quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Única posição da Guiné-Bissau sobre Guiné-Conacri é enquanto membro da CEDEAO - MNE

Por LUSA

A Guiné-Bissau "não tem uma posição" sobre o golpe de Estado na Guiné-Conacri, por ser "uma questão interna", assumindo apenas a posição acordada pela CEDEAO, enquanto membro desta organização, disse à Lusa em Bruxelas a chefe de diplomacia.

Em declarações à Lusa à margem de uma visita oficial de quatro dias à Bélgica do Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, a ministra dos Negócios Estrangeiros, Suzi Barbosa, deu conta da celebração, hoje mesmo, de uma cimeira por videoconferência dos chefes de Estado da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), remetendo uma posição para a declaração acordada, pois, enfatizou, Bissau não comenta assuntos internos de outro país.


"O `modus operandi` habitual da CEDEAO é condenar todo o tipo de golpe de Estado, golpe militar, que não é a forma de aceder ao poder", comentou, acrescentando que, "quanto aos detalhes", é necessário aguardar para "quando houver um posicionamento oficial da CEDEAO".

Questionada sobre a posição do seu próprio Governo, respondeu que "a Guiné-Bissau não tem uma posição porque realmente trata-se de uma questão interna da Guiné-Conacri".

"A posição que nós assumiremos é aquela que vai sair no comunicado final da CEDEAO, enquanto país membro", completou.

Sobre o estado de prevenção em que as Forças Armadas do país entraram esta semana, por tempo indeterminado, e o reforço do patrulhamento nas fronteiras com a vizinha Guiné-Conacri, a chefe de diplomacia desvalorizou a situação e uma eventual pressão de refugiados, apontando que "é um procedimento habitual", pois, "havendo um país vizinho que teve um golpe militar, é normal que se reforce a segurança nas fronteiras".

"Mas não há nada de anormal", assegurou. Também quanto à situação da comunidade da Guiné-Bissau na Guiné-Conacri, garantiu que "está segura".

"Estamos em contacto com a nossa embaixada na Guiné-Conacri e não temos nada de especial a reportar, a situação está calma", declarou.

A ministra acompanhou o chefe de Estado durante uma visita de quatro dias ao Reino da Bélgica e à UE, iniciada na passada segunda-feira, um dia após a vizinha Guiné-Conacri ter sido palco de um golpe de Estado que afastou o Presidente Alpha Condé.

As forças especiais guineenses lideradas pelo tenente-coronel Mamady Doumbouya anunciaram no domingo que tinham capturado o chefe de Estado, visando pôr fim à "má gestão financeira, à pobreza e à corrupção endémica" e "à instrumentalização da justiça (e) ao atropelo dos direitos dos cidadãos".

Os militares dissolveram o governo e as instituições e aboliram a constituição que o Condé tinha adotado em 2020, de modo a assegurar uma recandidatura um terceiro mandato, numas eleições que acabou por ganhar.

A situação na Guiné-Conacri levou a CEDEAO - organização que junta 15 países da África Ocidental, entre os quais Cabo Verde e Guiné-Bissau, a celebrar hoje uma cimeira virtual para discutir a situação.

Os líderes dos Estados-membros da CEDEAO suspenderam hoje a Guiné-Conacri dos seus órgãos de decisão e decidiram enviar uma missão ao país, apelando para a libertação do Presidente.

Condé, um antigo opositor do regime de partido único, tornou-se no primeiro presidente democraticamente eleito da Guiné em 2010, após décadas de regime autoritário.

Nos últimos anos, vários ativistas dos direitos humanos criticaram a sua deriva autoritária, o que minou os ganhos dos primeiros tempos.

Semáforos voltam avenida principal

Por Estamos a Trabalhar

Na altura da primeira aparição de Simáforos na avenida ora, reabilitado, foi um grande acontecimento, discrevido no então, como sinais de desenvolvimento, mas, como se diz um ditado popular: " alegria de pobre dura pouco" os motoristas rapidamente sentenciaram este bem público com maior irresponsabilidade e nada lhes aconteceu depois, não tarda muito, como tantos outros patrimónios de Estado, não sobrou nenhum para contar história.

