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Notícias ao Minuto 26/11/20
A notícia do alegado assassinato de uma mulher de 42 anos e dos seus cinco filhos, com idades entre os 6 meses e os 10 anos, chocou hoje a África do Sul, enquanto a polícia procura o marido "desaparecido".
O caso aconteceu na noite de terça-feira, na cidade de Dabekweni, na região do Cabo Oriental da África do Sul, embora só hoje tenha sido divulgado, e no local do crime - a própria casa da família - foi encontrado um machado que se crê ter sido utilizado no múltiplo homicídio.
Neste momento, poucos detalhes da investigação são conhecidos e é prematuro para a polícia "especular" sobre possíveis hipóteses, disse hoje o porta-voz da polícia, Tembinkosi Kinana, à agência de notícias Efe.
As forças de segurança procuram o marido da mulher que foi assassinada, um cidadão zimbabueano, cujo paradeiro continua desconhecido.
"Estamos à sua procura, como membro da família, para que colabore com a investigação", disse Kinana.
A polícia descobriu o que tinha acontecido quando foram a casa da família, depois de terem sido alertados por vizinhos que suspeitavam que algo estranho se estava a passar.
O crime provocou um alvoroço na África do Sul, não só devido à sua brutalidade, mas também porque se tornou conhecido a seguir à celebração do Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, em 25 de novembro.
O Governo da África do Sul - país em que a violência contra mulheres e crianças é um grande problema social, tanto dentro como fora do ambiente familiar - aproveitou o dia de quarta-feira para lançar uma campanha nacional de 16 dias para sensibilizar a opinião pública para este flagelo.
"É incrível que logo na abertura dos 16 dias de ativismo acordássemos para este incidente horrível e angustiante. Quem estiver por detrás destes assassinatos nojentos e sem coração deve ser encontrado sem demora", disse a comissária Liziwe Ntshinga, num comunicado.
Apesar dos protestos recorrentes das associações de mulheres na África do Sul, especialmente do movimento conhecido como "Sou eu a seguir? (Sou o próximo?)", e as repetidas promessas do Presidente do país, Cyril Ramaphosa, de tornar a luta contra este flagelo uma prioridade nacional, a violência contra mulheres e crianças continua a ser uma frente sem grandes progressos na África do Sul.
As últimas estatísticas oficiais conhecidas sugerem que num ano, entre abril de 2019 e março de 2020, houve 2.695 homicídios de mulheres e uma média de cerca de 116 violações relatadas diariamente na África do Sul, e as autoridades reconhecem que os números reais podem ser ainda mais elevados.