quarta-feira, 2 de novembro de 2022
UCRÂNIA/RÚSSIA: Rússia quer evitar guerra nuclear de "consequências catastróficas"
© Lusa
Por LUSA 02/11/22
A Rússia advertiu hoje que uma guerra entre potências nucleares terá "consequências catastróficas", defendendo que é prioritário evitar que ocorra.
O comunicado foi divulgado horas depois de o jornal norte-americano New York Times (NYT) ter noticiado que os chefes militares russos discutiram recentemente a possibilidade de utilizar na Ucrânia uma arma nuclear tática, menos potente do que uma bomba nuclear estratégica.
As fontes do NYT, funcionários norte-americanos que o jornal não identificou, disseram que o Presidente russo, Vladimir Putin, não participou nas discussões e não descreveram os cenários que os líderes militares consideraram para o uso hipotético de uma arma nuclear.
As mesmas fontes disseram ainda que, apesar das discussões, não foram detetados sinais de que Moscovo se esteja a preparar para usar uma arma nuclear.
Os países ocidentais acusam Moscovo de utilizar a ameaça de guerra nuclear para os dissuadir de apoiar a Ucrânia na guerra que a Rússia iniciou em 24 de fevereiro deste ano.
No comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros, a Rússia apela aos outros países com armas nucleares para evitarem um confronto com Moscovo, pondo fim às suas "perigosas tentativas de invadir os interesses vitais de outros".
Se os países ocidentais continuarem a ajudar a Ucrânia a "manter-se no limiar de um conflito armado direto" com Moscovo e a "encorajar provocações com armas de destruição maciça", isso poderá ter "consequências catastróficas", avisou o ministério de Serguei Lavrov.
"A Rússia continua guiada pelo princípio de que uma guerra nuclear, na qual não pode haver vencedor, é inadmissível e nunca deve deflagrar", disse o ministério.
Contudo, recordou que a doutrina nuclear da Rússia prevê a utilização "estritamente defensiva" de armas nucleares no caso de o país sofrer um ataque com armas de destruição maciça ou em caso de agressão com armas convencionais que ameace a "própria existência do Estado".
Questionado sobre o artigo do New York Times, o porta-voz do Kremlin (Presidência russa), Dmitri Peskov, acusou o Ocidente de estar a inflamar o assunto e assegurou que Moscovo não pretende entrar nessa discussão.
"Temos de notar que no Ocidente, a nível oficial e nos meios de comunicação social, a questão das armas nucleares está a ser deliberadamente inflacionada", comentou Peskov, citado pela agência espanhola EFE.
O ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, disse hoje que a Ucrânia está pronta para acolher armas nucleares dos membros da NATO.
"Sabemos das tentativas de Kiev para criar uma 'bomba nuclear suja' e também da sua prontidão para colocar armas nucleares dos países da NATO no seu território", disse Shoigu, segundo a EFE.
Shoigu culpou Washington e as capitais europeias por "ignorarem a chantagem nuclear de Kiev" e as "suas provocações contra a central nuclear de Zaporijia", a maior da Europa e que está sob o controlo das forças russas.
O ex-presidente russo, Dmitri Medvedev, sugeriu na terça-feira que a alternativa à vitória da Rússia na Ucrânia é uma "guerra mundial com o uso de armas nucleares".
NIGÉRIA: Homens armados sequestram 39 crianças de uma quinta na Nigéria
© Reuters
Por LUSA 02/11/22
Um grupo criminoso raptou 39 crianças que trabalhavam numa quinta no noroeste da Nigéria e pediu, em troca, o pagamento de um resgate, anunciou hoje a polícia nigeriana e um funcionário local.
Segundo as fontes, dezenas de homens armados invadiram, no domingo, uma quinta nos arredores da aldeia de Mairuwa, no estado de Katsina, em motocicletas, e raptaram ao todo 39 crianças.
"Os bandidos invadiram a quinta em Mairuwa e levaram os trabalhadores menores de idade", disse o porta-voz da polícia de Katsina, Gambo Isah.