De la para cá, chapa de Bissau virou pesadelo para quem tem pressa, aliás, engarrafamento tomou conta de parcos vias de acesso que ainda temos. Portanto, Bem-vindo Simaforos

Inauguração das instalações da Embaixada da Guiné-Bissau em Bruxelas, edifício recentemente restaurado.


 Presidente da República da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló

Ainda durante a visita a Sede da União Europeia em Bruxelas, o Presidente da República Umaro Sissoco Embaló, após o encontro com o Presidente do Conselho Europeu, Senhor Charles Michel, seguiu-se encontro com o Presidente do Parlamento Europeu, Senhor David Sassoli, com o Comissário Europeu para as Parcerias Internacionais, Senhora Jutta Urpilainen e com o Comissário Europeu do Ambiente, Oceanos e Pescas, Senhor Virginijus Sinkevicius.


Presidente da República da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló

Cimeira da CEDEAO - O Presidente da República participa por videoconferência, a partir de Bruxelas, na Conferência Extraordinária dos Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO, sobre a situação política do Mali e da Guine Conacry.


 Presidente da República da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló

 
African Union

Avião da TAP falha aterragem em Bissau

Foto: Patrícia de Melo Moreira/AFP

Por: jn.pt 

Um avião da TAP falhou, na quarta-feira, a aterragem no aeroporto Osvaldo Vieira de Bissau "devido ao mau tempo" e teve de regressar à Lisboa, passando por Cabo Verde.

O avião tentou aterrar por duas vezes na pista do Osvaldo Vieira, mas não conseguiu, disse, esta quarta-feira, à Lusa fonte da companhia na capital guineense.

A tripulação informou o pessoal de apoio em terra que se estavam a registar naquela zona de África "nuvens com descargas elétricas", precisou a fonte da TAP em Bissau. O avião ainda tentou a aterragem no aeroporto de Dacar, no Senegal, mas também não foi possível e seguiu para Cabo Verde, onde reabasteceu para continuar a viagem de regresso a Lisboa.

A TAP faz três ligações semanais entre Lisboa e Bissau.

A companhia vai juntar no dia 9 de setembro, quinta-feira, os dois voos num só, precisou a fonte da TAP na capital guineense.

Ensino - Rede de Associações Estudantis exige anulação do ano lectivo nas escolas que não cumpriram o programa

Bissau, 08 Set 21 (ANG) – A Rede das Associações Estudantis do país exigem das autoridades a anulação do ano lectivo 2020/21 nas escolas que não conseguiram cumprir com o programa escolar.

Segundo a  Rádio Sol Mansi, a exigência foi feita pelo presidente da referida Rede, Fode Dabó esta quarta-feira, em conferencia de imprensa, no dia em que se  comemora o Dia Internacional da Alfabetização. .

ʺA Rede das Associações Estudantis defende e vai continuar a defender para que seja anulado o ano lectivo, parcialmente, nas escolas que não têm condições para que seja  validado o ano lectivo.O governo pode saber isso só se for as escolas fazer um  inquérito nesse sentido”, disse.

Fodé Dabó acusa  pediu ao governo para se  empenhar para garantir o normal funcionamento do ano lectivo que se avizinha nas escolas públicas e criar mecanismos para que o sector da educação não seja mais uma vez confrontado com sucessivas greves. 

ANG/MI/ÂC//SG

Ainda, estamos em Bruxelas! - (...) na ocasião da sua visita à Reino de Bélgica 🇧🇪, sua Excelência Presidente da República da Guiné-Bissau, General do Exército Umaro participa na vídeo conferência da cimeira extraordinária da CEDEAO sobre a situação na Guine e no Mali 🇲🇱.


Bruxelas 08 de Setembro de 2021.

 Umaro S. Embaló/Presidente de Concórdia Nacional

" Em Angola não há fome" - João Lourenço


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Fonte: UNITA Bruxelas

Bom dia Africa 8 09 21 SD 480p

No âmbito da Visita de Trabalho ao Reino da Bélgica, o Presidente da República foi recebido pelo Presidente do Conselho Europeu Sr. Charles Michel, na Sede da União Europeia em Bruxelas.


