© Presidente da República da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló
Por LUSA 28/07/22
O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, disse hoje que o chefe de Estado francês, Emmanuel Macron telefonou ao primeiro-ministro português, António Costa, durante um encontro que ambos mantinham à sós, a solicitar-lhe que apoiem a Guiné-Bissau "nos esforços de desenvolvimento".
Em declarações à Televisão da Guiné-Bissau e à Lusa em crioulo, feitas no aeroporto de Bissau, momentos após a descolagem do avião que transportava Macron de regresso a França após uma visita de poucas horas à Guiné-Bissau, Embaló assinalou que a primeira visita de um chefe de Estado francês ao país "foi um sucesso total".
"O Presidente Macron ligou, à minha frente, ao primeiro-ministro português, António Costa, a pedir-lhe que Portugal e a França apoiem a Guiné-Bissau. Isso é extremamente importante", disse o Presidente guineense.
Umaro Sissoco Embaló afirmou ainda que transmitiu a Emmanuel Macron a vontade da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) em realizar, no próximo mês, num país africano a determinar, uma cimeira em que serão convidados Portugal e a França, para debater a questão do terrorismo.
O Presidente guineense frisou que a visita de Macron, "a primeira de um chefe de Estado de um país que é membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas" representa "o relançamento da Guiné-Bissau".
Umaro Sissoco Embaló destacou também a visita, em maio de 2021, do Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa.
"Para mim isto é um marco. É como a visita do Presidente português, agora veio Macron. No dia em que o Presidente americano vier a esta sub-região tenho a certeza que virá à Guiné-Bissau", sublinhou Embaló.
O Presidente francês chegou na quarta-feira à noite a Bissau para uma visita de algumas horas, deixando hoje a capital guineense, após um périplo que o levou ainda ao Benim e aos Camarões.
No final do encontro com o seu homólogo da Guiné-Bissau, Emmanuel Macron anunciou que a França vai apoiar a formação de militares guineenses e desembolsar três milhões de euros para a estabilização do país.
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Notícias ao Minuto 28/07/22
O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, anunciou hoje que a junta militar na Guiné-Conacri se comprometeu em reduzir de 36 para 24 meses o período de transição, na sequência do golpe ocorrido em setembro de 2021 naquele país.
Embaló fez o anúncio numa declaração conjunta que fazia com o seu homólogo francês, Emmanuel Macron, que realizou uma visita de cerca de 12 horas à Guiné-Bissau, no âmbito de um périplo africano que o levou ao Benim e aos Camarões.
Falando na sua qualidade de presidente em exercício da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO), Embaló disse ter alcançado aquela garantia durante a sua recente visita a Conacri, onde se reuniu com a junta militar no poder, liderada pelo coronel Mamady Doumbouya.
"Estive em Conacri, na companhia do presidente da Comissão [da CEDEAO] para fazer a junta militar perceber a decisão da cúpula de chefes de Estado de que a transição não pode ultrapassar 24 meses. Tinham proposta que seria em 36 meses", afirmou Umaro Sissoco Embaló.
O presidente em exercício da CEDEAO, durante os próximos 12 meses, disse também ter feito a mesma sugestão de redução do período de transição à junta militar que governa o Burkina-Faso, aquando da sua deslocação àquele país no início desta semana.
"Brevemente a ministra dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau vai ao Mali para falar com a junta militar e depois eu mesmo irei lá para me encontrar e discutir com os meus irmãos malianos e penso que vamos encontrar um entendimento", afirmou Sissoco Embaló.
O dirigente considerou ser importante que haja redução de período de transição na Guiné-Conacri, no Burkina-Faso e no Mali e ainda anunciou estar "em cima da mesa" a criação de uma força anti-golpe de Estado na subregião africana.
"Isso vai permitir que toda a gente compreenda que estamos em pleno século XXI. É inadmissível que se queira ascender ao poder através de golpe de Estado. (..) Como disse o Presidente Macron, para se ser chefe de Estado existem procedimentos", observou o Presidente guineense.
