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POR BEATRIZ CAVACA Notícias ao Minuto 25/06/22
"Restringir o acesso ao aborto não impede as pessoas de procurar o aborto, apenas o torna mais mortal", disse o porta-voz do secretário-geral da ONU.
A condenação internacional foi rápida depois da decisão do Supremo tribunal dos EUA revogar o processo 'Roe v. Wade', o processo que concedeu o direito constitucional ao aborto no país há quase 50 anos
A decisão controversa desta sexta-feira significa que cerca de metade dos estados nos EUA estão prestes a proibir o aborto.
Para a responsável de direitos humanos da ONU, Michelle Bachelet, a decisão do tribunal americano foi "uma grande reviravolta" e um "grande golpe nos direitos humanos das mulheres e na igualdade de género".
Já um porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que restringir o acesso ao aborto não impede as pessoas de procurar fazer este procedimento “só o torna mais mortal”.
Restringir o acesso ao aborto não impede as pessoas de procurar o aborto, apenas o torna mais mortal
“A saúde e os direitos sexuais e reprodutivos são a base de uma vida de escolha, empoderamento e igualdade para mulheres e meninas do mundo”, acrescentou ainda o porta-voz do secretário-geral, Stephane Dujarric, aos repórteres, esta sexta-feira.
Recorde-se que esta decisão tomada pela maioria de juízes conservadores no Supremo tribunal já era esperada, depois de ter sido divulgado em maio um rascunho sobre a intenção do principal tribunal norte-americano de reverter o processo. A votação foi de 5-4, sendo que os três juízes conservadores nomeados pelo ex-presidente Donald Trump fizeram pender a balança para o lado anti-aborto.
A reversão do 'Roe v. Wade', o processo que concedeu o direito federal e universal ao aborto em todo o país, em 1973, é um dos mais duros golpes aos direitos das mulheres norte-americanas em quase 50 anos.
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