EMBALÓ: Presidente da Guiné-Bissau contesta sanções anunciadas pelos EUA

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POR LUSA    26/10/23  

A Guiné-Bissau "não é um país traficante", vincou hoje em Lisboa o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, reagindo à decisão dos Estados Unidos de sancionar o seu país por falhas na luta contra o tráfico humano.

"Na Guiné-Bissau nós não somos traficantes. E nunca a Guiné-Bissau alinhou no tráfico humano. Eu já dei orientações ao ministro dos Negócios Estrangeiros [guineense Carlos Pinto Pereira]. Haverá alguma reação do Estado da Guiné-Bissau", disse Sissoco Embaló, que falava uma conferência de imprensa em Lisboa.

As sanções dos Estados Unidos à Guiné-Bissau, que abrangem ainda a Guiné Equatorial e a região administrativa especial chinesa de Macau, anuncaidas quarta-feira, aplicam-se à "ajuda não humanitária e não relacionada com o comércio".

"Porque nós condenamos. De facto, os Estados Unidos não têm e não podem pensar que a Guiné-Bissau é um Estado falhado. E nós também podemos caracterizar os Estados Unidos como um Estado agressor. Para mim isso é uma falta de respeito. É inadmissível. Não há pequenos Estados, há Estados, e nós temos que nos relacionar no respeito mútuo. Mas porque é que os Estados Unidos têm de sancionar a Guiné-Bissau? A Guiné-Bissau também pode sancionar os Estados Unidos", acrescentou.

Instado a dizer de que forma o Estado guineense pode sancionar os Estados Unidos, Sissoco Embaló limitou-se a responder: "Nós somos um Estado. Essa é uma medida também que nós podemos tomar" sem detalhar.

"As nossas relações com qualquer outro Estado devem basear-se no respeito mútuo. Os Estados Unidos não podem sancionar a Guiné-Bissau porque nós não somos um Estado falhado", frisou.

"Isso é inadmissível, inaceitável", concluiu.

No anúncio da decisão de sancionar a Guiné-Bissau, os Estados Unidos consideram que há ressalvas desde que beneficiem o combate ao tráfico de pessoas ou o interesse nacional dos EUA, determinando-se exceções em programas que vão desde treino e formação militar, operações de manutenção de paz, de ajuda ao desenvolvimento e ligados à promoção de saúde.

Guiné-Bissau, Macau e Guiné Equatorial encontram-se na 'lista negra' dos EUA de países com medidas insuficientes para travar o tráfico de pessoas, situando-se no nível três, numa avaliação em que o nível quatro é o mais baixo.

Os EUA calculam que cerca de 27 milhões de pessoas no mundo são vítimas de tráfico humano e trabalhos forçados, um fenómeno que atinge sobretudo mulheres, pessoas da comunidade LGBT (sigla para lésbicas, 'gays', bissexuais e transgénero) e minorias étnicas e religiosas.



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Declarações de Guterres foram "suspiro de alívio" para partido Sinn Féin

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POR LUSA    26/10/23 

O partido irlandês Sinn Fein acolhe as declarações do secretário-geral da ONU sobre o conflito entre Israel e o Hamas com "um suspiro de alívio" e defende que a única solução é diplomática e política.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, "falou realmente em nome do mundo quando fez uma avaliação muito precisa e muito equilibrada do que se passa no Médio Oriente", disse hoje a presidente do Sinn Féin, Mary Lou McDonald, que se encontra em Lisboa para contactos com partidos e o Governo português.

"Foi com um suspiro de alívio que ouvimos [as declarações de Guterres] porque finalmente o que precisava de ser dito foi dito e nós apoiamo-lo totalmente, inequivocamente, na sua afirmação e, francamente, no desempenho da sua função", afirmou a responsável do Sinn Féin (esquerda), único partido ativo em simultâneo na Irlanda e na Irlanda do Norte.

A posição do secretário-geral da ONU sobre o conflito -- em que condenou o ataque do grupo islamita Hamas, ocorrido em 07 de outubro, enquanto salientou que este "não veio do nada" -- foi recebida com indignação por Israel, que pediu a demissão de António Guterres e suspendeu os vistos para trabalhadores das Nações Unidas no país.