Os grupos armados, conhecidos localmente como "bandidos", aterrorizam o noroeste e o centro do país mais populoso de África, com atividades ligadas ao roubo, rapto e assassínio de aldeões.
"Os nossos agentes foram mobilizados para a área para resgatar os reféns e prender os criminosos", acrescentou Isah, sem dar mais pormenores.
Um funcionário local no distrito de Faskari, no qual se situa a aldeia de Mairuwa, afirmou que havia dezenas de trabalhadores no total.
"Os trabalhadores adultos, que podiam correr muito mais depressa, conseguiram escapar, mas as 39 crianças, que não conseguiram fugir aos bandidos, foram capturadas", disse a fonte, sob condição de anonimato.
Os reféns são geralmente libertados após o pagamento de um resgate aos grupos que se refugiam na vasta floresta do Rugu, que se estende pelos estados de Zamfara, Níger, Katsina e Kaduna.
Segundo o funcionário, o gerente da quinta tinha feito um acordo com os bandidos, no passado: dinheiro em troca da promessa de que a colheita poderia ser feita. No entanto, o grupo apenas terá recebido um adiantamento.
"É óbvio que os bandidos estavam zangados por a atividade ter sido retomada na quinta sem que o montante total tivesse sido pago", continuou.
O distrito de Faskari, que faz fronteira com o estado de Zamfara, está sob a ameaça recorrente de rapto por bandidos, explicou o funcionário local.
O Presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, está debaixo de fogo após dois mandatos marcados por uma crescente insegurança, quatro meses antes das eleições presidenciais às quais, em conformidade com a Constituição, não se candidatará a uma reeleição.
Além da violência causada pelos grupos armados, a Nigéria, com uma população de quase 215 milhões de habitantes, é também flagelada por grupos terroristas no nordeste e pela agitação separatista no sudeste.
Brevemente, o GTAPE vai anunciar a data do início do recenseamento eleitoral.
Esta afirmação é do Gabriel Gibril Balde diretor do GTAPE a margem da apresentação e de validação dos dados cartográficos aos partidos esta manhã.
Quando usar armas nucleares? A reunião das altas patentes russas que fez soar alarmes
CHRISTOPHE COAT / EYEEM
Por SIC Notícias 02/11/22
O jornal norte-americano New York Times avança esta quarta-feira que os líderes militares russos terão estado reunidos para discutir como e quando poderá ser usada uma arma nuclear na Ucrânia.
A imprensa norte-americana avança esta quarta-feira que altos líderes militares russos estiveram reunidos para discutir em que situações poderá a Rússia usar uma arma nuclear na Ucrânia.
Segundo o New York Times, Vladimir Putin não esteve nesta reunião, mas este encontro foi o suficiente para soarem os alarmes nos EUA.
O jornal acrescenta também que a informação terá chegado às autoridades norte-americanas em meados de outubro, o que fez aumentar a preocupação de Washington e dos aliados sobre a situação da guerra na Ucrânia.
Esta conversa entre as altas patentes militares russas aconteceu numa altura em que a tensão na guerra tem vindo a aumentar e o número de baixas da Rússia na frente de batalha aumenta.
Apesar de não terem sido detetados indícios de que Moscovo está a colocar em marcha um ataque desta escala, os EUA não descartam que as ameaças de Putin podem não ser só ameaças vazias.
John Kirby, do Conselho de Segurança Nacional norte-americano, afirmou que os EUA sempre consideraram que as ameaças russas sobre o eventual uso de uma arma nuclear "são profundamente preocupantes" e que sempre foram "levadas a sério".
Esta notícia surge no mesmo dia em que o antigo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, afirmou que seria um desastre e uma loucura a Rússia usar armas nucleares.
Numa entrevista à Sky News, televisão parceira da SIC, o antigo chefe do Governo britânico disse estar convencido de que tal não irá acontecer e explica que as sanções seriam "enormemente intensificadas": "A Rússia ficaria economicamente congelada".