Expressando-se sempre em francês, Umaro Sissoco Embaló convidou os africanos a serem republicanos e ainda lembrou que cabe ao povo sancionar os seus dirigentes, "mas nas urnas".
Disse ainda estar confiante de que no caso do Mali haverá um entendimento de acordo com as recomendações da última cimeira de líderes da CEDEAO, que preconiza a redução do período de transição em países atualmente dirigidos por militares.
Por LUSA 28/07/22
A França vai apoiar a formação de militares da Guiné-Bissau, anunciou hoje o Presidente francês, Emmanuel Macron, no final de uma visita de algumas horas a Bissau.
"A França quer e vai ajudar a Guiné-Bissau, ainda agora que o Presidente [guineense, Umaro] Sissoco Embaló é presidente em exercício da CEDEAO [Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental]", declarou Emmanuel Macron.
Macron fez o anúncio numa declaração conjunta com o seu homólogo guineense, Umaro Sissoco Embaló, no final de uma visita de algumas horas à Guiné-Bissau.
A formação de militares guineenses faz parte do programa de apoio à Guiné-Bissau no combate ao narcotráfico, pirataria marítima e também para ajudar na estabilização do país.
Emmanuel Macron disse ainda que a França condena de forma firme a tentativa de golpe de Estado na Guiné-Bissau, em fevereiro passado.
"Fui informado pelo Presidente Sissoco Embaló da intenção da CEDEAO em constituir uma força militar anti-golpe de Estado, o que a França saúda e apoia", defendeu o Presidente francês.
O chefe de Estado saudou também a eleição de Umaro Sissoco Embaló, no inicio do mês, para um mandato de doze meses, como presidente em exercício da CEDEAO.
A nível da relação bilateral, além da formação de quadros militares, Macron anunciou que o seu país está disposto a retomar a cooperação "brutalmente interrompida" com a guerra civil de 1998-99.
Prometeu que a França se vai posicionar ao lado da Guiné-Bissau "na mobilização de outros parceiros", dará um apoio financeiro de três milhões de euros para o apoio à estabilização do país, depois dos cinco milhões de euros dados no ano passado.
Emmanuel Macron saudou o nível do uso do francês na Guiné-Bissau e anunciou, para breve, a construção de uma escola francesa em Bissau.
O líder francês disse que se sente "honrado" por ser o primeiro Presidente de França a visitar a Guiné-Bissau, na sequência da visita do seu homologo guineense a Paris em outubro passado.
Macron também anunciou um envelope de cerca de 1,5 milhões de euros para o apoio ao setor da agricultura para custear a formação em agronomia na Costa do Marfim de 15 jovens guineenses, incluindo 10 do sexo feminino, que foram apresentados a Macron por Embaló.
No final do encontro, os dois chefes de Estado foram acolhidos por uma multidão que se aglomerou em frente ao Palácio da Presidência guineense, com Emmanuel Macron, já em mangas de camisa, de pé no carro e ao lado de Sissoco Embaló, a ser saudado num ambiente de festa.
Os dois presidentes acabaram por dar uma volta ao centro de Bissau, acenando do tejadilho aberto do carro em que seguiam e distribuindo beijos para as pessoas e centenas de jovens que seguiam o veículo, uns a correr e outros em passos de dança.
O Presidente francês chegou a Bissau na quarta-feira, às 23:00, e foi recebido no aeroporto pelo seu homólogo guineense.
Num trajeto de cerca de oito quilómetros entre o aeroporto internacional Osvaldo Vieira e o centro de Bissau, o chefe de Estado francês e Sissoco Embaló foram também saudados por milhares de pessoas ao som de música e "vivas ao Presidente da França".
Macron chegou a Bissau para a primeira visita de um chefe de Estado de França à Guiné-Bissau, no âmbito de um périplo que o levou ainda ao Benim e aos Camarões, regressando ao início da tarde a Paris.
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