 Presidente da República da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló

Se o Eng. Domingos Simões Pereira e os seus ferrenhos apoiantes já desistiram do sonho de um dia vir a chefiar os destinos da Guiné-Bissau! ...Jorge Herbert










Por Jorge Herbert

Se o Eng. Domingos Simões Pereira e os seus ferrenhos apoiantes já desistiram do sonho de um dia vir a chefiar os destinos da Guiné-Bissau!

A avaliar pelo comportamento dos seus apoiantes quando os representantes do poder guineense se deslocam a Europa, fico com dúvidas se o líder do PAIGC continua a querer mesmo algum dia liderar os destinos da Guiné-Bissau, continuando os seus apoiantes a fomentarem a divisão no seio do povo, sem perceber que, se um dia lá chegar, será ele a vítima das mesmas barbaridades que agora cometem os seus apoiantes e que ele não tem ombridade para os fazer parar ou, pelo menos a decência de condenar publicamente e demarcar-se desses actos.

Vimos que foi a era da sua liderança que trouxe para a sociedade guineense esse fenómeno que hoje é conhecido entre nós por “cobamalcracia” praticado por supostos ativistas políticos depois compensados com cargos públicos e, hoje, ele mesmo e os seus apoiantes também foram e são vítimas disso. 

Pelos vistos, nem o PAIGC, nem o seu líder, tão pouco os seus “militontos” perceberam que todos os fenómenos por eles iniciados, são depois utilizados de forma ampliada contra eles!

Portanto, se o vulgo DSP quer mesmo um dia assumir um cargo de destaque na Guiné-Bissau, que tome medidas ou no mínimo se posicione contra esses vergonhosos actos contra o mais alto magistrado da nação que ele mesmo quis há bem pouco tempo representar como observador internacional...

Gervasio Silva Lopes sobre Os gastos astronomicos do Genenal Cissoko ...???

CEDEAO suspende Guiné-Conacri e pede libertação imediata de Alpha Condé

visao.sapo.pt

Os líderes dos Estados-membros da CEDEAO suspenderam a Guiné-Conacri dos órgãos de decisão e decidiram enviar uma missão, apelando para a libertação do Presidente, detido no golpe de Estado

Os líderes dos Estados-membros da CEDEAO suspenderam hoje a Guiné-Conacri dos seus órgãos de decisão e decidiram enviar uma missão ao país, apelando para a libertação do Presidente, detido num golpe de Estado no domingo.

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) “decidiu suspender a Guiné-Conacri de todos os seus órgãos de decisão e solicita que estas decisões sejam aprovadas pela União Africana e pelas Nações Unidas”, apontou o ministro do Negócios Estrangeiros do Burkina Faso, Alpha Barry, após uma cimeira realizada por videoconferência.

De acordo com o governante, citado pela agência France-Presse (AFP), uma “missão de alto nível” será enviada para a Guiné-Conacri na quinta-feira para “discutir com as novas autoridades”.

Segundo Barry, após esta missão, que tem, atualmente, uma duração indeterminada, a CEDEAO “irá rever as suas posições”.

O chefe da diplomacia do Burkina Faso referiu ainda que os líderes da organização regional “exigiram o respeito pela integridade física do Presidente Alpha Condé”, que foi deposto no domingo, e a “libertação imediata” do chefe de Estado e de todos os que foram presos.

Alpha Barry apelou ainda aos militares para “colocarem em prática um processo que permita um regresso rápido à ordem constitucional normal”.

Alpha Condé, que governou a Guiné-Conacri desde 2010 até ao passado domingo, foi derrubado e preso por membros do Grupo das Forças Especiais do Exército do país, liderado pelo tenente-coronel Mamady Doumbouya, que justificou o golpe como uma ação para criar as condições para o Estado de direito.

Os golpistas dissolveram as instituições de Estado do país no passado domingo. Foi instituído um recolher obrigatório noturno, e a Constituição do país e a Assembleia Nacional foram ambas dissolvidas.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, condenou “qualquer tomada de poder pela força das armas”.