"Sabemos que há gerações que o povo palestiniano vê negado o seu direito à autodeterminação. Foi despojado. Suportaram a anexação das suas terras, o castigo coletivo e, francamente, suportaram coisas que consideraríamos inimagináveis no nosso próprio país. E penso que, durante muito tempo, não se pediu a Israel que aceitasse as suas próprias violações do direito internacional", considerou hoje Mary Lou McDonald, em declarações à imprensa internacional.

A presidente do Sinn Féin condenou o "horrível" ataque do Hamas -- considerado terrorista pela União Europeia, EUA e Israel -, que constituiu uma "violação do direito internacional", enquanto sustentou que "não há justificação para o bombardeamento contínuo de Gaza" por Telavive.

"Não se trata de ações defensivas, são ações ofensivas. E, a menos que a comunidade internacional siga agora o exemplo das Nações Unidas e do seu líder, estamos a criar mais um ciclo previsível e destrutivo de violência e sofrimento", sustentou.

Para o Sinn Féin, "não há resposta militar para este conflito, só há diplomacia, só há política e só há paz".

A responsável defendeu a necessidade imediata de travar os bombardeamentos.

"Chegou o momento de todos, pessoas de boa vontade a nível mundial, dizerem a uma só voz: 'Parem, parem agora, não [basta] uma pausa humanitária para que a ajuda chegue a Gaza e o massacre não possa recomeçar'", sublinhou.

Para Mary Lou McDonald, depois de pararem os combates, "a comunidade internacional e as partes envolvidas, o lado palestiniano e o lado israelita, precisam de formar um quadro diplomático viável e robusto" e trabalhar tendo como único princípio "o respeito e a aplicação do Direito internacional".

A política irlandesa criticou ainda a posição da União Europeia sobre o conflito.

"Penso que muitos europeus ficaram muito desanimados com a forma como a Comissão Europeia e a liderança do Parlamento Europeu foram vistas como partidárias e como estando a dar carta branca a Israel. Não é esse o caminho a seguir", lamentou, numa alusão à deslocação da presidente da Comissão, Ursula Von der Leyen, a Israel dias depois do ataque do Hamas, durante a qual não pediu às autoridades israelitas que respeitem o Direito internacional, motivando críticas.



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Ucrânia reclama 5 mil baixas russas nas batalhas de Avdiivka e Maryinka

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POR LUSA   26/10/23 

A Rússia perdeu cerca de cinco mil soldados nas últimas duas semanas junto às localidades de Avdiivka e Maryinka, no leste da Ucrânia, afirmaram hoje as forças ucranianas, indicando que alguns militares de Moscovo recusam-se a lutar.

"Desde 10 de outubro, o inimigo perdeu mais de cinco mil pessoas nos setores Avdiivka e Maryinka, entre mortos e feridos [em combate]. Também podemos dizer que o número de veículos blindados [russos perdidos] se aproxima de 400", disse o porta-voz das forças de defesa ucranianas, Oleksandr Stupun, citado pelo diário digital independente Euromaidan.

Stupun afirmou que as forças russas estão a tentar retirar e redistribuir reservas de outras áreas e dirigi-las para o setor de Avdiivka, na província de Donetsk, mas, em particular, os combatentes das unidades Storm-Z, referiu o porta-voz, recusam-se a lutar.

"O inimigo continua a empurrar a infantaria para a frente -- eles já não estão muito ansiosos para avançar -- estão a ser registados incidentes de recusa, particularmente por elementos da 'Storm-Z', e motins estão a começar em algumas unidades", descreveu Oleksandr Stupun que, no dia anterior, indicara que as investidas russas diminuíam à medida que se reagrupavam e tentavam progredir.

Segundo o Instituto para o Estudo da Guerra (ISW, na sigla em inglês), com sede em Washington, e que monitoriza a evolução da situação militar na Ucrânia, as tropas russas continuavam a conduzir operações ofensivas perto de Avdiivka na quarta-feira e registaram avanços.

Nesse mesmo dia, foram divulgadas declarações do ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, durante uma inspeção a um posto de comando no leste da Ucrânia, afirmando que o seu exército está a esgotar as forças armadas ucranianas

"A situação atual mostra que o inimigo tem cada vez menos oportunidades. E estas continuarão a ser reduzidas graças aos seus excecionais esforços de combate", afirmou Shoigu aos soldados na região de Donetsk, segundo o Ministério da Defesa, que não indicou a data da visita do dirigente russo.