No final de outubro, o Presidente da Rússia quebrou o silêncio sobre o uso de armas nucleares, dizendo que Moscovo não tem qualquer vantagem em usá-las.
"A iniciativa nunca foi nossa de falarmos sobre o possível uso de armas nucleares. Apenas respondemos às declarações feitas por líderes de países ocidentais. Não precisamos de fazê-lo. Para nós não faz qualquer sentido. Nem político nem militar", afirmou Vladimir Putin.
As declarações foram feitas um dia depois de a Rússia efetuar exercícios com as suas forças nucleares estratégicas sob a supervisão de Putin, simulando um "ataque nuclear massivo".
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Rússia volta a participar no acordo sobre exportação de cereais
© Getty
Por LUSA 02/11/22
A Rússia vai retomar a sua participação no acordo sobre as exportações de cereais ucranianos após receber "garantias escritas" da Ucrânia sobre a desmilitarização do corredor utilizado para o seu transporte, anunciou hoje o Governo russo.
"A Rússia considera que as garantias recebidas até agora parecem suficientes e retoma a implementação do acordo", disse o Ministério da Defesa russo na rede social Telegram, citado pela agência francesa AFP.
Moscovo tinha suspendido a sua participação no acordo no sábado, 29 de outubro, após um ataque à sua frota na Crimeia.
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Frente Social: Inconclusiva a negociação e greve anunciada para segunda-feira.
Por: Geraldo C Radio TV Bantaba Novembro 2, 2022
O ENCONTRO DE TRABALHO ENTRE A COMISSÃO TÉCNICA DE MINISTÉRIOS DAS FINANÇAS E DA EDUCAÇÃO NACIONAL COM A FRENTE SOCIAL, NÃO TEVE SUCESSOS.
Informações foram avançadas esta terça-feira (02.11) pelo departamento da Comunicação de Frente Social, na sua comunicação nas redes sociais.
“ O encontro entre a Frente Social com a Comissão Técnica de dois ministérios [ Educação e saúde] foi inconclusivo. Portanto, o encontro foi adiado para próxima sexta-feira “, informou Frente Social na sua publicação, apertando que “ Frente Social enregou pré-aviso de grece que vai iniciar de 7 a 11 de novembro de ano em curso [de segunda àsexta-feira]”.
Os Sindicatos da Frente Social exigem do governo liderado por Nuno Gomes Nabiam entre outros pontos constantes no caderno reivindicativo “ a revogação do despacho de Conselho de Ministrosque suspendeu novas admissões nos setores da Educação e saúde, pagamentos de dúvidas e efetivação dos técnicos de Saúde e da Educação “.
A greve no setor da Educação e saúde começa no dia 7 e termina em 11 de novembro de ano em curso.
PR Sissoco Embaló inicia esta manhã uma visita oficial de três dias a Venezuela. O Chefe de Estado e presidente em exercício da CEDEAO chegou ontem em Caracas, acompanhado de uma forte delegação governamental, em missão de reforço da cooperação em vários domínios.
ÁFRICA: Risco de paludismo aumenta em África com espécie invasora de mosquito
©Getty Images
Por LUSA 02/11/22
Novos dados mostram que uma espécie asiática de mosquito, transmissora do paludismo, está a disseminar-se em África, representando uma ameaça potencial para centenas de milhões de habitantes das cidades africanas, alertaram investigadores.
Em África, onde ocorreram mais de 95% das 627 mil mortes globais por paludismo (ou malária) em 2020, a doença é endémica, principalmente nas áreas rurais, através da espécie de mosquito 'Anopheles gambiae', dominante no continente.
No entanto, outra espécie, 'Anopheles stephensi', há muito o principal transmissor do paludismo nas cidades da Índia e do Irão, tem sido detetada em África desde 2012, causando surtos em Djibuti e na Etiópia.
Ao contrário do 'Anopheles gambiae', o mosquito asiático pode se reproduzir em reservatórios de água urbanos e, portanto, multiplicar-se durante as estações secas, sendo também resistente a inseticidas comuns.