Na segunda-feira, o líder militar prometeu uma “consulta global para descrever as principais linhas da transição”, que “se abre sob o signo da esperança e de uma nova Guiné reconciliada consigo mesma, com todos os filhos do país”.

A Guiné-Conacri realizou eleições presidenciais no passado dia 18 de outubro, na qual Condé concorreu a um controverso terceiro mandato, impedido pela Constituição do país, e após a realização de um referendo em março de 2020 para alterar a Carta Magna, aprovado com 91,5% dos votos.

Condé venceu as presidenciais com 59,5% dos votos, segundo os resultados homologados pela Comissão Nacional Eleitoral Independente (CENI) do país; e Diallo, cujo partido denunciou a existência de uma “fraude em larga escala”, teve 33,5% dos boletins escrutinados.

Diallo acabou por se autoproclamar vencedor das eleições, o que levou as forças de segurança a sitiar a sua casa em 20 de outubro, proibindo todas as entradas e saídas.

Oito dias mais tarde, as forças de segurança retiraram o cerco, após a CEDEAO, a União Africana (UA) e a ONU terem exigido esse levantamento.

A Guiné-Conacri, país da África Ocidental, que faz fronteira com a Guiné-Bissau, é um dos mais pobres do mundo e enfrenta, nos últimos meses, uma crise política e económica, agravada pela pandemia de covid-19.

Além da Guiné-Conacri, integram a CEDEAO o Benim, Burquina Faso, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo.

JYO (APL) // PJA

CEDEAO realiza cimeira para debater golpe de Estado na Guiné-Conacri

© Reuters

Por LUSA  08/09/21 

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) realiza hoje uma cimeira virtual para abordar a situação na Guiné-Conacri, palco de um golpe de Estado que afastou o Presidente Alpha Condé.

As forças especiais guineenses lideradas pelo tenente-coronel Mamady Doumbouya anunciaram no domingo que tinham capturado o chefe de Estado, visando pôr fim à "má gestão financeira, à pobreza e à corrupção endémica" e "à instrumentalização da justiça (e) ao atropelo dos direitos dos cidadãos".

Os militares dissolveram o governo e as instituições e aboliram a constituição que o Condé tinha adotado em 2020, de modo a assegurar uma recandidatura um terceiro mandato, numas eleições que acabou por ganhar.

Após o golpe de estado e prisão do Presidente, os militares introduziram um recolher obrigatório e fecharam as fronteiras terrestres.

A CEDEAO condenou o golpe de Estado na Guiné no domingo e apelou à "libertação imediata e incondicional do Presidente Condé".

A organização que junta 15 países da África Ocidental - entre os quais Cabo Verde e Guiné-Bissau - irá realizar uma cimeira virtual extraordinária para discutir a situação na Guiné, uma crise que tem levado a uma condenação internacional generalizada, desde o secretário-geral da ONU, António Guterres, à União Africana e União Europeia.

Durante meses, o país, que se encontra entre os mais pobres do mundo apesar dos consideráveis recursos minerais e hídricos, tem estado em profunda crise política e económica, agravada pela pandemia de Covid-19.

Condé, um antigo opositor do regime de partido único, tornou-se no primeiro presidente democraticamente eleito da Guiné em 2010, após décadas de regime autoritário.

Nos últimos anos, vários ativistas dos direitos humanos criticaram a sua deriva autoritária, o que minou os ganhos dos primeiros tempos.

AFEGANISTÃO - Líder dos talibãs pede ao novo governo para respeitar lei 'sharia'

© Twitter via Reuters

Notícias ao Minuto  

O líder supremo dos talibãs, Hibatullah Akhundzada, cujas intervenções públicas são muito raras, pediu hoje ao Governo afegão anunciado pelos talibãs que respeite a lei 'sharia' (sistema jurídico do Islão com origem no Corão).