Forçado a uma série de retiradas no norte, nordeste e sul da Ucrânia em 2022, o exército russo concentrou-se na fortificação das linhas defensivas e resistiu aos esforços ucranianos para libertar os territórios ocupados desde junho.

A visita de Shoigu, a primeira desde agosto, ocorre quando Moscovo tenta a sua própria ofensiva e pretende conquistar a cidade de Avdiivka.

As autoridades ucranianas afirmaram na terça-feira que cerca de mil civis permaneciam em Avdiivka e ordenaram-lhes que abandonassem a cidade.

"Devido ao agravamento da situação, o número de pessoas dispostas a deixar Avdiivka e cidades próximas aumentou. É mortalmente perigoso permanecer lá, porque os foguetes russos destroem casas todos os dias e enterram civis sob os escombros", escreveu o ministro do Interior ucraniano, Ihor Klymenko, na plataforma Telegram.

Também na terça-feira, Mykhailo Podolyak, conselheiro do Gabinete do Presidente da Ucrânia, disse que as forças ucranianas continuavam a resistir às fortes investidas russas na região de Donetsk e que a batalha de Avdiivka era decisiva.

"Houve muitas, mas penso que esta [Avdiivka] é uma das mais importantes. Na minha opinião, é a última tentativa da Rússia de tomar a iniciativa na frente", disse o conselheiro, em declarações à agência UNIAN.

A "defesa ativa", tal como definida pelo Presidente russo, Vladimir Putin, transformou-se numa ofensiva geral em Avdiivka, que até ao momento não conseguiu superar as fortificações construídas pelos ucranianos nos últimos oito anos.

A chegada do outono, acompanhada de chuva e humidade, dificulta o avanço das brigadas motorizadas, e facilita o trabalho defensivo dos ucranianos em Donetsk.

"Os combates em Avdiivka são extremamente difíceis. O número de vítimas do lado russo excede tudo o que se possa imaginar, assim como a quantidade de armas que estão a ser destruídas", observou Podolyak.

O chefe da administração militar ucraniana na área, Vitali Barabash, confirmou na terça-feira que "os russos estão a mobilizar grandes forças de infantaria e blindados".

"As perdas são brutais, mas isso não os impede. O assalto continua. Avançam como loucos, caem às dezenas e depois de um tempo voltam. São muitos", comentou.

Segundo o diário norte-americano The Wall Street Journal, os russos estão a cavar túneis de quase 100 metros de comprimento para evitar que sejam detetados.

No entanto, 'bloggers' militares russos admitem que os campos minados ucranianos são atualmente impenetráveis para as unidades russas.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).



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Hamas eleva balanço de mortos em Gaza para mais de 7 mil

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POR LUSA   26/10/23 

O Ministério da Saúde de Gaza, território controlado pelo grupo islamita palestiniano Hamas, elevou hoje o número de mortos causados pelos bombardeamentos israelitas para 7.028, incluindo 2.913 crianças.

Segundo a mesma fonte, foram mortas 1.709 mulheres e ficaram feridas 18.484 pessoas.

A guerra entre Israel e o movimento islamita, que cumpre hoje o seu 20º dia, é a mais mortal desde a retirada unilateral de Israel deste pequeno território palestiniano em 2005, dois anos antes de o Hamas assumir o poder no enclave.

Na quarta-feira, o balanço do ministério do Hamas era de 6.546 palestinianos mortos, dos quais 2.704 crianças, 1.584 mulheres e 364 idosos, e 17.439 feridos.

A guerra entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque surpresa do grupo islamita no sul do território israelita em 07 de outubro, que as autoridades de Telavive dizem ter causado mais de 1.400 mortos e mais de uma centena de reféns.

Israel prometeu aniquilar o grupo islamita palestiniano e, desde então, tem bombardeado a Faixa de Gaza. Também impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.



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JAAC em conferencia de imprensa.



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Israelitas partilham vídeo da incursão com tanques em Gaza. Ora veja

© Reprodução - X (antigo Twitter) @idfonline

Notícias ao Minuto   26/10/23 

Forças de Defesa de Israel partilharam imagens da incursão, que serviu para preparar "as próximas fases do combate".

As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) partilharam, esta quinta-feira, um vídeo da incursão com tanques que levou a cabo na faixa de Gaza, durante a madrugada.