Se o 'Anopheles stephensi' se espalhasse por todo o continente africano, mais de 126 milhões de pessoas em 44 cidades estariam em risco de contrair paludismo, de acordo com um modelo científico de 2020.
O Djibuti foi o primeiro país africano a detetar o 'Anopheles stephensi', em 2012, quando estava prestes a erradicar o paludismo, com apenas 27 casos naquele ano.
Os casos de paludismo dispararam naquela país, desde a chegada do novo transmissor, com cerca de 73 mil infeções registadas em 2020, referiu a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Um surto de paludismo na vizinha Etiópia foi causado pela mesma espécie de mosquito, indicou um estudo apresentado, na terça-feira, na reunião anual da Sociedade de Medicina Tropical e Higiene dos Estados Unidos.
Em Dire Dawa, a segunda maior cidade da Etiópia, foram registados entre janeiro e maio -- a estação seca, quando o paludismo é tradicionalmente raro -- mais de 2.400 casos, quando em todo o ano de 2019 a cidade tinha tido apenas 205 casos.
"Os mosquitos 'Anopheles stephensi' são responsáveis pelo aumento da contaminação", disse Fitsum Girma Tadesse, biólogo molecular do instituto de pesquisa Armauer Hansen, com sede em Adis Abeba.
O Sudão também parece estar a ser afetado, já que de acordo com dados preliminares apresentados na reunião, o 'Anopheles stephensi' foi identificado em 64% dos 60 locais de teste, espalhados por nove regiões.
"Em alguns casos, até 94% das famílias têm mosquitos 'stephensi'" nas proximidades, disse Hmooda Kafy, entomologista médico e chefe do departamento de gestão de vetores do Ministério da Saúde do Sudão, num comunicado.
O Instituto de Pesquisa Médica da Nigéria tinha confirmado em julho, pela primeira vez, a presença do 'Anopheles stephensi' na África Ocidental.
O mosquito teria sido detetado ainda na Somália, segundo a OMS, que lançou, em setembro, uma iniciativa para conter a disseminação da espécie em África.
A ameaça do 'Anopheles stephensi' em África já não é potencial, mas comprovada, disse Sarah Zohdy, especialista em ecologia de doenças do Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos.
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SEUL: Coreia do Norte dispara tiros de artilharia na direção de "zona tampão"
© JUNG YEON-JE/AFP via Getty Images
Por LUSA 02/11/22
A Coreia do Norte efetuou hoje cerca de 100 disparos de artilharia em direção a uma "zona tampão" marítima, anunciou o exército sul-coreano.
Os disparos aconteceram algumas horas depois de Pyongyang ter lançado vários mísseis, um dos quais caiu no alto-mar perto de águas territoriais da Coreia do Sul.
"A Coreia do Norte efetuou cerca de 100 tiros de artilharia a partir de Kosong", localidade norte-coreana de Kangwon (sul), em direção à "zona tampão" a norte da linha de demarcação e fronteira marítima 'de facto' entre os dois vizinhos da península coreana, indicou o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul.
Seul e Washington estão atualmente a realizar o maior exercício aéreo conjunto de sempre, apelidado "Tempestade Vigilante", envolvendo centenas de aviões de guerra de ambos os exércitos.
O marechal da Coreia do Norte e secretário do Partido dos Trabalhadores (no poder), Pak Jong Chon, disse que os exercícios são agressivos, de acordo com a imprensa oficial norte-coreana.
"Se os Estados Unidos e a Coreia do Sul tentarem utilizar as forças armadas contra a República Popular Democrática da Coreia [nome oficial da Coreia do Norte], sem medo, os meios especiais das forças armadas da RPDC desempenharão a sua missão estratégica sem demora", disse Pak, de acordo com a agência oficial de notícias norte-coreana KCNA.
O marechal norte-coreano acrescentou: "Os Estados Unidos da América e a Coreia do Sul terão de enfrentar um caso terrível e pagar o preço mais horrível da História."
As duas Coreias continuam tecnicamente em guerra, uma vez que o conflito de 1950-53 terminou com a assinatura de um armistício e não de um tratado de paz.