"Garanto a todos os nossos concidadãos que os governantes trabalharão duramente para manter as regras islâmicas e a lei 'sharia' no país", disse Hibatullah Akhundzada, num comunicado em inglês que constitui a sua primeira mensagem desde que os talibãs tomaram o poder no Afeganistão, há mais de três semanas.

O líder talibã, que não aparecia em público há muito tempo, acrescentou que o novo Governo procederá de modo a que haja "uma paz, uma prosperidade e um desenvolvimento duradouros" no país.

Akhundzada instou os compatriotas a não abandonarem o país, assegurando que o regime talibã "não tem problemas com ninguém", numa altura em que mais de 120.000 afegãos partiram para o exílio nas últimas semanas por temerem os talibãs.

Na sua longa mensagem, Hibatullah Akhundzada disse igualmente desejar "relações fortes e sãs com os vizinhos do Afeganistão e todos os outros países" e garantiu que o seu regime tomará "medidas fortes e eficazes para a proteção dos direitos humanos".

Existe grande expectativa em relação aos talibãs quanto a esta questão, após um primeiro Governo marcado por repetidas brutalidades contra as mulheres.

O responsável sublinhou a importância da educação, "uma das primeiras necessidades do país", garantindo que o seu Governo a desenvolverá.

Assegurou, por último, que "todos os diplomatas estrangeiros, embaixadas, consulados, organizações humanitárias e investidores não terão qualquer problema" no país.

Nomeado para a liderança dos talibãs em maio de 2016, Hibatullah Akhundzada era, até então, um desconhecido do grande público, mais envolvido nas questões judiciais e religiosas do que nas manobras políticas.

Costuma apenas divulgar raras mensagens anuais por ocasião dos feriados islâmicos.

Depois de ter durante muito tempo mantido o silêncio sobre o local onde se encontrava, o seu movimento indicou no final de agosto que ele residia "desde o início" em Kandahar e que apareceria "em breve em público".

Os talibãs anunciaram hoje que Mohammad Hassan Akhund vai assumir a chefia do novo Governo afegão, enquanto o cofundador dos talibãs Abdul Ghani Baradar será o número dois do novo executivo.

Segundo a agência noticiosa norte-americana Associated Press, o 'mullah' Hassan Akhund chefiou o Governo dos talibãs durante os últimos anos do seu anterior regime (1996-2001) e o 'mullah' (designação dada a um muçulmano educado na teologia islâmica e na lei sagrada) Baradar, que liderou as negociações com os Estados Unidos e assinou o acordo para a retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão, é um dos seus dois adjuntos.

Os talibãs tinham indicado há uma semana que estavam quase concluídas as rondas de consultas para a formação do novo Governo, que se tornou mais urgente após a partida, a 31 de agosto, do último avião com soldados norte-americanos.

Após quase duas décadas de presença de forças militares norte-americanas e da NATO, os talibãs tomaram o poder em Cabul a 15 de agosto, culminando uma rápida ofensiva que os levou a controlar as capitais de 33 das 34 províncias afegãs em apenas dez dias.

Desde então, os combatentes islamitas radicais asseguraram em várias ocasiões a intenção de formar um Governo islâmico "inclusivo", que represente todas as tribos e etnias do Afeganistão.

A comunidade internacional advertiu que julgará o movimento fundamentalista pelas suas ações, nomeadamente quanto às promessas de respeitarem os direitos das mulheres.

Sinal da desconfiança em relação às suas palavras são as manifestações organizadas nos últimos dias em Cabul por ativistas, bem como por afegãos que denunciaram a violenta repressão do regime na região de Panshir, onde se encontra uma bolsa de resistência armada aos talibãs.

Duas pessoas foram hoje mortas e oito ficaram feridas a tiro durante uma manifestação contra o regime em Herat, uma grande cidade no oeste do Afeganistão, segundo avançou à agência de notícias francesa AFP um médico que pediu o anonimato.

Nos últimos dias, decorreram principalmente em Cabul, Herat e Mazar-i-Sharif vários protestos denunciando a repressão violenta do novo regime talibã na província de Panshir e a interferência do Paquistão, muito próximo dos islamistas radicais no poder, nos assuntos afegãos.