"Durante a noite, as IDF conduziram um ataque direcionado usando tanques no norte da faixa de Gaza, como parte dos preparativos para as próximas fases do combate. Os soldados saíram da área no final da atividade", lê-se na mensagem dos militares israelitas publicada no X (antigo Twitter).

Telavive tem bombardeado fortemente a faixa de Gaza nas últimas duas semanas, após o ataque do Hamas perpetrado a 7 de outubro. Espera-se, agora, uma incursão terrestre das forças israelitas no território, que tem sido adiada, mas que se mantém iminente.

Pode espreitar o vídeo da incursão com tanques na galeria que acompanha esta notícia.👇



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Human Rights Watch e AI apelam à libertação de detidos no Níger

© Balima Boureima/Anadolu Agency via Getty Images

POR LUSA   26/10/23 

A Human Rights Watch e a Amnistia Internacional apelaram hoje à libertação imediata das pessoas detidas no Níger pelo regime militar após o golpe de 26 de julho, denunciando também a repressão contra jornalistas e opositores ao poder.

As autoridades nigerinas "deveriam libertar as pessoas detidas arbitrariamente", indicaram as duas Organizações Não Governamentais (ONG) em comunicado de imprensa.

O regime militar deve "fazer cumprir os direitos humanos e garantir a liberdade de imprensa", declarou a investigadora da Humans Rights Watch (HRW) Ilaria Allegrozzi, citada no texto.

As duas ONG recordam que desde o golpe de Estado, o Presidente Mohamed Bazoum está detido na sua residência presidencial com a sua mulher e filho e que vários ministros do regime estão em diferentes prisões do país.

A Amnistia Internacional e a Human Rights Watch "consideram as suas detenções arbitrárias porque têm motivações políticas".

As ONG afirmam também que "as autoridades ameaçaram, assediaram, intimidaram e prenderam arbitrariamente jornalistas, jovens e suspeitos de opositores políticos, bem como pessoas que expressavam opiniões críticas".

Os jornalistas regionais e internacionais no Níger "estão sob pressão crescente no exercício das suas atividades", sublinham, acrescentando que "têm sido ameaçados, assediados verbalmente 'online' e atacados fisicamente".

As duas organizações mencionam, por exemplo, o caso da jornalista nigeriana Samira Sabou, detida em 30 de setembro e acusada nomeadamente de "produção e divulgação de dados suscetíveis de perturbar a ordem pública", depois libertada provisoriamente em 11 de outubro.

Denunciam também a suspensão da transmissão da Radio France Internationale (RFI) e da France 24, ordenada pelas autoridades militares no início de agosto.

As ONG denunciam ainda violência física cometida por apoiantes do regime nas ruas de Niamey.



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Os Estados Unidos anunciaram esta quarta-feira sanções a vários territórios, entre os quais Guiné-Bissau, Macau e Guiné Equatorial, por falhas na luta contra o tráfico humano.

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 POR LUSA   26/10/23 

 EUA impõem sanções a Guiné-Bissau, Macau e Guiné Equatorial

Os Estados Unidos anunciaram esta quarta-feira sanções a vários territórios, entre os quais Guiné-Bissau, Macau e Guiné Equatorial, por falhas na luta contra o tráfico humano.

As sanções por incumprimento com os padrões da Lei de Proteção às Vítimas do Tráfico Humano entram em vigor no próximo ano, de acordo com um decreto assinado pelo Presidente norte-americano, Joe Biden, datado de 29 de setembro.

As sanções dos Estados Unidos a estes três territórios aplicam-se à "ajuda não humanitária e não relacionada com o comércio", sendo que no caso de Macau as autoridades norte-americanas também não permitem financiamento para a participação em programas de intercâmbio educativo e cultural, a não ser que promova a luta contra o tráfico de pessoas ou seja do interesse nacional norte-americano.

Em todos os casos, determina-se que as sanções vão vigorar até que esses governos cumpram as normas mínimas (...) ou envidem esforços significativos", pode ler-se no decreto que inclui Guiné-Bissau e Guiné Equatorial, países-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, e Macau, antigo território administrado por Portugal.

No caso de Macau, Joe Biden deu ainda instruções aos responsáveis norte-americanos nos bancos de desenvolvimento e no Fundo Monetário Internacional (FMI) a "votar contra e a envidar todos os esforços para recusar qualquer empréstimo ou outra utilização dos fundos da respetiva instituição".

