Pedro Falardo cnnportugal.iol.pt 06/05/23
Explosão ocorreu em Nizhny Novgorod. Porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia responsabilizou a Ucrânia pelo incidente
Zakhar Prilepin, escritor nacionalista e líder do partido "Rússia Justa - Pela Verdade", que apoiou a invasão da Ucrânia e a anexação das regiões ocupadas por Moscovo, ficou ferido após o carro em que seguia ter explodido. A informação foi confirmada pelo Ministério do Interior da Rússia, citado pela agência estatal RIA Novosti.
Segundo a mesma fonte, o motorista do veículo onde seguia Prilepin morreu.
Ainda não se sabem as causas da explosão ocorrida na cidade de Nizhny Novgorod.
No Telegram, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova, responsabilizou a Ucrânia pelo sucedido, comparando o regime de Kiev a Bin Laden e ao Estado Islâmico.
"O facto é que Washington e a NATO alimentaram outra célula terrorista internacional - o regime de Kiev. Bin Laden, ISIS, agora Zelensky e a sua pandilha. Responsabilidade direta dos EUA e da Grã-Bretanha. Oremos por Zakhar", escreveu Zakharova.
Zakhar Prilepin é, desde 28 de fevereiro de 2022, alvo de sanções por parte da União Europeia, por apoiar ativamente ações ou políticas que ameaçam a integridade territorial, soberania e independência da Ucrânia.
Apesar de o "Rússia Justa - Pela Verdade" alegar ser um partido social-democrata, de esquerda, é considerado pelos opositores de Vladimir Putin como parte da "oposição sistémica", ou seja, é favorável ao Kremlin.
Esta não é a primeira vez que uma figura pública apoiante do Kremlin é vítima de uma explosão num local público após o início da invasão da Ucrânia. A 20 de agosto de 2022, Darya Dugina, filha do teórico de extrema-direita Aleksandr Dugin, morreu após o seu carro ter explodido nos arredores de Moscovo. As autoridades russas suspeitaram que o ataque tinha como alvo Dugin, e apontaram responsabilidades à Ucrânia, que negou o seu envolvimento.
Já este ano, a 2 de abril, o blogger de guerra russo Vladlen Tatarsky, pseudónimo de Maxim Fomin, morreu após um atentado a um café de São Petersburgo, que feriu outras 42 pessoas. A justiça russa acusou Darya Trepova, de 26 anos, de ter cometido "um ato de terrorismo que provocou uma morte intencional", e de ter agido em nome da Ucrânia
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