A determinação, contudo, elenca exceções.

Por um lado, quando estiver em causa ajuda humanitária ou relacionada com o comércio, bem como à assistência ao desenvolvimento que responda diretamente às necessidades humanas básicas, desde que não seja administrada ou beneficie o governo de Macau.

Por outro, quando essa ajuda possuir, também aqui, potencial para promover a luta contra o tráfico humano ou for do interesse nacional dos Estados Unidos.

Há igualmente ressalvas quanto às sanções aplicadas à Guiné-Bissau e à Guiné Equatorial, desde que beneficiem o combate ao tráfico de pessoas ou o interesse nacional dos EUA, determinando-se exceções em programas que vão desde treino e formação militar, operações de manutenção de paz, de ajuda ao desenvolvimento e ligados à promoção de saúde.

Guiné-Bissau, Macau e Guiné Equatorial encontram-se na 'lista negra' dos EUA de países com medidas insuficientes para travar o tráfico de pessoas, situando-se no nível três, numa avaliação em que o nível quatro é o mais baixo.

Os EUA calculam que cerca de 27 milhões de pessoas no mundo são vítimas de tráfico humano e trabalhos forçados, um fenómeno que atinge sobretudo mulheres, pessoas da comunidade LGBT (sigla para lésbicas, 'gays', bissexuais e transgénero) e minorias étnicas e religiosas.


Leia Também: União Africana pede fim das sanções da UE ao Zimbabué

José Pedro Sambu, tomou decisão suspender das suas funções o Vice-presidente do órgão, Lima André, e outros três juízes, citando alegações de usurpação de competências e insubordinação.



Audio: RDP ÁFRICA

 Radio TV Bantaba

Exército israelita efetua "operações direcionadas" em Gaza

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POR LUSA   26/10/23 

Israel efetuou "operações direcionadas" com tanques no norte da Faixa de Gaza, na noite de quarta-feira, informou hoje o exército israelita.

"Durante a noite, o exército efetuou uma operação dirigida com tanques no norte da Faixa de Gaza, no âmbito dos preparativos para as próximas etapas da batalha", de acordo com um comunicado do porta-voz militar.

Os soldados "abandonaram a zona" no final da operação, acrescentou.

Em 07 de outubro, o movimento islamita Hamas lançou um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza, ao mesmo tempo que impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.


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Coreia do Sul, Japão e Estados Unidos condenaram hoje o suposto fornecimento de armas e munições pela Coreia do Norte à Rússia, as quais seriam usadas na guerra contra a Ucrânia, e do qual disseram ter provas.

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POR LUSA    26/10/23 

 Seul, Tóquio e Washington condenam fornecimento de armas a Moscovo

Coreia do Sul, Japão e Estados Unidos condenaram hoje o suposto fornecimento de armas e munições pela Coreia do Norte à Rússia, as quais seriam usadas na guerra contra a Ucrânia, e do qual disseram ter provas.

"Estas entregas de armas, várias das quais confirmámos agora terem sido concluídas, vão aumentar significativamente o custo humano da guerra de agressão da Rússia", afirmaram os três países numa declaração conjunta assinada pelos três ministros dos Negócios Estrangeiros e divulgada pela diplomacia sul-coreana.

Os chefes das diplomacias de Seul, Tóquio e Washington afirmaram que vão continuar a trabalhar em conjunto "para expor as tentativas da Rússia de adquirir equipamento militar da RPDC", ou República Popular Democrática da Coreia, nome oficial da Coreia do Norte.

A Coreia do Sul e os Estados Unidos têm vindo a acusar o Norte deste alegado fornecimento de armamento à Rússia, que se terá intensificado após a recente cimeira entre os líderes dos dois territórios, em setembro, e em troca do qual Pyongyang terá procurado assistência militar para melhorar as próprias capacidades de combate.

A Casa Branca afirmou anteriormente que a Coreia do Norte enviou numerosos contentores de equipamento militar e munições para a Rússia, por comboio e navio, para serem utilizados na guerra na Ucrânia, algumas das quais terão sido captadas em imagens de satélite.

"Estamos a acompanhar de perto qualquer material que a Rússia forneça à RPDC para apoiar objetivos militares", acrescentaram os três aliados na mesma declaração, na qual sublinharam que qualquer troca de armas com Pyongyang deve ser impedida, uma vez que viola as sanções da ONU.

A Coreia do Sul, o Japão e os EUA lembraram que a Rússia votou a favor de tais resoluções e afirmaram estar "profundamente preocupados" com a possibilidade de qualquer transferência de tecnologia nuclear ou de mísseis balísticos.

"Tais transferências comprometeriam os atuais esforços da comunidade internacional para manter as tecnologias sensíveis fora das mãos de atores que trabalham para desestabilizar a segurança regional, ameaçar a paz e a estabilidade na península coreana e em todo o mundo", afirmaram, na declaração.



Leia Também: As autoridades ucranianas vão retirar as crianças do distrito de Kupiansk, na linha de frente da província de Kharkiv, no nordeste do país, onde as forças russas têm realizado diariamente intensos ataques para recuperar o território.

PRESIDENTE DA REPÚBLICA VISITA SEDE DA CPLP


O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, visitou a sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), onde foi recebido em sessão solene pelo Secretário Executivo, Zacarias da Costa, e pelos Representantes Permanentes dos Estados-Membros junto da CPLP.

Na ocasião, o Chefe de Estado declarou: "A Guiné-Bissau já está pronta para assumir a presidência da CPLP a partir de 2025".  Realçou ainda que a Guiné-Bissau "tem objetivos" para a organização que fazem parte do "objetivo comum de reforçar" a comunidade".🇬🇼🇵🇹

Segundo dia da visita de estado do Presidente da República, General Umaro Sissoco Embalo a Portugal. A primeira de um chefe de estado da Guiné-Bissau a Portugal após 50 anos da independência do país.☝  

Presidência da República da Guiné-Bissau  /  Radio Voz Do Povo    25.10.23


Guterres é "o mais fraco" líder que ONU já teve, diz diplomata israelita

© MATT CARASELLA/Patrick McMullan via Getty Images

Notícias ao Minuto   25/10/23 

Há mais vozes a pedir a demissão do secretário-geral da ONU após a polémica em torno das suas declarações no Conselho de Segurança.

Dan Gillerman, antigo embaixador de Israel nas Nações Unidas, reiterou, esta quarta-feira, as críticas do país a António Guterres. O diplomata defendeu que é hora de o secretário-geral da ONU "ir embora" e considerou que o português foi,  "possivelmente", o "mais fraco" líder que a organização "já teve".

Esta posição foi partilhada em declarações à Sky News. Gillerman comentou ainda as explicações dadas por Guterres no dia de hoje, após a polémica espoletada pelo seu discurso na terça-feira, e considerou que estas chegaram "tarde demais".

"O que ele disse ontem foi muito, muito claro. Numa declaração totalmente ridícula e ultrajante, ele realmente justificou as ações daqueles horríveis assassinos do Hamas", atirou.

"Acho que Guterres é possivelmente o secretário-geral mais fraco e mais baixo que a ONU já teve e depois de uma declaração como esta, é hora de partir", defendeu ainda.

Na terça-feira, na abertura de uma reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, numa intervenção em inglês, António Guterres considerou que "é importante também reconhecer que os ataques do Hamas não aconteceram num vácuo", acrescentando que "o povo palestiniano tem sido submetido a 56 anos de ocupação sufocante".

António Guterres defendeu que "as queixas do povo palestiniano não podem justificar os ataques terríveis do Hamas", assim como "esses ataques terríveis não podem justificar a punição coletiva do povo palestiniano".

No início da sua intervenção, o secretário-geral da ONU referiu que condena "inequivocamente os atos de terror horríveis e sem precedentes do Hamas em Israel" e disse que "nada pode justificar a morte, os ferimentos e o rapto deliberados de civis - ou o lançamento de foguetes contra alvos civis".

Na mesma reunião, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Eli Cohen, acusou António Guterres de estar desligado da realidade e de mostrar compreensão pelo ataque do Hamas de 7 de outubro com um "discurso chocante".

Na rede social X, o embaixador israelita na ONU, Gilad Erdan, pediu a demissão imediata de António Guterres das funções de secretário-geral desta organização e, hoje, anunciou a decisão de Israel de não conceder vistos a representantes da ONU, numa entrevista à Rádio do Exército israelita.

Nesta sequência, António Guterres acabou por se manifestar "chocado com as interpretações erradas" das declarações que fez na terça-feira e negou ter justificado os atos de terror do Hamas.



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